Unicentro realiza formatura do curso de Licenciatura em Pedagogia Indígena

A Unicentro celebrou a formatura do curso de Licenciatura em Pedagogia Indígena na Terra Indígena de Rio das Cobras, localizada no município de Nova Laranjeiras, na última sexta-feira (23). A graduação é pioneira em uma universidade estadual em área demarcada do Paraná.

Marcos Gehrke, docente do curso, destaca a importância social da Unicentro ao atender a demanda e abraçar a luta histórica dos povos indígenas pelo acesso à educação. Ao fim da primeira turma, ele enfatiza a simbologia de fazer a formatura na aldeia, permitindo a participação de familiares e colegas. “Para nós é muito significativo fazer essa solenidade aqui no território. Levá-los para a universidade em outros momentos, mas a formatura ser aqui na aldeia, na terra deles, é muito importante para que outros vejam que é possível”, pontua.

A coordenadora do curso de Pedagogia Indígena, Mariulce Leineker, explica que o diferencial da graduação é contemplar disciplinas tanto de pedagogia quanto de cultura indígena, incluindo as línguas maternas. A docente também comenta a alegria e o privilégio de contribuir para a formação dos alunos, sendo a presença da universidade na aldeia uma forma de cumprir o papel social da instituição. “Eles se dedicam muito. É bom trabalhar aqui, tem suas limitações, suas dificuldades, mas é um privilégio para poucos. É emocionante ver a vitória deles e acompanhar os pais. Vê-los atuando nas escolas é um privilégio”, conta.

Na noite especial, não faltou emoção. O formando Jocelio Miri Pires de Lima recorda a importância do curso em sua vida. Para ele, a graduação é uma oportunidade de se tornar referência para as crianças da aldeia, principalmente na busca por educação. “Acho que é muito importante para explicar como é um curso e que tem que se  dedicar. Hoje, nesse momento, eu estou muito alegre, porque eu estou me formando e trouxe a minha família. A Unicentro trouxe uma instituição para dentro da aldeia, o que é um grande avanço para nós, e isso é muito importante”.

Mesma ideia transmitida por Jucieli Kagsi de Souza, também formanda. Ela vê a profissão como uma maneira de contribuir para a comunidade, preservando a língua e a cultura indígena. “Foi uma grande conquista para mim e para o meu povo também, porque assim eu posso conseguir ajudar eles na comunidade. Eu estou feliz porque eu consegui chegar até aqui. Eu vejo que vou ajudar muito na escola, com o que eu aprendi na faculdade”, diz.

Cacique da Aldeia Sede, Angelo Rufino, explica a importância da presença da Universidade em terras indígenas e destaca a dificuldade enfrentada ao buscar por educação na aldeia. O representante enfatiza, ainda, o papel da Unicentro como uma vitória para todas as terras indígenas do Paraná. “A Unicentro foi uma benção não só para nossas terras indígenas, mas para o Paraná inteiro. Ver nossas crianças crescendo e tendo, dentro da sala de aula representantes do nosso povo era um sonho, e isso nos deixa feliz da vida”.