Alunos do ensino médio apresentam trabalhos de iniciação científica em mais uma edição do Eaic Júnior
Na segunda-feira, dia 7, após a abertura do Encontro Anual de Iniciação Científica (Eaic – saiba mais sobre o Eaic), foi realizada a apresentação da décima edição do Eaic Júnior (Eaic-Jr), onde alunos do ensino médio, que fizeram suas iniciações científicas junto de professores da universidade, puderam expor e apresentar o trabalho para os avaliadores, professores e para os outros alunos. O Eaic-Jr tem como objetivo principal permitir o contato dos alunos do ensino médio com o ambiente acadêmico.
O coordenador do evento, o professor Paulo Roberto da Silva, destaca que esse evento tem grande importância para aproximar os jovens do universo da pesquisa. “O aluno de ensino médio, muitas vezes, não tem conhecimento do que tem dentro da universidade, o que se faz nela. Não é um local onde você simplesmente vem, senta e tem aula, é onde se faz pesquisas, inclusive no Brasil, 95% das pesquisas são realizadas dentro da universidade. E o objetivo da iniciação no ensino médio é justamente trazer esse aluno para mostrar para ele quais são as possibilidades que existem dentro da universidade. Para mostrar que aqui dentro não é só o ensino, mas também a pesquisa e a extensão. E também pode facilitar no processo dele de escolher uma profissão”, afirmou.
O trabalho é feito durante um ano, em conjunto com um orientador de dentro da universidade e a exposição é o momento final, em que os alunos são avaliados também pela sua apresentação. Segundo Josiane Lopes, do Departamento de Fisioterapia, que foi uma das avaliadoras no evento, mesmo sendo trabalhos feitos por alunos do ensino médio, vários aspectos são avaliados. “É mais a abordagem geral do aluno, saber se ele realmente fez o trabalho, se ele escreveu, a forma como ele apresenta e saber também se eles sabem fazer a leitura da aplicabilidade da pesquisa deles com o mundo, quais os benefícios para sociedade, mercado de trabalho. Ou seja, fazer esse intercâmbio. O que a ciência vai ajudar na vida das pessoas e na vida deles” , concluiu a professora.
Um dos grandes desafios enfrentados pelos alunos e também pelos orientadores foi fazer parte do trabalho de forma remota. Para Márcio Luiz Bernardim, que é professor no curso de Administração no Câmpus Santa Cruz e foi orientador de quatro alunos do Eaic-Jr, apesar da abertura em janeiro para as atividades presenciais, grande parte do trabalho foi feito a distância, o que muda o planejamento dado aos alunos. “Na primeira fase do projeto foi realmente bastante desafiador, porque nós estávamos ainda com a pandemia, então nosso primeiro semestre de pesquisa, basicamente, foi através de atividades online, nós fazíamos reuniões, atribuíamos atividades para eles e nós conversávamos. Então, caminhou um pouco mais lentamente, mas nessa perspectiva teórica. A partir do segundo semestre, nós já conseguimos fazer presencialmente e então os desafios eram próprios da pesquisa mesmo”, disse.
Vinicius Paes, que é um dos orientandos do professor Márcio Bernardim, fez uma pesquisa de acompanhamento da geração de empregos do mercado de trabalho de Guarapuava. O jovem confirma os desafios das atividades a distância. “A gente começou essa pesquisa em 2021. Antes não dava para a gente ir nos encontros presenciais, tinha que fazer tudo no ‘meet’ (reunião online) e tinha uma dificuldade maior de saber que o tempo era mais curto”. Quando questionado sobre a apresentação, o aluno reiterou a importância do momento. “É uma experiência nova. É muito legal estar participando. É uma grande iniciativa, muitos professores e muito conhecimento”.
O processo de intercâmbio entre a Unicentro e as escolas é uma iniciativa realizada há bastante tempo. De acordo com o coordenador Paulo Roberto, um edital é liberado todo ano, no qual as escolas se candidatam e os respectivos coordenadores entram em contato com a Unicentro. A seguir, esses alunos se inscrevem na escola para participar. São poucas escolas que participam, mas a ideia é devolver para a sociedade aquilo que ela empresta para que a universidade funcione. “Identificar essas pessoas lá no ensino médio e trabalhar com elas na universidade para a formação de cabeças pensantes, com uma formação mais de ponta, que desde o segundo ano do ensino médio ele pode estar na universidade. Com certeza o aluno vai ter uma formação diferenciada. Na hora de escolher um curso superior, conhecendo o que tem dentro dessa universidade, provavelmente vai ser um profissional diferenciado no mercado de trabalho”.
Liliane Scislowski, que foi avaliadora e está terminando o mestrado em Agronomia, é a prova do que Paulo comentou, o Eaic-Jr foi essencial para determinar o seu futuro. “Foi o que aconteceu comigo. Quando eu estava no ensino médio, eu fiz essa Iniciação Científica Júnior e antes eu tinha uma ideia de profissão. Quando eu fiz esse trabalho, o meu projeto caiu no Departamento de Agronomia e foi aí que eu me apaixonei e agora eu não me vejo fazendo outra coisa. Eu acredito que é de grande importância, até porque quem está no ensino médio não tem uma certeza do que quer para o futuro, é uma fase de muita indecisão e pressão. Eu acredito que essa iniciação científica ajuda a gente a ter um contato com a faculdade para entender melhor, porque é uma outra realidade”, declarou.
Para os avaliadores, apesar das dificuldades geradas pelo isolamento, todos os trabalhos foram de altíssima qualidade. “De uma forma geral são trabalhos que poderiam perfeitamente serem publicados em periódicos”, avalia a professora Josiane.