Mutirão TEC do Bem, com apoio da Unicentro, já produziu e distribuiu 3.300 escudos faciais

Mutirão TEC do Bem, com apoio da Unicentro, já produziu e distribuiu 3.300 escudos faciais

Um motivo nobre: produzir equipamentos de produção individual para os profissionais da saúde, que atuariam nos hospitais de Guarapuava, durante o combate a pandemia do coronavírus. Essa foi a motivação, ainda no mês de março, para a criação do Mutirão TEC do Bem, que começou tímido, mas aos poucos foi ganhando corpo e capacidade produtiva. “Começamos com um grupo pequeno de pessoas, que vieram basicamente do ecossistema de inovação, através do DTI da Acig, através do Fórum de Inovação. E as pessoas foram se unindo”, conta o empresário Ruy Primak, que está a frente do grupo.

A união era para a produção, em impressoras 3D, das bases para as chamadas face shields, aqueles equipamentos de proteção que cobrem todo o rosto do profissional de saúde, como se fossem escudos. “Foram feitas algumas máscaras e foi crescendo esse processo, foi entrando mais pessoas, foi entrando as instituições de ensino, foram agregando, tivemos uma adesão bastante boa de voluntários”, lembra Ruy.

Assim, 30 impressoras 3D de Guarapuava passaram a produzir os escudos faciais. A Unicentro colocou cinco equipamentos – de laboratórios e de professores da instituição – trabalhando dia e noite, e em 30 dias, imprimiu 220 suportes para as máscaras. Mas a colaboração foi além, como lembra o professor Ricardo Miyahra, diretor do campus Cedeteg, que está liderando o processo na instituição. “Participamos também distribuindo esse material, recolhendo esse material no local em que foi produzido. Conseguimos também contribuir doando filamentos de PLA, que são os filamentos utilizados nas impressoras. Distribuímos também, aqui na nossa universidade, o PET-G, que é o material que faz a parte do escudo, a parte transparente”.

Ao longo do processo, escudos faciais passaram a ser produzidos só em acrílico, com corte a laser (Foto: arquivo pessoal)

Ao longo do processo, escudos faciais passaram a ser produzidos só em acrílico, com corte a laser (Foto: arquivo pessoal)

Além da impressão 3D, a Unicentro também contribuiu, já que recebeu da Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti) PET-G em diversas gramaturas, para o desenvolvimento de um novo sistema produtivo. O acrílico transparente, antes usado apenas para a parte da frente da máscara, passou a ser utilizado para a produção também do suporte, a partir de uma outra tecnologia, o corte laser, que deu muito mais agilidade ao processo. “Isso deu uma agilidade, uma velocidade muito grande”, reitera Ruy Primak.

Com a capacidade de produção ampliada, a Unicentro e ao TEC do Bem, em conjunto, puderam ampliar também as instituições beneficiadas com o repasse de face shields. A partir de demandas apresentadas à universidade, o mutirão forneceu face shields para os profissionais que atuam prestando assistência aos indígenas de todo o Paraná, bem como aos da Polícia Científica do estado e do Instituto Médico Legal.

“Depois de pouco mais de um mês da criação desse grupo, o balanço que nós fazemos aqui é que pudemos atingir o objetivo do grupo, que era produzir equipamentos de proteção individual com o que nós temos aqui na universidade, com os parceiros do grupo, para distribuir para instituições na área da saúde, entre outras. Conseguimos atingir esse objetivo, com mais de 3.300 máscaras sendo encaminhadas para diversas áreas que necessitam desse tipo de máscaras. Com isso, nosso balanço é que nossa universidade conseguiu sim atuar, mais uma vez, cumprindo seu papel social, que é auxiliar no combate a pandemia do coronavírus, que está acontecendo”, reforça Miyahara.

Apenas para o IML Paraná foram doados 200 escudos faciais produzidos pelo mutirão, do qual a Unicentro faz parte (Foto: arquivo pessoal)

Apesar do balanço ser positivo, a avaliação dos integrantes do Mutirão TEC do Bem é que o trabalho prossegue. “O mutirão continua na medida em que temos o material para a confecção de, mais ou menos, ainda uma 2.000 máscaras, que nós devemos aí na sequência serem feitas em corte laser e em impressora 3D, para que a gente possa atender mais entidades ou a própria reposição dessas instituições que já receberam”, avalia Ruy. E mesmo com a continuidade na produção dos escudos faciais, outras frentes já começam a ser vislumbradas.

“O mutirão continua também na medida em que vão surgindo novas ideias. Nós sabemos que, infelizmente ainda, o ciclo do covid não chegou ao final, nós temos ainda algum tempo pela frente, vamos coexistir com isso durante algum tempo e ideias – como ventiladores, como outros tipos de equipamentos estão sendo aventadas”, explica o empresário, para complementação do professor Ricardo: “existe a possibilidade, está se discutindo no grupo a possibilidade da gente fazer impressão de outros materiais, como suporte para maçanetas de portas, ou até mesmo a gente está discutindo para produzir respiradores, conforme as normas que são vigentes”.

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