Perito argentino fala sobre autópsia psicológica no Câmpus de Irati
O Departamento de Psicologia (Depsi) promoveu, na última sexta-feira (23), um evento sobre autópsia psicológica no Câmpus de Irati da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). O palestrante do dia foi Damian Guillermo Ricardo, perito oficial do Poder Judiciário da Província de Santa Cruz, na região da Patagônia Argentina, e professor da Associação Argentina de Psicologia Jurídica e Forense.
Como observa Damian, a autópsia psicológica é um procedimento do âmbito da perícia forense que serve para reconstruir as características psicológicas de uma pessoa que foi morta de forma violenta. “Nesses casos, que são suicídios, homicídios ou acidentes, a autópsia psicológica é usada para ver as características da personalidade e do estilo de vida da pessoa e a relação com essa morte”, comenta.
Ao detalhar a abordagem, o perito explica que, com base no arquivo do processo, são feitas entrevistas com pessoas do entorno da vítima, começando pelas mais próximas e ampliando para as relações mais distantes, assim como são ouvidas aquelas que tiveram um contato mais recente com ela. “Com tudo isso, com a informação do arquivo mais as entrevistas, nós buscamos indicadores psicopatológicos, indicadores da história do desenvolvimento dessa pessoa e dos vínculos que ela teve, para produzirmos um relatório de autópsia psicológica”, pontua.
O docente lembra que apesar de ter surgido entre os anos 1940 e 1950 nos Estados Unidos, o procedimento só começou a ser mais conhecido na América Latina há poucos anos. Segundo ele, colaborou para isso o trabalho da médica cubana Teresita García Pérez, que estabeleceu o protocolo Mapi (Modelo de Autópsia Psicológica Integral) no final dos anos 1990. “O que acontece é que isso ainda é muito incipiente. No caso da região onde eu trabalho, que é na Patagônia Argentina, eu fiz a primeira autópsia no ano de 2011, após uma preparação prévia. Claro que havia incursões em outros lugares, tanto na Argentina como em outros países, como no México, mas a área ainda está se difundindo. Então é importante divulgar o método para os colegas psicólogos, e também para os advogados e juízes”, reforça Damian, que também é professor na Universidade Nacional da Patagônia Austral.
“Essa palestra é uma oportunidade que nos ajuda a ampliar a formação do curso de psicologia, em especial com esses temas que são emergentes e que trazem às nossas alunas e aos nossos alunos uma possibilidade de visualizar áreas de trabalho que estão se constituindo, em especial nessa interface com a área jurídica e de direitos humanos”, afirma a chefe do Departamento de Psicologia, professora Caroline Guisantes de Salvo Toni.
Por Wyllian Correa
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