Policiais militares participam de formação sobre atendimento a vítimas de violência de gênero no Câmpus Irati
Na última segunda-feira (4), um grupo de 30 alunos do Curso de Formação de Soldados da Polícia Militar do Paraná participou de uma capacitação promovida pelo projeto de extensão “Prevenção à violência contra as mulheres”, no Câmpus Irati da Unicentro. A iniciativa, vinculada ao programa “Mulheres Paranaenses” da Fundação Araucária, teve como objetivo discutir o atendimento da PM para mulheres em situação de violência.
“Dentro desse projeto e de outras ações que já fizemos com a Rede de Atendimento às Mulheres em Situação de Violência, uma dificuldade que nós sempre tivemos era acessar a segurança pública. E a partir do nosso contato com a Capitã Gisleia, por meio da pesquisa e da coleta dos dados para pesquisa, nós conseguimos organizar essa atividade. Então é um momento bem emblemático, porque também é a primeira vez que a gente consegue uma turma em formação, uma turma que vai começar a atuar com a população”, destaca a coordenadora do projeto, professora Kátia Alexsandra dos Santos.
Segundo a docente, a atividade buscou discutir pressupostos e práticas para um atendimento ‘não-revitimizador’ em casos de violência contra a mulher. Com a repetição do relato da agressão em diferentes instâncias, essa revitimização ocorreria, por exemplo, através de constrangimentos desnecessários que levam a vítima a reviver essa circunstância e se culpar por ela. “É preciso pensar porque a violência acontece, porque muitas vezes as mulheres permanecem em relacionamentos violentos, para que quando a polícia vá fazer o atendimento dessas ocorrências, ela consiga entender o processo histórico que envolve a produção da violência e não somente o fato isolado”, detalha Kátia.
Como explica a subcomandante da 8ª Companhia Independente de Polícia Militar de Irati, Capitã Gisleia Aparecida Ferreira, os alunos que participaram do evento já estão na fase do estágio operacional, etapa final em que acompanham o trabalho policial nas ruas. Ainda segundo ela, a atividade na universidade serve como complementação à formação, pois durante um ano de curso preparatório, as turmas estudam diversos conteúdos direcionados ao atendimento de casos de violência de gênero. “Eles precisam ficar cientes da importância do trabalho deles na conversa com essa vítima. É muito importante a mulher ter informação, que o policial militar naquele momento ali é um amparo para ela e ele precisa estar bem informado para explicar e ajudar ela também”, ressalta a capitã.
De acordo com a coordenadora do projeto de extensão, além do trabalho que já é feito com profissionais da saúde e da assistência social, a ideia é que no futuro sejam feitas atividades que envolvam os PMs que estão em atuação há mais tempo na região.