Homenagem ao fotógrafo Valdir Cruz é destaque na abertura da 2ª Mostra Bienal de Arte da Unicentro

Uma noite inspiradora. Essa pode ser a definição para a celebração da arte e da cultura que tomou conta do Centro de Exposições do Câmpus Santa Cruz na noite de terça-feira (05). Guarapuava se enche de cores e expressões, celebrando a diversidade artística regional na 2ª Mostra Bienal de Arte da Unicentro, sob o tema  “Cartografias Poéticas: olhares sobre o cotidiano”.

Com obras de 20 artistas locais selecionados a dedo pela equipe da Diretoria de Cultura da Unicentro, a mostra de arte proporciona um mergulho nas obras que refletem singularidades e interpretações do mundo ao nosso redor.

Na noite que marcou a abertura da Mobi, o vice-diretor do Câmpus Santa Cruz, Gilmar Evandro Szczepanik , expressou a alegria e gratidão por esse momento especial, ressaltando a importância da cultura em espaços como a Unicentro. “Cultura é vida, cultura é o cotidiano e, por isso, esses eventos são magníficos”, destacou.

A secretária de Cultura de Guarapuava, Rita Felchak, enalteceu a parceria duradoura entre a Unicentro e a comunidade, destacando o papel da universidade como berço de muitos artistas locais. “Nós podemos dizer que a universidade sempre esteve de mãos dadas com o povo, e isso se prova hoje, ao vermos esse evento incrível que acolhe vários artistas e várias manifestações”. A secretária descreveu a Bienal como um evento grandioso, ressaltando a homenagem ao renomado fotógrafo guarapuavano Valdir Cruz. “E o legal é que nós estamos aqui vendo artistas nascerem, voarem e voltarem, enquanto outros chegam. Esse ciclo é maravilhoso”, pontuou.

Para a Pró-Reitora de Extensão e Cultura, Lucélia de Souza, a Mobi é um evento que cumpre o papel da universidade junto à sociedade, “no sentido de promover um ambiente capaz de questionar, problematizar e inquietar o visitante”. Lucélia reforça o convite para que as escolas públicas e privadas de Guarapuava aproveitem o espaço para realizar visitas guiadas. “Por ocorrer num espaço público, este evento objetiva proporcionar um ambiente para democratizar o acesso à cultura material e à informação científica, proporcionando momentos de reflexão, aprendizado e entretenimento, garantindo assim uma experiência única ao público, contribuindo para disseminar arte e cultura em Guarapuava e região”.

Diretora de cultura da Unicentro, Níncia Teixeira, ressaltou a proposta de trazer as obras de artistas guarapuavanos para os corredores da universidade, a fim de disseminar a cultura e a arte presentes no município. “A ideia é colocar  um olhar sobre o cotidiano da cidade que, muitas vezes, é uma cidade que não para para olhar detalhes. Nós resolvemos, com a Bienal, homenagear guarapuavanos ilustres, pessoas que transpuseram o muro da cidade e chegam aqui na universidade com uma forma de deixar essa mensagem para quem vier visitar”, destacou.

Homenagem a Valdir Cruz

Valdir Cruz é um fotógrafo guarapuavano que deixou a cidade aos 23 anos de idade para ganhar o mundo. Hoje, dividindo seu tempo entre Nova Iorque e São Paulo, o artista volta a cidade natal para expor suas obras. A fotografia intitulada “Pau Mulato”, capa do livro “Raízes”, é uma representação universal de beleza, feminilidade e força. “Para mim, essa é uma das minhas melhores fotos”, compartilhou Valdir.

Em suas obras, Valdir demonstra, por meio da fotografia, as paisagens e a vida brasileiras, com um olhar único e incomparável. Ao ser questionado sobre seus sentimentos ao ser reconhecido, o fotógrafo compartilhou surpresa e alegria por ver sua obra presente na cidade onde nasceu. “Está sendo uma surpresa muito grande”, admitiu. “Eu tomei a oportunidade e assumo um formato de pensar que é a forma mais próxima de fazer o lançamento do livro ‘Guarapuava’, obra que retrata e fala sobre as pessoas da cidade, agora presente aqui, para o seu público”, complementou.

Durante a noite, Valdir Cruz recebeu uma Moção de Aplausos e Congratulações entregue pelo Poder Legislativo de Guarapuava. A diretora de cultura da universidade, Níncia Teixeira, destacou a importância desse reconhecimento para um artista cuja obra narra uma história visual única, contada através da lente sensível do artista. “No campo da fotografia ele está no patamar mais elevado, e é uma história muito legal porque nos  emociona ao ver Guarapuava. Nós não sabemos  como nosso município é rico culturalmente e as pessoas que o compõem. Eu acho que isso vem também para sacudir um pouco o orgulho de sermos guarapuavanos”.

A conversa com Valdir Cruz abriu as portas para uma noite repleta de arte, cultura e reflexão. O artista explicou a importância e a vontade de trazer a exposição ‘Guarapuava’ para a cidade. “Eu gostaria muito de trazer essa exposição, se um dia for possível. Esse é um sonho. Eu acho que o povo guarapuavano que contribuiu para a obra – povo de todas as etnias daqui, os quilombolas, indígenas, suábios, os tropeiros – enfim,  todos que estão no livro e nunca puderam vê-lo, merecem esse retorno”, ressaltou Valdir.

Bate-papo sobre o processo de criação fotográfica: do livro à exposição

Nesta quarta-feira (06), às 19h, no Auditório Francisco Contini, Valdir Cruz compartilha com o público as experiências vivenciadas ao longo de 40 anos na fotografia. “Eu escolhi cinco livros e algumas imagens para trazer uma discussão sobre como esses materiais são feitos. Então, como se faz um livro, como funciona a captação, desenhos, projetos, pré-visualização, trabalhar com leis, incentivo à cultura, até culminar no lançamento de um livro e chegar ao momento de uma exposição”, explica. O bate-papo é gratuito e aberto a toda a comunidade.

Programação segue até 3 de maio 

Além da exposição, a 2ª Mostra Bienal de Arte da Unicentro promete dois meses repletos de atrações, oficinas gratuitas e workshops. Ao explorar as “Cartografias Poéticas” presentes na Bienal, os visitantes são convidados a vivenciar a riqueza da cultura local, o poder da expressão artística e a conexão entre passado e presente.

A artista em exposição, Dani Leela, compartilhou a emoção de participar da mostra, com a obra “Feminino Essencial” feita em colaboração com Joice Tesseroli. “Eu acho que é essencial para que o artista se sinta mais confiante, se sinta visto. Aqui é um lugar próprio para conhecermos outros artistas da cidade”, disse Dani, enfatizando a importância do evento para fortalecer os artistas locais. Joice Tesseroli destacou a conexão entre fotografia e bordado, elementos que compõem a obra exposta, unindo modernidade e ancestralidade. “O bordado está na minha família há muito tempo, e é uma oportunidade incrível trazer essa conexão para a exposição”, finalizou.

Confira a programação completa

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