Unicentro recebe cinco filhotes de animais silvestres resgatados para reabilitação

Unicentro recebe cinco filhotes de animais silvestres resgatados para reabilitação

O Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Silvestres (Cetras), da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro), recebeu recentemente cinco filhotes de animais silvestres que foram resgatados e precisam de cuidados especializados. Entre os animais estão um tamanduá-mirim, um veado-mateiro, um gato-do-mato, um macaco-prego e um gato-mourisco.

Os animais foram resgatados por autoridades ambientais em várias cidades do Paraná, além de Guarapuava, também em Clevelândia, Francisco Beltrão, Cascavel e Toledo. Eles foram encaminhados para os escritórios regionais do Instituto Água e Terra (IAT) e mantidos, por algum tempo, em parceiros desses escritórios. Todos os animais estão saudáveis e, pela necessidade de cuidados específicos ou de reabilitação, foram encaminhados para o Cetras da Unicentro, referência no estado.

O veado-mateiro e o tamanduá-mirim, ainda em fase de amamentação, demandam atenção especial da equipe do Cetras. “Os animais que ainda estão sendo amamentados recebem o leite mais adequado possível, com a suplementação necessária, no intervalo de três em três horas. É necessário criar uma equipe que faça esses cuidados, que substitua a mãe, pelo menos nos cuidados, para que a gente tenha um bom desenvolvimento, um desenvolvimento saudável”, conta o coordenador do Cetras, professor Rodrigo Martins de Souza.

O pequeno tamanduá é totalmente dependente da mãe e sem os cuidados humanos não resistiria. “O que é mais difícil de alimentar é o tamanduá-mirim porque é um animal que tem uma anatomia da cabeça e da boca que é muito diferente, então é muito difícil de substituir a mãe dele nesse caso, mas a gente faz, além da mamadeira, uma papinha que é específica para cuidar desses animais e também tentamos já acrescentar alimentação natural com formigas e cupins da natureza”, disse Rodrigo.

Os outros três filhotes, já mais independentes, também estão recebendo acompanhamento veterinário e nutricional. O macaco-prego, resgatado de uma condição em que a mãe estava morta na beira da estrada, vai ser encaminhado para ficar a vida inteira sob cuidados humanos. Já o gato-do-mato e o gato-mourisco têm mais chances de voltar à natureza. “Os animais com alguma chance de reabilitação para retorno à natureza têm que ser criados totalmente isolados, a gente evita ao máximo o contato com eles e aquilo que a gente chama de imprinting, que seria eles se apegarem ao ser humano, mudarem o seu comportamento de filhotes pelo convívio com o ser humano. É o caso dos pequenos felinos, a gente sempre tenta mantê-los mais distantes e começa não dando nome, porque a partir do momento que a gente começa a chamá-los pelo nome, começa o processo de imprinting e isso é terminantemente proibido”.

Nestes casos, o apego ao ser humano se torna um risco para ele na natureza. Ao contrário de ser uma forma de tratamento insensível, permite a reintrodução de animais silvestres com maior êxito. “Não pode fazer carinho, não pode ficar com o animal no colo, para que ele tenha chance depois de desenvolver os seus instintos, aprender a caçar, aprender a fugir das pessoas, fugir dos seus predadores e aí ser solto na natureza, de preferência no local de resgate ou próximo do local de resgate”, reitera o coordenador do Cetras.

Reabilitação e reintegração à natureza

Após a reabilitação e estabilização, a equipe do Cetras irá avaliar a necessidade de reintegração. O objetivo principal é reintegrá-los à natureza, sempre que possível. “Em geral, os cuidados com neonatos, com filhotes muito pequenos, são longos, são diuturnos e a gente precisa se preparar para ficar com eles por um bom tempo para poder decidir com o gestor de fauna, com o IAT, qual o melhor destino de cada um deles”, conclui Rodrigo.

Por Giovani Ciquelero

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