Em negociação direta com a Receita Federal, Unicentro consegue doação de 300 celulares

Em negociação direta com a Receita Federal, Unicentro consegue doação de 300 celulares

Um problema – a destinação ambientalmente correta de bebidas clandestinas apreendidas – aproximou a Receita Federal e a Unicentro há mais de uma década. Na época, a universidade desenvolveu um sistema que possibilita a conversão desse material, que lotava os depósitos do órgão federal, em álcool 70%, sobretudo na forma de gel. Agora, outro impasse voltou a unir as instituições. Durante a pandemia de coronavírus, parte dos estudantes da Unicentro está com dificuldades para acessar o ensino remoto, por falta de aparelhos eletrônicos e de rede de internet. Dessa vez, o repasse da Receita para a universidade veio da forma de 300 aparelhos celulares apreendidos na fronteira do Brasil com o Paraguai pelos agentes federais.

“Essa parceria gerou oportunidade de também pedirmos a Receita uma quantidade de celulares para podermos ter a inclusão dos nossos estudantes, aqueles que não tem acesso a essa tecnologia para poder assistir as aulas remotas, as atividades que estão acontecendo na universidade”, explica o vice-reitor da Unicentro, professor Ademir Fanfa Ribas, que esteve em Foz do Iguaçu, na sede da Receita Federal do município, buscando os 300 aparelhos disponibilizados. Esses celulares estão na universidade, onde estão sendo testados e patrimoniados, como qualquer equipamento que chega a instituição, seja por aquisição própria ou doação.

Além disso, de forma simultânea, a universidade está trabalhando em duas outras frentes. Uma delas, tendo a frente a Central de Relacionamentos Institucionais e Inovação (Crie), está buscando encontrar parceiros para o fornecimentos de rede de dados móveis, para que os alunos que receberem os aparelhos tenham também acesso à internet. Já a segunda linha de ação é tocada pela Coordenadoria de Assistência Estudantil (Coorae) e diz respeito a construção de um edital público, que preveja os critérios mínimos para o repasse dos celulares aos estudantes.

“Estamos discutindo a regra que será utilizada para a distribuição desses celulares. A perspectiva é que tenhamos um edital, em que o estudante se candidata através de alguns critérios, e serão escolhidos os mais necessitados. A assessoria estudantil, o setor de assistência estudantil já está trabalhando nisso, já está pensando nisso para sermos totalmente transparentes e fazermos a distribuição a aqueles que, realmente, precisam desses aparelhos para poder ter a inclusão digital”

“Esses celulares que foram recebidos da Receita Federal”, detalha o vice-reitor, professor Ademir, “eles serão utilizados para a inclusão dos nossos estudantes. Aqueles que não têm acesso à tecnologia remota, que estão im possibilitados de participar dessas atividades que a Unicentro está efetuando, ou seja, nossas aulas não pararam, nós estamos tendo, de acordo com a autonomia de cada departamento pedagógico, as suas atividades remotas, e esse celular vai poder auxiliar, principalmente, aqueles estudantes mais carentes, aqueles que não têm recursos financeiros para acessar essa atividade remota”.

Segundo o vice-reitor, os aparelhos serão fornecidos aos estudantes no sistema de comodato, permanecendo com os acadêmicos enquanto durar a pandemia, o distanciamento social e as atividades de ensino não-presenciais na Unicentro. “Ele é emprestado ao estudante e, ao final da utilização, ele terá que ser devolvido por ser um patrimônio público e ele vai servir enquanto o estudante estiver realizando suas tarefas, suas atividades acadêmicas nesse período de pandemia”, reforça.

“Estamos num momento muito difícil, em que essa pandemia tem atrapalhado a nossa rotina, tem dificultado a nossa vida, tem feito com que nós tenhamos com que nos reinventar. E as atividades, as aulas na Unicentro não pararam, elas continuam de acordo com a autonomia de cada departamento. Então, aqueles estudantes que não tinham acesso ou não teriam acesso, agora, vão ter a oportunidade de participar das aulas remotas. Não sabemos quando vai acabar, quando podemos ter aulas presenciais e temos que tocar a vida, temos que fazer que essa nova realidade possa acontecer. Essa parceria traz oportunidade para nós e, também, novos desafios”, finaliza Ademir.

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