Comissão Permanente de Prevenção e Combate à Violência de Gênero da Unicentro inicia atividades
A Comissão Permanente de Prevenção e Combate à Violência de Gênero da Unicentro iniciou, nessa quarta-feira, os trabalhos que visam o enfrentamento às diversas formas de assédio no ambiente universitário. O grupo foi instituído pela Reitoria e é composto por onze membros – um agente universitário, um docente e um discente indicados por cada um dos três câmpus da instituição, além de um representante da Pró-Reitoria de Recursos Humanos e outro da Coordenadoria de Apoio ao Estudante.
Na abertura da reunião, o reitor Fábio Hernandes destacou que a comissão está alinhada aos ODSs, que são os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Organização das Nações Unidas, que têm como meta de número 5 a equidade entre os gêneros. O novo grupo, segundo Fábio, vem se somar a outras ações que a universidade já vem desenvolvendo nesse sentido. “Destaco que temos algumas ações junto à Secretaria Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres que já englobam essa temática. O Departamento de Enfermagem que é, por exemplo, um departamento bastante engajado com essa temática. Também com projetos vinculados o Universidade Sem Fronteiras, como o Florescer e outros projetos da instituição. Agora, essa comissão vai nos auxiliar em quais são as outras ações que nós podemos implementar para combater esses absurdos”.
Uma das pautas da reunião foi a definição das primeiras ações da comissão. Entre elas estão a promoção de uma capacitação para agentes universitários e professores, e a elaboração de uma cartilha sobre assédio moral e sexual. As atividades devem, ao longo do tempo, dar visibilidade a diversas formas de violência que podem ocorrer dentro da universidade. “Tem ganhado mais visibilidade o assédio sexual, mas o assédio moral também está presente no cotidiano das universidades. Aliás, o assédio moral – que é praticado contra mulheres e grupos étnico-raciais, muitas vezes, ocorre de forma sutil nesse convívio, inclusive pelo próprio silenciamento, onde as pessoas tentam falar e acabam sendo silenciadas”, pontua a professora Alexandra Lourenço, representante docente do câmpus de Irati na Comissão.
A formalização das denúncias de assédio também foi um dos pontos abordados na reunião. Atualmente, os canais de denúncia da universidade são a Ouvidoria e a Coordenadoria de Apoio ao Estudante. Para a representante da Coorae na comissão, a assistente social Etiene Corso, o trabalho do grupo deve contribuir para efetivar o acolhimento e a escuta dos denunciantes. “A formação dessa comissão e, como primeira atividade da comissão as capacitações realizadas entre os câmpus, traz a possibilidade de capacitar não só os docentes, mas os agentes universitários, para o letramento das percepções de violência de gênero dentro da universidade. A partir do momento que os agentes, os professores e o ambiente acadêmico estejam mais sensíveis a essas questões, eu tenho esperança de que os encaminhamentos das violências que nós temos presente, não só dentro da Unicentro, sejam mais concretos, mais efetivos”.
Do ponto de vista jurídico, a comissão deve atuar no incentivo às denúncias de casos de assédio e violência, além de ser um canal de esclarecimento sobre como essas denúncias podem ser feitas. “É muito importante a denúncia, lembrando sempre que não pode ser uma denúncia anônima, porque a gente tem que investigar, tem que ser investigado a autoria. Por ser uma situação de crime, ela tem que ser registrada pelo boletim de ocorrência na delegacia. Então, vai existir além dessa denúncia, dessa investigação administrativa, também vai ter a investigação criminal, para que a gente possa, dentro da instituição, tomar medidas efetivas com relação a esse crime”, esclarece a advogada Cleomara Gonem, que atua na Procuradoria Jurídica da universidade.
vice-reitor da Unicentro, professor Ademir Fanfa Ribas também participou da abertura da reunião e avalia o início das atividades como um momento histórico para a universidade, reforçando que o trabalho que será desenvolvido pela comissão será mais uma forma de fazer com que a instituição atue, efetivamente, no combate e na prevenção às diversas formas de violência de gênero. “O desafio é buscar alternativas, encontrar alternativas que possam minimizar qualquer constrangimento, qualquer violência de gênero, qualquer ação que possa fazer com que uma pessoa se sinta intimidada ou incomodada. A gente acredita e tem total confiança nessa comissão, que ela vai achar alternativas para minimizar esse problema”, finaliza.