Curricularização da extensão universitária é destaque na abertura do 15º Eaex

Curricularização da extensão universitária é destaque na abertura do 15º Eaex

Apresentar e discutir, de modo integrado, os resultados dos projetos de extensão desenvolvidos na Unicentro durante o último ano, esse é o objetivo do Encontro Anual de Extensão Universitária (Eaex), que nesta décima quinta edição teve como tema “Universidade, Curricularização e Transformação: Experiências e Perspectivas”. 

Tendo início na quarta-feira (9), o evento teve aberturas simultâneas em Guarapuava e Irati. No Auditório Francisco Contini, no Câmpus Santa Cruz, a apresentação cultural foi feita pela Orquestra Filarmônica Lobo Guará. Já no Câmpus de Irati, o Estúdio de Dança Izabela Proceke se apresentou no Auditório Denise Stoklos. As palestras de abertura tiveram em comum a exposição das experiências de outras universidades paranaenses no processo de curricularização da extensão. 

A diretora de Extensão da Unicentro, professora Vania Gryczak, explica que a curricularização é o processo de inclusão obrigatória de atividades de extensão em pelo menos 10% da carga horária do currículo dos cursos de graduação de todas as instituições de ensino superior brasileiras, como prevê resolução do Conselho Nacional de Educação (CNE), publicada em 2018. Com isso, todos os cursos têm até este ano para adaptar os seus projetos políticos-pedagógicos. “A Unicentro é uma das pioneiras dentre as sete instituições de ensino superior do estado, porque a nossa regulamentação interna sobre isso saiu em abril de 2018, enquanto essa regulação externa saiu em dezembro do mesmo ano. Depois disso, fizemos as readequações necessárias e todos os cursos de graduação da universidade já vão para 2023 iniciar a implantação”, explica.

Rui Gonçalves Marques, pró-reitor de Extensão e Cultura da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp).

O pró-reitor de Extensão e Cultura da Universidade Estadual do Norte do Paraná (Uenp), professor Rui Gonçalves Marques, falou na abertura do evento em Irati sobre como esse processo está acontecendo na Uenp e as atividades realizadas para isso. “A curricularização veio para dar uma uma vida maior ainda para a universidade, ela que às vezes fica muito dentro dos muros e a sociedade pouco vê o que faz. Nesse momento, pelo menos ali os 10% a gente sabe que vai conseguir atingir a comunidade externa, para que eles possam conhecer um pouquinho mais o trabalho que as universidades paranaenses realizam no estado”, destaca.

Com o mesmo enfoque, a professora Fabiana Regina Veloso, pró-reitora de Extensão da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) abordou como se deu esse processo na Unioeste, durante a palestra de abertura do encontro em Guarapuava. Ela enfatizou a importância de buscar recursos e fomento para fazer uma extensão de qualidade e também a necessidade de desenvolver instrumentos de avaliação desse processo de curricularização. “Temos uma expectativa muito boa porque nos debates que temos promovido, tanto internamente nas universidades quanto nos fóruns, há uma uma intenção de todos em oficializar um processo que reconhecidamente vai trazer benefício para o estudante da universidade e para comunidade. Agora precisamos ir acompanhando e criando mecanismos para avaliar esse processo e ajustando conforme as necessidades e as dificuldades que forem se apresentando”, ressalta.

Fabiana Regina Veloso, pró-reitora de Extensão da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste).

 

Para o vice-reitor da Unicentro, professor Ademir Juracy Fanfa Ribas, a curricularização vem para fortalecer a extensão dentro dos cursos. “Nós temos o desafio de transformar o que está nos projetos político-pedagógicos em extensão de verdade, que nós possamos atender a nossa comunidade. Nós temos convicção de que todos os departamentos estão trabalhando de forma efetiva para que isso aconteça, a Pró-Reitoria de Extensão. E nós vamos dar um grande salto, mais ainda do que é feito hoje”, reforça. 

Durante os três dias de evento, os 830 inscritos no Eaex puderam participar de diferentes atividades virtuais e presenciais de forma gratuita, como palestras, mesas redondas e apresentações artístico-culturais.

Neste ano, foram inscritos 205 trabalhos extensionistas, quase 50% a mais que na última edição, quando foram apresentados 137, o que para a pró-reitora de Extensão e Cultura da Unicentro, professora Lucélia de Souza, evidencia o crescimento da extensão na universidade. “Uma das diretrizes da extensão universitária é o impacto na formação dos estudantes. Uma vez que o aluno realize ações extensionistas a sua formação será diferenciada pela vivência com a comunidade e o contato com situações reais que contribuem para seu crescimento como cidadão, bem como para promover transformações sociais junto às comunidades atendidas”, salienta. 

Acadêmica do 2ª ano de Jornalismo, Ana Gabriela Alves reforça esse ponto de vista e diz que a experiência extensionista é muito interessante por causa do contato com a sociedade, em ter que lidar com pessoas e com problemas diferentes dos que ela imaginava que envolviam a universidade. Ela conta que participa do “Florescer”, projeto de extensão coordenado pela professora Ariane Carla Pereira, do curso de Jornalismo da Unicentro, e que busca atuar no combate a violência contra a mulher por meio de oficinas ministradas a alunos de escolas municipais de Guarapuava. “Eu me sinto muito bem em saber que eu estou ajudando essas crianças, ajudando as mães, as avós, as tias e todas as mulheres que cercam elas e que talvez precisem de ajuda. Além disso, colaborar para a acabar com o machismo no futuro, porque vai ensinar as crianças que isso não é o correto, que isso existe e que é muito real em qualquer lugar no Brasil”, conclui.

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