UNICENTRO – Avaliação da geração de biogás a partir da biodigestão anaeróbia da fração orgânica de resíduos sólidos municipais utilizando dejeto animal suíno e bovino
Fabíole Jordana Los
Data da defesa: 30/09/2015
Banca:
Dr. Marlon André Capanema – UFSC – Primeiro Examinador
Dra. Jeanette Beber de Souza – UNICENTRO – Segunda Examinadora
Dr. Waldir Nagel Schirmer – Orientador e Presidente da Banca
Resumo:
Este trabalho teve por objetivo avaliar a influência da utilização de diferentes inóculos de dejeto animal em diferentes proporções na determinação do potencial de geração de biogás a partir da fração orgânica de resíduos sólidos urbanos. Para tanto, foram estudados dois inóculos diferentes (dejetos suíno e bovino), na proporção 1g SV inóculo e 1g SV substrato / 1g SV, afim de determinar a influência destes na geração de biogás e, para o dejeto bovino duas proporções distintas (3g SV substrato / 1g SV inóculo e 1g SV substrato / 1g SV) foram empregadas, no intuito de avaliar a influência deste parâmetro na geração de biogás. A partir da escolha dessas frações, foi determinado a influência da diferença dos parâmetros físico-químicos (umidade, SV, ST, DQO, P, N, C, C/N, pH e alcalinidade) iniciais e finais às diferentes produções de biogás, bem como às diferentes proporções de CH4, CO2 e H2S da composição do biogás gerado, em condições mesófilas, com um percentual de umidade inicial de 85%. Para tanto, foi utilizado o método do potencial bioquímico de metano (BMP) para a avaliação do potencial de geração de biogás. Como resultado, observou-se que a geração média de biogás atribuída ao resíduo foi altamente dependente do tipo de inóculo utilizado, visto que para o dejeto suíno, na proporção de 1gSV resíduo:1 gSV dejeto, a produção de biogás atingiu 60,41 mL.gsv adicionado-1 e, para o dejeto bovino nesta mesma proporção, a geração de biogás não passou de 4,77 mL.gsv adicionado-1. A proporção inóculo substrato também mostrou diferentes resultados, sendo que a proporção 3:1 para o dejeto bovino teve uma geração acumulada de biogás igual a 18,44 e, na proporção 1:1 menos da metade dessa produção foi atingida, chegando a 4,77 mL.gsvadicionado-1. Ao relacionar essas diferenças de geração de biogás aos parâmetros iniciais e finais obtidos, observa-se que a maior geração de biogás (do dejeto suíno, proporção 1:1) é daqueles biodigestores com maior alcalinidade inicial e final, maior pH final e, a maior redução de SV (28,61%) seguido pelos biodigestores de dejeto bovino nas proporções 3:1 e 1:1. O pH é tido como um possível causador da inibição do processo, devido ao baixo pH final obtido para ambos os biodigestores, assim como a alcalinidade. Os parâmetros físico-químicos finais revelam que um remanescente de mais de 80% de sólidos voláteis permaneceu ao final da digestão, indicando um potencial de degradação da massa presente no biodigestor. Já com relação à caracterização do biogás, não houve diferença significativa na concentração de metano presente no biogás gerado, ao longo dos 50 dias de digestão. Dessa forma, verificou-se que o sucesso da aplicação da co-digestão anaeróbia para produção de biogás (metano) depende da qualidade e fonte do substrato e inóculo empregados e da razão substrato/inóculo aplicada, os quais influenciam diretamente no processo de digestão anaeróbia.