Unicentro é parceira na campanha “16 Dias de Ativismo”  em Guarapuava

Unicentro é parceira na campanha “16 Dias de Ativismo” em Guarapuava

A Unicentro, mais uma vez, integra a programação da campanha “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”. A ação é uma proposta da ONU, que é a Organização das Nações Unidas, e é realizada em mais de 100 países desde 1991. Em Guarapuava, a campanha é desenvolvida desde 2012 pela Rede Municipal de Enfrentamento à Violência contra Mulher. Neste ano, como conta a secretária Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, Priscila Schran, as ações são virtuais e têm como foco o combate à cultura do estupro. “Nós estamos focando, por exemplo, na divulgação da lei da importunação sexual no transporte coletivo; na proposição de uma lei municipal de combate ao assédio sexual no ambiente de trabalho do poder público, tanto no executivo quanto no legislativo; a atualização do fluxo de atendimento integral às vítimas de violência sexual, especialmente o estupro”, conta.

A Unicentro participa da Rede de Enfrentamento por meio de dois projetos de extensão – o Núcleo Maria da Penha, vinculado do curso de Serviço Social, e o Florescer, que é vinculado ao Departamento de Comunicação e tem como foco a prevenção à violência contra a mulher a partir do trabalho com as crianças das escolas municipais de Guarapuava em uma perspectiva da educomunicação. A partir disso é que nossa universidade está colaborando com duas ações da campanha “16 Dias de Ativismo”. Uma delas foi o desenvolvimento de dois filtros que destacam o Combate à Violência contra Mulher disponíveis no perfil da Unicentro no Instagram. A outra ação é o lançamento do projeto multimídia “Não é sua culpa”, no dia sete de dezembro.

A professora Ariane Pereira, que representa o Florescer na Rede de Enfrentamento e orientou o projeto “Não é sua culpa”, explica como foi articulado o desenvolvimento do trabalho. “Nas reuniões da rede de enfrentamento, foi apresentada a demanda, a necessidade que a rede tinha de disseminar o fluxo de atendimento às mulheres vítimas de violência. Dentro do escopo do Florescer, esse trabalho não cabia, mas foi apresentada a possibilidade de que esse trabalho de construção de materiais educativos sobre o fluxo de atendimento a violência contra mulher fossem construídos como um projeto experimental. Foi nesse sentido, então, que nasceu o “Não é sua culpa”, um projeto experimental desenvolvido durante o ano de 2019 na Unicentro, dentro do curso de Jornalismo, pelos então acadêmicos Gesiel Thomas, Paula Claro, Priscila Pollon e Renata Giordani, com orientação minha, para desenvolver o trabalho”, diz Ariane.

O projeto é composto por um conjunto de cartazes, cartilhas, um site e um aplicativo, voltados para as mulheres vítimas de violência sexual e, também, para os profissionais que atuam no atendimento à essas vítimas. As informações discriminam, por exemplo, o fluxo dos atendimentos, os prazos, os direitos que a mulher tem, e o que o profissional deve oferecer.“O principal objetivo do projeto era enfrentar os grandes índices de violência sexual que o nosso município de Guarapuava apresenta. As vítimas, normalmente, têm muito receio, muito medo, se sentem culpadas. Então, o principal objetivo do projeto era auxiliar essas vítimas e, numa segunda vertente, o projeto também buscava auxiliar os profissionais que atendem a essas vítimas, justamente, por ainda ter pouca informação registrada sobre essa violência e sobre como proceder quando a gente se depara com uma vítima de violência sexual’, explicaPaula Claro, uma das responsáveis pelo projeto.

De acordo com Paula, durante o desenvolvimento do projeto, a equipe pensou em diversas abordagens para tratar o tema. Ela conta ainda que todo o material foi aprovado pelos profissionais que elaboraram o Fluxo de Atendimento à Vítima de Violência Sexual. “Nós trazemos dados nos cartazes, também, para mostrar que a violência sexual não são casos isolados, é um problema que precisa ser combatido e, para trazer o assunto com uma forma mais aprofundada, com mais informações e dados, nós fazemos as cartilhas. Então, as cartilhas têm toda a informação de como reconhecer uma violência, de como denunciar, onde essa pessoa pode procurar ajuda em Guarapuava e que têm muitas pessoas preparadas e dispostas para ajudar essa vítima se ela quiser denunciar”.

Paula ainda destaca a expectativa de que o projeto possa ajudar as vítimas de violência sexual e incentivar que o assunto seja cada vez mais discutido.Eu acho que essa é a única forma de combater uma violência – falando sobre ela, escancarando que ela acontece e que ela está presente na nossa sociedade”, afirma.

A secretária de Políticas Públicas para as Mulheres, Priscila Schran, e a professora Ariane Pereira destacam que o lançamento dos materiais durante a campanha “16 Dias de Ativismo” reforça o trabalho que já vem sendo desenvolvido em prol do combate à violência contra a mulher. “Esse material vem trazer de uma maneira didática e de fácil compreensão, tanto para os profissionais quanto para as mulheres vítimas de violência, como acessar os seus direitos. Isso só é possível porque antes do projeto existe toda uma rede de profissionais que estão acolhendo de maneira humanizada essas mulheres, que sofreram de um estupro. Então, a gente consegue ter na Unicentro a resposta necessária para esse aperfeiçoamento ainda da rede. Isso mostra o quanto que a gente tem essa conexão e esse trabalho realmente em conjunto”, avalia Priscila. E Ariane complementa: “quanto mais informação chega às mãos dos profissionais da saúde, da segurança e mais informações chegam à mão das mulheres, maior é a possibilidade de um bom atendimento a essas mulheres e, mais do que isso, é um combate efetivo à violência sexual contra a mulher, que ainda é tão disseminada nesse país”.

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