UEPG – Utilização de técnicas estatísticas na análise de dados de saneamento básico e saúde nas capitais brasileiras

LETÍCIA RAPHAELA ALVES DA SILVA BELINOVSKI DAMICO

Data da defesa: 10/09/2021

Banca:

Dr. Charles Carneiro ISAE-FGV/Curitiba – Primeiro Examinador
Dr. Gabriel Alfredo Carranza – UL Lafayette – Louisiana (EUA) – Segundo Examinador
Dra. Giovana Kátie Wiecheteck – UEPG – Orientadora e Presidente da Banca

Resumo:
Os serviços de saneamento básico, como abastecimento de água potável, coleta e tratamento de esgoto, coleta e disposição final de resíduos sólidos e drenagem urbana são importantes determinantes para promoção da saúde e o bem-estar da população. Em algumas regiões do Brasil esses serviços são precários, principalmente em relação à coleta e tratamento de esgoto sanitário. O objetivo do presente trabalho foi avaliar a relação entre a proporção da população atendida com os serviços de abastecimento de água, coleta de esgoto sanitário e coleta de resíduos sólidos com as taxas de internamento por doenças de veiculação hídrica e mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias em menores de 1 e 5 anos, nas capitais brasileiras no período de 2008 a 2019. A partir de dados secundários do Sistema Nacional de Informações em Saneamento (SNIS) e do Departamento de Informática do SUS (DATASUS), foram realizadas análises estatísticas de correlação e regressão linear simples, agrupamento e intervalos de confiança para avaliar as semelhanças entre as capitais brasileiras e as relações entre saúde e serviços de saneamento básico. Com os resultados obtidos, observou-se uma correlação significativa e inversamente proporcional (r > -0,7) entre a população atendida por serviços de esgotamento sanitário e as taxas de internação por doenças de veiculação hídrica, ressaltando a importância da abrangência deste serviço para redução das taxas de internamento hospitalar estudadas, principalmente nas capitais Belém, Boa Vista, Campo Grande, Cuiabá, Curitiba, João Pessoa, Natal, Palmas, Porto Alegre, Porto Velho, Rio de Janeiro, São Luís e Teresina. Com a análise de agrupamento e de intervalo de confiança foi possível visualizar similaridades entre algumas capitais, como por exemplo capitais das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste e capitais das regiões Norte e Nordeste do Brasil. Conclui-se que apesar da grande diversidade entre as capitais brasileiras e do estudo não ter considerado o investimento em saneamento básico feito no período analisado, foi possível visualizar que em algumas capitais as correlações entre serviços de saneamento e as taxas de internamento hospitalar por doenças de veiculação hídrica são evidentes e demonstram a necessidade do acesso a esses serviços para as melhores condições de saúde da população. Por outro lado, deve-se salientar que os dados obtidos no SNIS e DATASUS podem apresentar falhas, com variável grau de precisão nas diferentes regiões do Brasil.

Link: https://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3518

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