Gato-maracajá é solto em área de mata após tratamento no Cafs Unicentro
Na manhã desta terça-feira (7), o Centro de Apoio à Fauna Silvestre (Cafs) da Unicentro realizou a soltura de um gato-maracajá (Leopardus wiedii) em uma unidade de conservação ambiental. Resgatado pela Polícia Militar Ambiental, o animal silvestre estava desde o dia 13 de janeiro sendo atendido no Câmpus Cedeteg, em Guarapuava.
O felino foi avistado nas proximidades do Parque do Lago e, após uma tentativa de resgate por pessoas da comunidade, se refugiou em uma casa. foi, então, que a Força Verde foi acionada. ”O gato estava bastante agitado, mas a equipe conseguiu deixar ele isolado em um canto e usou material específico para apanha para a captura dele. Por a gente ter esse trabalho colaborativo para animais silvestres, a gente sempre faz o encaminhamento (para o Cafs), porque a gente não sabe como está a saúde do animal. Ali, eles vão poder dar um parecer melhor em relação ao estado de saúde e saber os encaminhamentos corretos para ser dado ao animal”, conta a comandante do 1° Pelotão da Polícia Ambiental, Ana Ruth Motta.
O gato-maracajá é um animal de pequeno porte, de hábito solitário e noturno. As características da espécie são olhos grandes e protuberantes, focinho saliente, patas grandes e cauda bastante comprida. Após três semanas de tratamento, o animal resgatado ganhou, aproximadamente, 600 gramas – uma massa corporal considerável para um animal de quatro quilos. “Ele chegou bastante magro e estava parasitado. Precisou passar por tratamento veterinário, de uma suplementação na alimentação para recuperar a musculatura. Ele tem todas as habilidades que um animal da espécie precisa. Então, uma vez que ele recebeu alta, a gente avaliou novamente e determinou que poderia ser solto”, declara o coordenador do Cafs, professor Rodrigo Martins de Souza.
O lugar escolhido para a soltura foi uma unidade de conservação ambiental localizada a 50 km de Guarapuava, que reunia todas as características necessárias para a vida livre do animal. “O local sempre tem que ser o mais adequado para o indivíduo ou para a espécie. O local onde ele foi solto é exatamente a borda de uma unidade de conservação, é o local que tem todos os recursos para ele viver, tem refúgio, tem água, tem alimento e tem outros indivíduos que ele, eventualmente, vai se encontrar, por exemplo, na época do acasalamento e vai poder viver a vida dele”, conta Rodrigo.
Representando a Força Verde na soltura, a comandante Ana Motta celebrou o encerramento positivo da ocorrência e a parceria com o Cafs. “Para a gente é uma satisfação saber que, embora foi um resgate inusitado, ele conseguiu restabelecer a condição dele. Ele estava bem desidratado e desnutrido também. É um trabalho muito importante, sem isso a gente não conseguiria proporcionar um encaminhamento correto. Tem muitas cidades que não tem esse apoio. Então, é fundamental para que a gente tenha um correto ciclo para ter o atendimento desses animais silvestres”, diz.
O Cafs tem por objetivo o recebimento de animais silvestres nativos e exóticos apreendidos, que necessitam de atendimentos de triagem, tratamento clínico e veterinário, preferencialmente visando o seu retorno à natureza. “Dentro de um contexto maior, a gente não pensa apenas no indivíduo, a gente pensa nas populações, nas comunidades bióticas, porque isso faz parte de políticas públicas de preservação, a gente tenta minimizar o impacto humano sobre os animais, esse é o nosso trabalho”, afirma o coordenador do Centro de Atendimento a Fauna Silvestre.