Concurso de Redação Pró-Memória Irati premia alunos de escolas públicas

Concurso de Redação Pró-Memória Irati premia alunos de escolas públicas

Neste mês de novembro, estudantes de ensino médio da rede pública receberam os certificados e os prêmios do Concurso de Redação Pró-Memória Irati. A iniciativa foi organizada pelo Centro de Documentação e Memória do Câmpus de Irati (Cedoc/I) da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), em conjunto com a Academia de Letras, Artes e Ciências do Centro-Sul do Paraná (Alacs) e o Núcleo Regional de Educação de Irati. 

“O objetivo do projeto foi envolver os alunos das escolas estaduais de ensino médio na busca de compreensão de personagens da história de Irati e na produção de textos relacionado com a memória histórica”, explica o diretor do Cedoc, professor João Carlos Corso.

Gabriela Kovalski, do Colégio Cívico-Militar Duque de Caxias, foi a vencedora na categoria “3º ano”. (Foto: Coorc)

Em sua primeira edição, a competição teve como tema os Protagonismos das mulheres na história da educação em Irati. “A concepção do projeto se inspirou na História Pública e na metodologia da Educação Patrimonial, para que as próprias alunas e alunos produzissem histórias, com base em pesquisas e nas oficinas que oferecemos”, explica a professora Méri Frotscher Kramer, uma das idealizadoras do concurso. “[Nessas oficinas] eles puderam discutir com os estagiários do curso de História documentos do acervo do Cedoc – fotografias e reportagens – e também biografias de professoras que defenderam o direito à educação formal de qualidade para todas e todos”, complementa a antiga diretora do Centro de Documentação.

Sob supervisão dos professores de Língua Portuguesa e de História das escolas, os estudantes escreveram redações de acordo com o gênero definido para a sua série: artigo de opinião (1ª e 2ª séries) ou carta aberta (3ª série). Neste ano, participaram os colégios Duque de Caxias, Gonçalves Júnior, Nossa Senhora de Fátima, Padre Pedro Baltzar, Rio do Couro e Trajano Grácia. 

Isabel Aparecida Roessler, do Colégio Estadual do Campo Rio do Couro, foi a vencedora na categoria “2º ano”. (Foto: Acervo Pessoal)

Gabriela Kovalski, do Colégio Cívico-Militar Duque de Caxias, venceu na categoria “3º ano” com um texto sobre as professoras da Escola Municipal Irmã Helena Olek. “Eu pesquisei bastante sobre mulheres que já participaram da nossa história. E eu estudei no ‘colégio das irmãs’ e ali eu tive bastante ajuda, bastante influência de pessoas na minha vida. Uma pessoa que eu fui atrás foi a minha tia, que mora em Campo Largo atualmente”, conta Gabriela. “As oficinas [no Cedoc] também geraram bastante ideias, elas foram bem legais, então acredito que isso motivou também a fazer o texto”, pontua a estudante, que teve a supervisão da professora Silvana das Graças Filipak, da disciplina de Língua Portuguesa.

Primeira colocada na categoria “2º ano”, Isabel Aparecida Roessler, do Colégio Estadual do Rio do Couro, foi supervisionada pelos professores Wallas Jefferson de Lima, de História, e Adriana Cristina Burnat Cardoso, de Língua Portuguesa. Segundo Wallas, por se tratar de uma escola rural afastada do centro da cidade, o primeiro ponto foi apresentar para os alunos uma visão mais ampla do que é educação.

Paulo Henrique Machado, do Colégio Estadual do Campo N. Sra de Fátima, foi o vencedor na categoria “1º ano”. (Foto: Acervo Pessoal)

“Quando a gente chegou com esse tema, muitos deles acharam ‘eu não vou ganhar porque ninguém na minha família estudou, ninguém na minha família foi isso, foi aquilo, todo mundo teve que trabalhar etc’. Então primeiro foi a valorização do aluno e de que você não pode ver o educador apenas como alguém que é formado numa faculdade”, conta.

A partir disso, surgiram redações como a escrita por Isabel, que teve como personagem uma parente dela. “Uma tia autodidata, que não era professora formada, mas que ensinou idosos a ler, em uma parceria com a igreja da comunidade. E ela ficou muito emocionada de terem eleito o texto dela, porque ela jamais pensou que o exemplo da tia pudesse ser escolhido como modelo”, relata o docente. 

“O projeto aproximou as escolas do trabalho desenvolvido pelo Cedoc e pelo curso de História da Unicentro, promoveu discussão sobre relações de gênero na história da educação e contribuiu para a formação dos estagiários concluintes do curso de história”, reforça a professora Méri.

Para o diretor do Cedoc, o resultado dessa primeira experiência foi muito positivo. Segundo ele, a expectativa agora é continuar estruturando o concurso e ampliar a participação das escolas, com a possibilidade de incluir outros municípios da região na edição do próximo ano. “Essa iniciativa é mais uma forma da universidade ir para dentro da comunidade, fazendo um papel de extensionista. E ao mesmo tempo ela está produzindo memória, produzindo textos que têm relação com com a história da cidade e da região e esse é um trabalho fundamental”, conclui Corso.

Prêmios e patrocinadores

Assim como as demais produções premiadas, os textos de Gabriela e de Isabel vão ser publicados na Folha de Irati. Os vencedores também ganharam bolsas de estudos, com material didático incluso, para estudar no Centro de Línguas da Unicentro (CEL), na Circles Learning Center/Grupo São Vicente, na CNA Inglês Definitivo e na InFlux. 

Todos os professores supervisores de Língua Portuguesa e de História dos alunos premiados receberam um voucher da Editora Unicentro, obras de acadêmicos da Alacs e descontos na compra de livros no Sebo Centenário.

 

Confira o resultado final do Concurso Pró-Memória Irati

Por Wyllian Correa


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