Escritora e roteirista busca na Unicentro documentos históricos em pesquisa para novo livro

Escritora e roteirista busca na Unicentro documentos históricos em pesquisa para novo livro

A escritora, roteirista e editora Beatriz Bracher embarcou em uma emocionante jornada de pesquisa que a levou de São Paulo a Guarapuava, em busca de documentos valiosos no Centro de Documentação e Memória da Unicentro. Sua missão? Escrever um livro de três volumes sobre a Guerra do Paraguai, um projeto literário que traz à tona as vozes esquecidas dos combatentes desse conflito.

Beatriz encontrou inspiração para esse projeto em sua própria história de vida e na influência de um livro que ganhou de seu pai quando criança. Ela se lembra vividamente de “Memórias do Visconde de Taunay”, que narra experiências de um soldado brasileiro na Guerra do Paraguai. “Eu fiquei tão impressionada com essa história e na minha cabeça veio o seguinte pensamento ‘isso aconteceu com um brasileiro que foi lutar numa guerra que o Brasil foi lutar’,” relembra a autora.

Motivada por esse interesse, Beatriz decidiu começar uma pesquisa minuciosa sobre a Guerra do Paraguai. Sua abordagem envolve a criação de três volumes, cada um correspondendo a uma fase da guerra: a Ofensiva Paraguaia, a Ofensiva Aliada e a Campanha das Cordilheiras. Cada volume será construído a partir de fragmentos de textos de pessoas que estiveram envolvidas no conflito, incluindo memórias, diários, cartas e relatórios oficiais.

Há cinco anos buscando informações para sua obra, sua busca a trouxe para a Unicentro, onde descobriu cartas e documentos da Guarda Nacional relacionados à Guerra do Paraguai. A colaboração com o professor da USP, Rodrigo Goyena, que estuda o conflito, foi fundamental, pois foi através dele que Beatriz tomou conhecimento desses materiais, que agora se tornaram peças essenciais para a construção de sua obra.

Bracher não apenas busca resgatar a história da Guerra do Paraguai, mas também dar voz às experiências humanas por trás desse evento histórico. Seu trabalho destaca não apenas a grande narrativa da guerra, mas também a “micro-história” das pessoas que a viveram. Ela se dedica a contar a história com as palavras daqueles que estiveram no campo de batalha.

Para a roteirista, a preservação de arquivos históricos em instituições como a Unicentro é de importância crucial. Ela destaca, emocionada, o valor desses registros como uma maneira de manter viva a memória e de compreender como eventos históricos moldaram a sociedade atual. Segundo ela, o passado é parte integrante da nossa vida e é dever de todos preservá-lo.

“Muita gente jogou fora os documentos de família, coisas importantíssimas, porque elas não sabem o valor. Mas às vezes, mesmo que soubessem, para onde teriam levado esses documentos? Ter uma universidade como essa, ter um arquivo como esse, é ter a consciência de que isso é importante. Vocês estão preservando vidas aqui”, enfatiza a escritora.

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