4º Festival Canta Aí movimenta o Câmpus Irati
A música preencheu o câmpus Irati da Unicentro e reuniu a comunidade universitária e da região na última sexta-feira, 18. O motivo foi especial: o retorno do Festival Canta Aí. Organizado pela Divisão de Promoção Cultural (Diproc) e pela Divisão de Multimeios do Câmpus Irati, a quarta edição da competição musical contou com 16 apresentações em uma única noite – dez na categoria Interpretação e seis composições autorais.
“Depois de dois anos de uma pandemia, que todos tiveram que ficar em casa e esses eventos rarearam, é o momento de retomar essas atividades, trazer a cultura de volta para dentro da universidade”, comenta o chefe da Diproc, professor Carlos Eduardo de Oliveira. A ideia do festival, como revela um dos organizadores, o agente universitário Nelson Luis Cordeiro, surgiu em 2017 através do Espaço Canta Aí. O projeto proporciona um momento de lazer para alunos, professores e servidores do câmpus Irati que, semanalmente, se reúnem com microfone aberto para apresentações. “Achamos bacana a ideia de coroar esse momento e fazer o festival, estendendo para a comunidade externa também”, afirma Nelson.
O palco do auditório Denise Stoklos ficou pequeno para tantos talentos. Quem abriu a noite de apresentações foi Gustavo Koti, estudante de Psicologia da Unicentro. “Sendo a primeira pessoa ali, dá um pouco de nervosismo. Fiquei feliz em ver que eu consegui executar bem a música”, afirma o aluno, que já havia participado do Canta Aí em 2019. Nesta edição, ele apresentou sua composição ‘Tudo o que já foi’. “A música”, conta Gustavo, “fala sobre muitas coisas, mas o principal é saber aceitar as incertezas da vida, porque nem sempre tudo são rosas”.
Também veterano de Canta Aí, o educador físico Cassiano Pereira concorreu pela terceira vez na categoria Composição. A música ‘Ela’ foi escrita exclusivamente para o festival. “É um pouco das vivências da gente. A gente é um pouco romântico. Então, vai colocando um pouco nas letras”, comenta Cassiano, que tem o hip-hop como uma de suas principais influências musicais.
Já na categoria Interpretação, Isa e Flávia performaram a música ‘Você sempre será’, de Marjorie Estiano. “A Isa que teve a ideia da música. A gente começou a cantar, eu comecei a brincar com a segunda voz ali e a gente gostou. Vimos outras músicas, mas não brilhou o olho como nesta”, compartilha Flávia Lopes. O Canta Aí marca a trajetória da dupla, que se formou na primeira edição do festival, em 2017.
Teve também quem estreou nos palcos. Os irmãos Isa Gaiteira e Gutinho, de 14 e 12 anos, aprenderam a cantar e tocar instrumentos com o padrinho. “Faz três anos que eu toco acordeão. É a nossa primeira apresentação e estamos muito felizes, foi uma experiência única”, relata Isabela Denhuk. Com a apresentação de Canarinho Prisioneiro, canção de Chico Rey e Paraná, a dupla conquistou o coração da Andreia Buiar, que estava na plateia. “Eu gostei muito da apresentação da Isabela e do Gustavo, amo a música, prestigio muito, principalmente a música sertaneja raiz”, destaca a funcionária pública.
Desde o sertanejo até o rock, teve apresentações para agradar todos os públicos. A torcida da Mariana Dietrich, estudante de História, foi para a banda Jubileu Experience, que conquistou o segundo lugar na categoria Interpretação. “As apresentações foram lindas, todos cantaram muito bem. Pelo meu gosto pessoal, eu gosto muito de rock, então, o grupo dos meninos que cantaram The Police eu achei muito legal”.
E a difícil decisão dos grandes vencedores da noite ficou por conta de quatro jurados ligados à música da comunidade interna e externa da universidade. Um deles foi a radialista e cantora Marli Traple, que ficou impressionada com a qualidade e diversidade das apresentações. “É incrível a qualidade desse festival. É um festival que traz MPB, o sertanejo, o hip-hop, o rock. O Canta Aí é a cara da Unicentro, que é a cultura, a história, a arte”, enfatiza a avaliadora. Neste ano, cada jurado avaliou um dos critérios de cada categoria. Em Interpretação, requisitos como qualidade vocal, performance e presença de palco foram avaliados. Já em Composição, foram consideradas letra, melodia, concepção da obra e interação com os instrumentos. “Isso tira um pouquinho do peso do jurado ter que avaliar tudo ao mesmo tempo. No meu caso, eu vi poucas falhas. Foi difícil até de dar a nota”, revela Marli.
Ao final das apresentações, o resultado tão esperado. Quem levou o primeiro lugar na categoria Interpretação foi a Lis Maia, com a música ‘Romaria’. A paixão pela música, conta, começou na infância, quando acompanhava a avó nos corais da igreja. Mas, a ideia de seguir profissionalmente a carreira de cantora surgiu somente durante a pandemia. “Eu parei para pensar e ‘porque não?’, [decidi] quer saber, eu vou cantar, vou me arriscar. Tô muito feliz de ter ganho o primeiro lugar, acredito que é um sinal que eu estou no caminho certo”, conta a vencedora, que é também atriz e produtora cultural.
Na categoria Composição, a dupla formada pelos primos Joka e Delcio levou o primeiro lugar. Há mais de 30 anos cantando juntos, este é o primeiro festival em que eles conquistam a primeira colocação. Emocionado, Delcio Mores fala sobre a composição escrita por ele, intitulada ‘Sonho de um sertanejo’. “É o desejo da gente fazer um mundo melhor, transformar o mundo para que as pessoas vivam melhor, então a música fala: eu queria ser o alimento para alimentar as pessoas, eu queria ser o vento para espalhar a paz”, diz. A conquista da premiação, para o músico, é também um incentivo para as gerações futuras. “É até uma mensagem para o pessoal que está começando: não desistam. Porque faz uns trinta anos que a gente canta junto e agora chegamos lá”, comemora.
Confira os ganhadores do 4º Festival Canta Aí.
Categoria Interpretação:
1º lugar – Lis Maia
2º lugar – Darlan Diego de Oliveira (Banda Jubileu Experience)
3º lugar – Kauê de Lara
4º lugar – Isa Gaiteira e Gutinho
5º lugar – Daniely Letícia Ienke
Categoria Composição:
1º lugar – Joka e Délcio Mores – Sonho de um sertanejo
2º lugar – Jenifer Lima – Passatempo
3º lugar – Matheus Valim – Multidão
4º lugar – Vanessa Togally – É como uma nuvem