Câmara de Vereadores aprova requerimento para solucionar problemas de internato do curso de Medicina

Câmara de Vereadores aprova requerimento para solucionar problemas de internato do curso de Medicina

Na noite de ontem, terça-feira (27), a Câmara de Vereadores de Guarapuava aprovou por unanimidade o requerimento 40/2024, que sugere ao Poder Executivo a criação de um programa de bolsas para remuneração dos preceptores dos acadêmicos do curso de Medicina, visando o apoio municipal à formação médica dos estudantes da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro).

O documento será encaminhado à prefeitura, na busca por suporte para a inserção dos estudantes de medicina da instituição nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs) do município. Na plenária, o pedido foi apresentado pelo reitor da Unicentro, professor Fábio Hernandes.

Apoio do legislativo é fator decisivo para garantia dos estágios

O pedido foi apresentado pelo reitor da Unicentro, professor Fábio Hernandes.

Durante a sessão, Hernandes destacou a importância do apoio legislativo para criar uma lei municipal que possa viabilizar a atuação dos médicos do município como tutores dos estudantes de medicina. Segundo ele, essa parceria é essencial para garantir a formação completa dos futuros profissionais, considerando a importância das práticas não apenas nos hospitais, mas também nas UBSs. “Viemos mais uma vez pedir apoio a esta casa que sempre tem nos apoiado. Dentro da legalidade, queremos encontrar possibilidades para que os médicos do município possam ser preceptores para nossos alunos. O estudante de medicina precisa de uma formação completa e isso inclui a prática nas UBSs, vinculadas principalmente ao município”, afirmou o reitor.

O vereador João Saulo Piaseck, conhecido como Professor Saulo, ratificou a importância do programa de preceptoria para os serviços de saúde, destacando a necessidade de uma gratificação para que os preceptores possam receber os alunos das unidades de saúde municipais. Em sua fala, ele enfatizou que a Câmara é o espaço adequado para debater e solucionar questões que impactam diretamente no desenvolvimento da cidade. “Aqui sempre foi palco de boas conversas que mudaram o desenvolvimento da nossa cidade. Nós fazemos as provocações, levantamos os problemas e trazemos aqui, para que os vereadores possam somar forças e para que possamos avançar e provocar o executivo, que é quem realmente pode nos ajudar nesta situação”, pontuou.

Professores e estudantes reforçam a importância do internato para a formação completa dos acadêmicos

Outro ponto abordado foi a dificuldade enfrentada pelos estudantes nas práticas internas nas unidades básicas de saúde e hospitais municipais. O professor Abrão José Melhem Junior, representante do curso de Medicina da Unicentro durante a sessão, ressaltou a necessidade de superar esses obstáculos para garantir a formação adequada dos mais de 200 estudantes da instituição. “O curso de Medicina, além dos alunos e dos professores, depende de uma estrutura mínima, como salas de aulas, laboratórios de prática, materiais de simulação, ambulatórios e tudo isso já é oferecido. Mas agora, nós chegamos nessa fase de internato, que é quando os alunos ficam imersos em estágios e no aprendizado na prática e é agora que precisamos de ajuda”, disse o docente da Unicentro.

Em sua fala, Natalia Bortolanza, estudante do segundo ano e presidente do Centro Acadêmico de Medicina, destacou a importância do apoio do poder público para manter a qualidade das práticas na formação médica. Ela ressaltou a competitividade para ingressar em uma universidade pública e a necessidade de estruturas adequadas para o internato na cidade. “As nossas aulas teóricas são excelentes, mas nós precisamos, acima de tudo, do apoio do poder público para que essa qualidade seja mantida nas práticas. Afinal, só se aprende de verdade junto com as práticas. Isso representa a oportunidade de reverter todos os benefícios que temos de estudar em uma universidade pública para a população”.

Internato já é realizado em outras cidades da região

O reitor Fábio Hernandes explicou que, por enquanto, cidades da região como Pitanga, Irati e Prudentópolis, aceitaram receber os acadêmicos da Unicentro. O impasse em Guarapuava é que os médicos do município solicitam receber uma contrapartida da universidade para tutorar os acadêmicos da Unicentro. Porém, a instituição, por ser pública, é proibida por lei de fazer tal ato. “Nós estamos pedindo o apoio do Poder Legislativo para que analisem a possibilidade de termos uma lei municipal que possa fazer com que os médicos do município possam ser preceptores dos nossos estudantes dentro da legalidade. Nós sempre tivemos apoio desta casa e também do Poder Executivo, e estamos confiantes de que essa questão será solucionada”, afirmou.

Para o vereador e presidente da Câmara Municipal de Guarapuava, Pedro Moraes, “Esse é um assunto que não sai do nosso radar e com certeza vamos nos somar a Unicentro nesse caso. O Hospital Regional também precisa servir como um espaço para que esses alunos se desenvolvam. Eles são os futuros médicos da nossa cidade, da nossa região”.

O requerimento aprovado representa um passo significativo na busca por soluções que beneficiem tanto os estudantes de medicina quanto a comunidade local. A expectativa é de que o prefeito, ao receber o documento, analise a proposta e contribua para a construção de uma parceria eficaz entre a Unicentro e o município de Guarapuava.

 

Fotos: Diretoria de Comunicação do Poder Legislativo de Guarapuava

 

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