Grupo Fato traz mistura musical própria ao Auditório Denise Stoklos

Grupo Fato traz mistura musical própria ao Auditório Denise Stoklos

Próximo de completar 30 anos, o Grupo Fato trouxe pela primeira vez a Irati o seu pop experimental que rejeita fronteiras. Na última sexta-feira (10), o Auditório Denise Stoklos da Unicentro foi mais um palco a receber a turnê paranaense de Claro_Movimento, show que reúne material de toda a trajetória da banda curitibana, com a contribuição de um artista local em cada cidade que passam. 

O professor Cacá Vidal foi o artista selecionado para tocar com o grupo na apresentação em Irati (Foto: Coorc)

Durante cerca de 1 hora e 15 minutos, Grace Torres, Ulisses Galetto, Priscila Graciano, Daniel Fagundes e Andrezza Prodóssimo revezaram o vocal e os instrumentos, que às vezes poderiam ser o próprio corpo ou a “tamancalha”, criação de um ex-baterista da banda que simula a batida de vários pares de tamanco. “É uma junção de um trabalho autoral, que a gente desenvolve, trazendo a linguagem dos tamancos, que estão presentes no fandango paranaense, para a nossa linguagem autoral, para um lugar mais contemporâneo. E gente passa por esse repertório variado de composições de todos nós e também de compositores parceiros”, pontua Andrezza Prodóssimo. Além disso, ela destaca a experiência de tocar com músicos locais em cada apresentação. “Está sendo muito legal, está sendo surpreendente. A gente está conhecendo cantores e compositores que têm músicas incríveis”, celebra.

No Câmpus Irati da Unicentro, o artista convidado não poderia ser mais “da casa”. O selecionado foi o professor Cacá Vidal, do curso de Engenharia Ambiental, que subiu ao palco para tocar o seu trabalho próprio junto com a banda. “Pra mim é uma honra, porque o Grupo Fato é uma banda que já tem 29 anos de estrada, tem um som mais alternativo, muito autoral, e eu também gosto mais dessa praia. Eu tenho várias composições, participei de vários festivais, e aí eu vi que casou bem direitinho o som deles com o que eu curto. Então foi uma experiência maravilhosa”, destaca.

Capoeira 

Grupo Muzenza atua há mais de 12 anos em projetos com crianças e adultos de Irati (Foto: Coorc)

Antes disso, o Grupo de Capoeira Muzenza, de Irati, abriu as apresentações culturais da noite. Há mais de 12 anos, os integrantes desenvolvem diversas iniciativas no município, seja por meio de projetos que atendem à população mais vulnerável ou através de aulas em escolas e academias. “A gente tenta sempre chamar a comunidade para conhecer. Porque a capoeira é arte, cultura, luta, expressão corporal. Então a gente tenta ao máximo trazer a cultura para o povo, para que eles conheçam mais um pouquinho sobre a capoeira”, declara Leandro Muller Bosa, o popular professor Pimenta.

 

Parceria entre a Semana de História e a Divisão de Promoção Cultural

A programação cultural especial nasceu da parceria entre professores e alunos de História, que organizaram a semana acadêmica do curso no câmpus, e a Divisão de Promoção Cultural, a Diproc.

Realizada de 6 a 10 de novembro, a XVII Semana de História ocorreu em conjunto com o XII Seminário de Estudos Étnico-raciais e a IX Jornada de Integração Graduação e Pós-graduação. Com a temática central “História e Democracia: Sociedade, Cultura e Cotidiano”, o evento teve pela primeira vez os acadêmicos do curso assumindo a organização geral das atividades, que também envolveram palestras, minicursos, apresentações de pesquisas e feira de artesanatos. “Uma experiência totalmente nova. Ficamos muito gratos pelos professores confiarem na gente, para realizar e estar à frente desse evento. Foi um misto de ansiedade e correr atrás de muitas coisas. Foi muito aprendizado durante esses meses preparando todo esse evento, e que correu agora tudo muito bem”, comemora a estudante Carolina Pilaski, integrante da organização.

Para o professor Rhuan Zaleski, o balanço geral é bem positivo. “Nós tivemos 46 trabalhos, 150 inscritos, então eu acho que cumpriu o papel de uma Semana de História propriamente dita. E eu fico mais contente não só por ser a primeira semana que os alunos de fato organizaram, mas pela criatividade que eles tiveram de envolver a comunidade acadêmica plenamente num evento. Com o meu apoio só logístico, eles conseguiram, trazer a comunidade acadêmica, trazer pessoas de fora da universidade e promover uma noite de festa, que é algo que a gente às vezes não conseguiria pensar sozinho para encerrar o evento. E com o apoio, obviamente, da Diproc que está assinando essa noite junto com a gente”, salienta o docente.

De acordo com o chefe da Divisão de Promoção Cultural, professor César Renato da Costa, a estratégia de cooperação entre eventos acadêmicos com eventos de extensão e cultura serve ainda para superar uma perspectiva limitada da formação universitária. “A gente não pode ter uma visão instrumental e utilitária achando que os cursos formam profissionais. Também formam, mas formam ainda seres humanos, formam sujeitos sociais, formam sujeitos críticos, sujeitos coletivos”. 

Segundo o docente, trazer o Grupo Fato em associação com a Semana de História demonstra para a comunidade acadêmica e para a comunidade externa a diversidade que a universidade comporta. “O Fato é um grupo cultural que vem há quase 30 anos usando criatividade, usando instrumentos, usando percussão, usando música, usando arte, para mover cultura. A nossa extensão move cultura, os eventos de cultura movem cultura, a semana de história move conhecimento e também move cultura”, finaliza.

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