Acadêmica portuguesa encerra intercâmbio na Unicentro com palestra sobre viticultura
Para marcar o encerramento do seu intercâmbio na Unicentro, a acadêmica portuguesa Paula Sofia Correia ministrou uma palestra sobre o panorama da viticultura e da produção de vinhos em Portugal. O evento, realizado no campus Cedeteg e organizado pelo PET Agronomia e pelo Grupo de Fruticultura Sustentável da Unicentro, atraiu acadêmicos e pessoas da comunidade externa.
Aluna do terceiro ano do curso de Engenharia Agroeconômica, no ramo de viticultura e enologia, da Escola Superior Agrária de Viseu, em Portugal, Paula passou os últimos dois meses no Brasil e foi a primeira a participar do recente programa de intercâmbio firmado com a universidade portuguesa. Para Paula, a escolha pelo Brasil se deu pela oportunidade de ensinar e aprender coisas novas, pensando no aprimoramento acadêmico e profissional.
“Não é que eu não tenha interesse em ir a uma Itália, que eu não tenha interesse em ir para uma Espanha, mas achei que o Brasil sim, é onde eu vou poder ir e ensinar alguma coisa. Eu acho que essa é a parte importante\. Então, eu vim em mobilidade, como trabalho final de curso, eu vim a suportar os meus gastos, mas vim em experiência profissional, porque eu acho que há coisas que não se pagam. Eu acho que é isso que nós temos que avaliar na nossa vida profissional, na nossa parte acadêmica, as oportunidades que nos são dadas e eu acho que é isso que nós temos que ver, ver os prós e os contras”, disse.
Durante a palestra, a estudante também tirou dúvidas técnicas e retratou as suas experiências no Brasil, além dos contrastes entre a agricultura de Portugal e a brasileira. Entre os destaques, Paula salienta que a cultura de produção de vinhos e degustação no país está mudando um “bocadinho”. “Ao longo dos anos, o Brasil está crescendo em produção de vinho – o Brasil cresceu 2% no ano passado, este ano ainda não temos noção. Vocês são grandes produtores de uva e eu acho que, cada vez mais, o agricultor está a perceber que através da uva pode fazer um bom vinho”, contou Paula.
Na Unicentro, Paula pode trabalhar na pesquisa da Touriga Nacional e da Alvarinho – dois tipos de uvas portuguesas, além de auxiliar nas análises de laboratório e conhecer sobre o plantio e produção de outras culturas. “Eu acho que nós temos que ser curiosos e, se eu vim, tenho que aproveitar ao máximo, já que eu abdiquei de estar com meus filhos. Nestes dois meses, eu fui só estudante e tive a oportunidade de poder acompanhar tudo. Porque eu acho que não há idade dos porquês e de questionar o porquê, de conhecer outras culturas. A cana-de-açúcar, coisa que nós não tínhamos em Portugal, o café nós não tínhamos em Portugal e pude ver como é que elas se comportavam, como é que funcionava a cultura aqui e é gratificante”.
Antes de voltar a Portugal, Paula narrou que a troca de conhecimento agregou bastante na sua vida acadêmica e pessoal. Tanto é que ela pensa em estender um pouco mais essa experiência no futuro. “Vou levar cinco amigos daqui, já lhes disse para irem a Portugal e estamos a combinar. Tanto que faço intenções de cá voltar”, disse ela, pensando em ingressar no curso de mestrado em Agronomia.