UNICENTRO: Remoção de microplásticos no tratamento convencional de água de abastecimento
Kelly Cristina Soares Euzebio
Data da defesa: 09/08/2024
Banca de Defesa:
Dr. Sandro Xavier de Campos – UEPG – Primeiro Examinador
Dr. André Aguiar Battistelli – UFSC – Segundo Examinador
Dr. Carlos Magno de Sousa Vidal – UNICENTRO – Orientador e Presidente da Banca
Resumo:
Este estudo avalia a remoção de turbidez e de microplásticos no tratamento convencional de água para abastecimento, simulando, em escala de bancada, os processos de coagulação, floculação, sedimentação e filtração com a utilização do Jar Test e usando os coagulantes tanino e cloreto de polialumínio (PAC). A água do estudo foi retirada de um rio que abastece uma Estação de Tratamento de Água (ETA) de um município do estado do Paraná. Após tratamento, a água tratada foi caracterizada nos parâmetros turbidez, pH e cor aparente. Para identificação, quantificação e caracterização dos microplásticos foi utilizada a inspeção visual em estereomicroscópio e para determinar a identidade química dos polímeros foi usada a técnica de Espectroscopia no Infravermelho por Transformada de Fourier com Refletância Total Atenuada (FTIR-ATR). Os resultados demonstraram que ambos os coagulantes são eficientes na remoção de turbidez da água bruta (66 ± 53 uT), visto que o coagulante tanino apresentou valor de turbidez de 0,99 ± 0,17 uT e o PAC chegou em 0,81 ± 0,12 uT após filtração. Na água bruta foram encontrados 25 ± 13,52 micropláticos/100 ml de água, dos quais: Poliamidas (NYLON), Poliuretano (PU), Policarbonato (PC), Policloreto de Vinila (PVC), Polimetilmetacrilato (PMMA ou ACRÍLICO), Etileno Acetato de Vinila (EVA), Polietileno de Alta Densidade (PEAD), Acrilonitrila Butadieno Estireno (ABS), Poliestireno (PS), Acetato de Celulose (CA) e Politetrafluoretileno (PTFE). Foram identificadas fibras (60% das partículas encontradas), fragmentos e linha (filamentos e fios), com prevalência de tamanho de 51 a 100 μm, nas cores azul (50%), vermelho e transparente. Os coagulantes também apresentaram eficácia na remoção dos microplásticos, indicando 81% de remoção com o tanino e 86% com o PAC. Apesar da similaridade nas porcentagens de remoção, o PAC demandou o dobro de dosagem em relação ao tanino (6 mg.L-1 de tanino para 12 mg.L-1 de PAC). Portanto, concluiu-se que a utilização de coagulantes como o tanino e o PAC em estações de tratamento de água para abastecimento é viável por ambos apresentarem bons índices de remoção de turbidez e microplásticos. O tanino ainda se sobressai ao PAC por causar menos impacto ao meio ambiente, pois o lodo gerado por ele pode ser utilizado na produção de energia por combustão. Este estudo ainda demonstra que é possível relacionar a remoção de turbidez com a remoção de microplásticos, desde que haja a realização de outros ensaios como o FTIR e a microscopia para se poder confirmar essa relação.