Laboratório de Materiais e Compostos Inorgânicos obtém sua primeira Carta-Patente

Laboratório de Materiais e Compostos Inorgânicos obtém sua primeira Carta-Patente

O Laboratório de Materiais e Compostos Inorgânicos, lotado no campus Cedeteg da Unicentro, em Guarapuava, recebeu sua primeira Carta-Patente, que é um documento concedido pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial, o INPI, vinculado ao Ministério da Economia. Essa é o primeiro resultado positivo de uma série de depósitos de pedidos de patente realizados ao longo da última década por trabalhos realizado no laboratório.

A pesquisa que garantiu a concessão da carta, como conta o coordenador do laboratório, professor Fauze Anaissi, teve início entre 2003 e 2004. “A pesquisa teve origem no primeiro projeto de Iniciação Científica com a então bolsista Michele Aparecida Rocha, intitulado ‘Nanocompósitos Baseados em Argila Modificada com Hidróxido de Níquel Coloidal’. O projeto foi desenvolvido com apoio dos professores doutores Henrique Toma e Koiti Araki, do Instituto de Química da USP-SP. Michele concluiu a graduação em 2004, e mudou-se para São Paulo para fazer mestrado com a temática de ‘Preparação e Uso de Nanopartículas de Alfa Hidróxido de Níquel na forma de Sol e Gel’, o desenvolvimento da dissertação deu origem ao pedido de depósito realizado em 2010, com concessão da Carta-Patente em 2020”, detalha o pesquisador.

A concessão da Carta-Patente tem validade de dez anos e confere aos titulares exclusividade de uso, comercialização, produção e importação da tecnologia que, como explica o professor Fauze, tem diversas possibilidades de aplicação. “Nanopartículas são produzidas visando infinitas aplicações, especificamente de Hidróxido de Níquel falamos da possibilidade de materiais para baterias de armazenamento de energia ou na conversão de álcoois e derivados em hidrogênio molecular. Hidrogênio molecular é a forma de combustível mais limpo, pois sua combustão na presença de oxigênio molecular forma água e libera energia para mover motores de veículos de forma geral: carros, barcos, aviões, foguetes”.

Para o professor Fauze, a concessão da Carta-Patente mostra os resultados de um projeto de pesquisa iniciado com um aluno de graduação que, de forma continuada, deu origem a dissertações de mestrado e teses de doutorado. “É um intercâmbio acadêmico e científico com muitos frutos. São quatro depósitos de pedidos de patente, com primeira concessão; publicação de sete manuscritos científicos; e aprovação do primeiro projeto com financiamento do CNPq e Fundação Araucária, executados entre 2003 e 2005”, conta.

O professor ainda destaca que o depósito e a concessão devem favorecer a aprovação de projetos submetidos às agências de fomento e que a expectativa, a partir de agora, é estabelecer parcerias para dar continuidade aos projetos. “A avaliação de um depósito de patente leva em torno de oito a dez anos para se ter a concessão. A primeira inspira e cria expectativas na concessão dos demais pedidos, ainda que leve um longo tempo. Para o Programa de Pós-Graduação traduz que pesquisas desenvolvidas por alunos de mestrado e doutorado disseminam conhecimento na forma de manuscrito científico e gerando propriedade intelectual e de inovação. A grande expectativa é encontrar empresas parceiras para desenvolver e compartilhar a metodologia de preparação de nanopartículas com aplicações diversas no campo de novos materiais funcionais estratégicos para o país”, finaliza.

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