Docente da Unicentro faz visita técnica à Universidade Autônoma de Barcelona
No mês de maio, a professora Cibele Krause Lemke, coordenadora de Relações Internacionais da Universidade Estadual de Centro-Oeste (Unicentro), esteve em visita técnica à Espanha. Ela foi uma dos aprovados no edital conjunto publicado no ano passado pela Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós Graduação (Propesp) e pelo então Escritório de Relações Internacionais da Unicentro (ERI) para viagens de cooperação internacional. A iniciativa, financiada pela Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti), em parceria com a Fundação Araucária, busca fomentar e consolidar a política de internacionalização das instituições de ensino superior do estado.
Como explica a docente, o edital da Propesp e do ERI era direcionado ao acompanhamento de atividades de bolsistas do Programa de Doutorado Sanduíche no Exterior (PDSE) da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Por isso, a professora foi até a Universidade Autônoma de Barcelona (UAB), onde está Fernanda Seidel Bortolotti, sua orientanda de doutorado no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Unicentro.
De 10 a 15 de maio, a docente participou de diversas agendas com a orientanda na cidade espanhola. Entre elas, Cibele e Fernanda se reuniram com o Grupo de Pesquisa em Interação Plurilíngua, que se dedica a estudar o ensino de línguas nas escolas, considerando a realidade linguística da Catalunha e do norte da Espanha como um todo. “O grande foco desse grupo de estudos é de fato reconhecer a presença de diferentes línguas nas escolas, na sociedade e trabalhar com essa diversidade linguística já desde o início da escolarização das crianças”, comenta.
Cibele lembra que, hoje em dia, todas as escolas públicas da Espanha estão voltadas para o ensino bilíngue do espanhol e do inglês. “Só que nessas escolas, as crianças que participam falam muitas outras línguas, porque vêm de diferentes partes do mundo, sobretudo por conta da imigração. Então há latino-americanos, mas também argelinos, marroquinos, de parte do Oriente Médio também, como Paquistão, tem essa diversidade acontecendo dentro do escopo da escola”.
Em uma dessas escolas, que tem parceria com a UAB, as duas puderam acompanhar como é feito o trabalho durante uma aula de inglês. “É uma escola que funciona por projetos, então ela é um pouco diferente das outras, eles não trabalham nem com apostilas, nem com livro didático. A escola escolhe um eixo condutor e, a partir desse eixo, todas as disciplinas se encaixam. E o eixo que nós acompanhamos nesse dia era justamente o da diversidade linguística na sociedade”, relata.
A docente reforça que acompanhar esse tipo de experiência prática é muito importante para a pesquisa de Fernanda, já que o trabalho que ela está desenvolvendo junto ao PPGE envolve diretamente o ensino de inglês para crianças e a maneira que elas percebem esse processo de aprendizagem de línguas na escola.
A viagem também serviu para oficializar o requerimento para que a professora Dolors Masats Viladoms, que recebe a discente da Unicentro em Barcelona, passe a ser sua coorientadora de Doutorado.
Além disso, durante a sua estadia na capital da Catalunha, a coordenadora de Relações Internacionais da Unicentro teve a oportunidade de participar das Jornadas de Formação da Faculdade de Educação da Universidade Autônoma de Barcelona. Segundo a professora, o objetivo do evento era repensar os planos de estudos dos cursos de acordo com diferentes aspectos, como a incorporação de metodologias ativas no processo de ensino e aprendizagem.
Outro resultado da visita técnica foi o convite para a professora Cibele Krause Lemke integrar a EDiLiC, associação internacional que trabalha por uma educação voltada à diversidade linguística e cultural. “Essa associação já é bastante conhecida na Espanha, na França, na Alemanha e na Itália, e ela tem um projeto de todas as línguas na escola. Ou seja, cultivar esse pressuposto de diversidade linguística, que é algo que no Brasil a gente vai na contramão. [Por exemplo] tira-se o espanhol, com mais de 800 professores no estado formados, concursados, e esses professores não têm onde trabalhar porque o espanhol acabou saindo da matriz curricular. Então, a gente quer somar forças a essa associação, no sentido de observar como que eles vão trabalhando e o que que eles fazem. Envolve não somente a questão das metodologias de ensino de línguas, mas também questões de política e linguística na escola”, pontua a docente.
Por Wyllian Correa
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