Ação discute prevenção de infecções sexualmente transmissíveis no Campus de Irati

Ação discute prevenção de infecções sexualmente transmissíveis no Campus de Irati

Entre as disciplinas do último ano do curso de Psicologia está o estágio profissionalizante, que prevê a realização de estágios nos serviços ofertados pela Secretaria Municipal de Saúde. Com isso, várias ações são desenvolvidas em parceria com o Centro de Testagem e Aconselhamento, principalmente aquelas visando à prevenção de infecções sexualmente transmissíveis.

Dessa forma, foi dentro do grupo de estágio que surgiu a ideia de realizar uma ação semelhante, também de prevenção dentro da unidade universitária. “A metodologia que estamos usando se chama metodologia de educação entre pares. Ou seja, nós pegamos um público, por exemplo, os estudantes, e promovemos uma ação para estudantes realizada por estudantes, falando na linguagem deles sobre prevenção”, explica Gustavo Zambenedetti, professor da disciplina de Estágio Profissionalizante em Saúde.

Participantes “pescavam” possíveis parceiros e avaliavam os riscos do relacionamento (Foto: Caroline Albertini)

A ideia partiu de dois estudantes que convidaram colegas de outras turmas dos cursos da saúde para que também participassem. “Esses alunos passaram por oficinas de prevenção, onde discutiram como se contrai a infecção, como não, vulnerabilidade e metodologias de prevenção”, detalha o docente.

A proposta dos alunos foi fazer uma ação voltada para o público universitário. Dessa forma, um fator importante para que a ação atingisse o público-alvo era a utilização da mesma linguagem usada por eles. “Nós queríamos fazer uma ação de prevenção de infecções sexualmente transmissíveis aqui na Universidade, mas bastante voltada ao público jovem, com a nossa linguagem, com o nosso jeito de fazer e de poder pensar prevenção. Decidimos fazer a Barraca do Tinder, que tem a temática de festa junina misturada com essa coisa dos relacionamentos, da afetividade, da sexualidade e também da prevenção”, explica Lucas Pellá, um dos acadêmicos envolvidos na organização.

A Barraca do Tinder funcionou como uma pescaria. O participante deveria retirar um cartão que fazia alusão a uma pessoa hipotética, com quem ele gostaria de ter algum tipo de relacionamento. Na sequência, os acadêmicos da organização criavam uma história fictícia e faziam perguntas relacionadas as infecções sexualmente transmissíveis. “Nós criamos uma história que é sempre direcionada as ISTs. Nós tentamos levar as perguntas como informação para as pessoas saberem onde podem fazer o teste rápido, se elas sabem como contrai ou não, quais fluídos passam ou não, por exemplo”, comenta a estudante Amanda Dal Santo, também integrante da organização.

Materiais informativos sobre a aids foram distribuídos ao longo de todo o dia (Foto: Caroline Albertini)

A ação foi desenvolvida durante um dia todo e chamou a atenção da população universitária, que participou. Analine Bodatti, por exemplo, definiu como interessante a ideia de conciliar diversão e aprendizado. “Eu achei muito divertido, porque ao mesmo tempo que estamos participando de algo diferente, estamos aprendendo. É uma coisa bem legal e diferente o que eles estão fazendo com essa barraca”.

Vanessa Cardoso, que também participou da atividade, destacou a importância da intervenção dentro do ambiente universitário. “É um espaço do nosso cotidiano e que, muitas vezes, não é falado. Essas questões estão presentes sempre, e muitas vezes as pessoas não se protegem da forma que deveriam”, salienta.

Para o professor Gustavo, a importância da ação está pautada em dados apresentados pelo Ministério da Saúde, de que as infecções sexualmente transmissíveis cresceram entre os jovens do país nos últimos três anos. “Isso se chama segunda onde da Aids. Nos últimos três anos houve aumento, novamente, dos índices de infecção, principalmente no público jovem. É importante destacar esse dado, porque ele justifica nós termos que retomar ações de prevenção”.

Preservação foi reforçada pelos estudantes de Psicologia (Foto: Caroline Albertini)

Junto às informações passadas pelos acadêmicos, os participantes também levavam para casa panfletos informativos sobre tratamento, auxílio médico e situações de risco ligadas as infecções. “Qualquer um de nós pode ter e até transmitir para outras pessoas sem saber. É por isso que pensamos em poder falar mais sobre prevenção e sexualidade, para que cada pessoa possa pensar a forma de se cuidar. É poder conversar com as pessoas, tanto na informação, quanto para sensibilizar”, finaliza Lucas.

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