Projeto desenvolve pigmentos a partir de resíduos industriais

Projeto desenvolve pigmentos a partir de resíduos industriais

No fim de 2014, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) contemplou diversos projetos de pesquisa da Unicentro. Um deles foi o de “Pigmentos Inorgânicos sintéticos: óxido de ferro e aluminatos para tintas e esmaltes”, coordenado pelo professor Fauze Anaissi, do Departamento de Química da universidade.

Esse projeto visa desenvolver novos pigmentos que podem ser aplicados na tinta branca comercial, dando a ela uma nova coloração. “O que nós estamos fazendo aqui é a preparação de pigmentos sintéticos baseados em ferro. Temos um processo que chamamos de cozimento de sais de ferro, que geram partículas coloridas em tons de amarelo a vermelho que já foram testados para dar cor à tinta branca”, conta o professor.

Há três anos, o projeto também passou a abranger os aluminatos, que têm matriz branca, do alumínio e são coloridos por meio de outros agentes como cobalto e ferro. O que torna a proposta sustentável é a busca por desenvolver os pigmentos a partir da recuperação dos resíduos de ferro e alumínio que são descartados pelas indústrias. Tornando-se, assim, menos danoso ao meio ambiente, já que o ferro e o alumínio não são materiais poluidores. De acordo com o professor Fauze, esses metais podem ser reutilizados e transformados em pigmentos, tendo em vista que, do ponto de vista de toxidez e agressividade à natureza, eles são uma forma inerte.

No ano passado, a parte do projeto que trata da produção de aluminatos conquistou o primeiro lugar no Prêmio Abrafati de Ciência em Tintas 2014, realizado pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Tintas (Abrafati). Para o professor Fauze, essa premiação mostrou que o trabalho que vem sendo realizado é, de fato, de interesse da indústria.

Como um dos objetivos do projeto é ampliar a produção, a proposta também será levada para o Congresso da Associação Brasileira de Fabricantes de Tintas, ainda esse ano. Esse evento ocorre a cada dois anos e é um dos maiores da área. “Esse evento difere de todo congresso científico que normalmente os pesquisadores participam, porque é um congresso que envolve os empresários da indústria de tintas”, conta o professor Fauze.

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