Pesquisador da Unicentro lidera investigação sobre fatores genéticos associados à gravidade da covid-19

Pesquisador da Unicentro lidera investigação sobre fatores genéticos associados à gravidade da covid-19

O Ipec, que é o Instituito de Pesquisa para o Câncer de Guarapuava, começou a funcionar há duas semanas e já lidera a realização de uma pesquisa genômica que tem com o objetivo identificar se há fatores genéticos – e quais são eles – relacionados ao agravamento dos casos de covid-19. “Nessa pesquisa”, explica o médico, professor da Unicentro e presidente do Ipec, David Figueiredo, “o que nós queremos é tentar entender, de maneira mais profunda, as características clínicas ou a manifestação genotípica dessa doença”.

A investigação é realizada de forma conjunta por pesquisadores de instituições públicas e privadas do Paraná – entre elas, universidades estaduais e a Federal, PUC, o Hospital Pequeno Príncipe e o Lacen – e algumas instituições do estado de São Paulo, como USP (Universidade de São Paulo) e Unesp (Universidade Estadual Paulista). Todos os envolvidos, ao longo de quatro meses, coletarão e analisarão amostras de sangue e de tecidos de pacientes com diferentes quadros clínicos – incluindo manifestações leves, moderadas e graves da doença. Para isso, os pacientes que contraíram coronavírus serão divididos em três grupos. O primeiro deles é formado por pessoas mantidas em unidades de tratamento intensivo, as UTIs, com ventilação pulmonar. O segundo agrega pessoas com quadros moderados de coronavírus, internadas em enfermarias. Já o último grupo é formado por pacientes com quadro clínico leve ou assintomático em isolamento social.

A pesquisa e o Instituto são liderados pelo professor e pesquisador David Figueiredo (direita) (Foto: Sandra Meira)

O diferencial da pesquisa é que ela está trabalhando, conjuntamente, dois aspectos: as características genéticas tanto do paciente, quanto do vírus que o infectou. Segundo David, ao sequenciar o vírus em circulação no Paraná será possível compreender melhor a evolução da infecção. Isso porque a pesquisa deve levar a identificação de quais são as variações ou subtipos de coronavírus que fazem com que os pacientes infectados desenvolvam a doença com menor ou maior gravidade. Essa segunda abordagem, para David, é a mais rica na medida em que prevê o olhar para o paciente.

“Nós pretendemos realizar o sequenciamento do exoma desses pacientes e, então, poder olhar para um conjunto de mais de 20 mil genes e, nessa expressão gênica, buscar correlações entre ela e a evolução clínica do paciente na tentativa de identificar, talvez, um perfil de marcadores que correlacionem com uma propensão maior ou menor de gravidade em relação ao covid”, afirma o diretor do Ipec. Essas abordagens poderão auxiliar na busca de potenciais alvos para terapia no futuro.

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