PET-Saúde participa de Pré-Conferências Municipais de Saúde de Rebouças
O Programa de Educação pelo Trabalho para Saúde (PET-Saúde) do câmpus de Irati da Unicentro participou, nos últimos meses, das Pré-Conferências de Saúde realizadas em comunidades rurais e urbanas da cidade de Rebouças. Os encontros promovidos pelo município têm como finalidade levantar as demandas das localidades e as propostas da população sobre o tema. Além disso, são eleitos os delegados e delegadas que vão representar a comunidade na Conferência Municipal de Saúde, que será realizada em março de 2023. Na ocasião, serão definidas as políticas públicas do setor para os próximos quatro anos.
“Essas pré-conferências servem para dar voz para a comunidade criar propostas ou até mesmo políticas de saúde que podem ser utilizadas pelo nosso município. Se elas forem muito bem feitas, elas podem ser levadas para frente, nas conferências regionais, estaduais e federais”, explica o responsável pelo Setor de Vigilância Sanitária e Endemias de Rebouças, Felipe Rafael Homiak.
Para a coordenadora do eixo de gestão do PET-Saúde, professora Maria Angélica Binotto, as pré-conferências são um espaço importantíssimo para que os acadêmicos de Fonoaudiologia, Psicologia e Educação Física, que integram o programa, alinhem o que eles aprendem na teoria com a prática. “São momentos em que os alunos conseguem visualizar a atuação deles nesses espaços, enquanto profissionais, atuando especificamente em suas áreas de conhecimento, mas também é um espaço de formação in loco, dentro de um sistema, dentro do que é essa participação social por meio das pré-conferências”.
Érica Ianoski, enfermeira da 4ª Regional de Saúde e preceptora do programa, também destaca a relevância dos acadêmicos vivenciarem como funciona essa dinâmica entre sociedade e Estado em um contexto efetivo. “A gente entende que isso é muito importante para a formação do aluno entender um pouquinho dessa participação social que forma políticas públicas de baixo para cima, não só de cima para baixo”.
Bolsista do PET-Saúde, a estudante Yasmin Santos afirma que a experiência foi fundamental para entender o seu papel como futura fonoaudióloga. “Nós estamos ligando a universidade com essa realidade de Rebouças. Estamos estimulando, auxiliando, vendo como está sendo esse funcionamento, escutando a demanda da população. É um contato que, talvez, a gente não teria se não tivesse o PET.”
Sobre as reivindicações apresentadas durante os encontros, Yasmin nota que há uma ampliação do entendimento das comunidades em relação às demandas que podem ser atendidas. “Anteriormente, a população tinha uma ideia muito biomédica. Então, tinha um olhar para mais medicamentos, mais hospitais. Tinha uma certa limitação. Nós percebemos agora que a população tem olhado a saúde mesmo, não somente a doença. Eles pedem profissionais de educação física para mais exercícios, nutricionistas, uma preocupação com qualidade de vida, algo que é bem diferente porque a população está tendo esse olhar mais ampliado sobre saúde”, relata a estudante.
Para Felipe Rafael Homiak, a atuação da universidade é um dos fatores que influenciam nessa mudança de perspectiva sobre saúde. “Tem uma importância muito grande a participação da Unicentro junto com a gente na questão de instigar essa população, de fomentar dentro das pré-conferências esse tipo de proposta. Juntamente com a evolução do serviço de saúde do município e com o acesso da população à internet, à informação, vemos que a população já está muito bem capacitada a pedir coisas novas, do que apenas uma ficha de dentista ou do que apenas uma consulta médica”, avalia.