Evento sobre Educação e Infância foi promovido, conjuntamente, por Unicentro e Unespar
A cooperação entre instituições de ensino superior públicas é uma forma de fortalecer o conhecimento produzido e disseminado nas universidades. Um exemplo é a promoção conjunta entre a Unicentro e a Unespar, que é a Universidade Estadual do Paraná, do I Congresso Internacional de Educação e Infância. A iniciativa foi do Gepe Unespar, que é o Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação: Teoria e Prática, e do Geppei Unicentro, que é o Grupo de Estudos e Pesquisa Práxis Educativa: Estudos sobre a Infância e Práticas Pedagógicas. A relação entre os dois grupos, segundo a coordenadora do Geppei Unicentro, professora Sandra Regina Gardacho Pietrobon, tem mais de uma década com o foco na formação docente inicial e continuada, além de atividades de pesquisa e extensão no âmbito do estudo das infâncias, consolidando-se ainda mais com a realização do evento online.
“Essa parceria já vem de longa data, quando criamos esse grupo Práxis Educativa: Estudos sobre a Infância e Práticas Pedagógicas, em 2009. A professora Nájela Tavares Ujiie, que é da Unespar, trabalhava na Unicentro, na época, como professora colaboradora. Desde então, a gente vem desenvolvendo organizações de obras, artigos em parceria. Nós começamos a discutir no grupo e a professora Nájela, pela Unespar, encabeçou a parte administrativa e organizativa do evento, mas nós aqui do grupo de pesquisa de Irati também auxiliamos na organização dos GTs e dos anais”, detalha Sandra.
O Geppei Unicentro é vinculado ao Departamento de Pedagogia do Campus Irati. Também da mesma instituição, estiveram envolvidos no Congresso Internacional de Educação e Infância a professora Miriam Adalgisa Bedim Godoy, com a coordenação de um grupo de trabalho, e os professores Daniel Vieira da Silva e Adriane Meyer Vassão, que atuaram no apoio ao evento. “Um evento com essa parceria, com profissionais de instituições públicas, só vem a fortalecer esse campo de estudo e ampliar as possibilidades de interação e troca de saberes e conhecimentos com os profissionais que estiveram participando e alunos de graduação e pós-graduação. Participaram tanto pesquisadores, quanto professores, que atuam com as infâncias, trazendo suas experiências e suas práticas refletidas nas pesquisas. Isso nos dá um horizonte de como os profissionais que atuam, tanto na formação docente, quanto na prática pedagógica com as crianças”, complementa a coordenadora do grupo de pesquisa.
O Congresso Internacional de Educação e Infância contou com a participação de convidados de renome na área, como o professor Manuel Jacinto Sarmento, da Universidade do Minho, em Portugal, que palestrou sobre “Sociologia da Infância, um olhar às Infâncias Plurais”. A estudante de Pedagogia da Unicentro Almeliza Kurzydlovski relatou que a conferência online agregou diversos conhecimentos em sua formação. “Deu pra ter uma base dos estudos sociais da infância e quais são seus desafios, compreender melhor a infância, quais são os direitos da criança, as desigualdades, quais são os novos direitos, qual a participação política da criança, uma vez que ela é participante também”.
O evento teve um vasto público, oriundo de diversos estados do país e também do exterior, chegando à marca de 745 inscritos e de mais de 100 trabalhos aprovados para comunicação oral em oito grupos de trabalho com temáticas transversais à educação e infância, como a tecnologia, a literatura, a saúde, a diversidade sociocultural e a formação pedagógica dos profissionais que se deparam com essas questões ao trabalhar com o ensino de crianças. Da Unicentro, participaram 80 estudantes, entre alunos de Licenciatura em Pedagogia e pós-graduandos em Educação.
Para a acadêmica de Pedagogia Jucimara Alves da Silva Rosa, o congresso fruto da parceria entre Unicentro e Unespar trouxe à tona algumas questões sociais quando se trata da educação de crianças. “Enquanto professores, no caso eu ainda em formação, acredito que esse congresso vem nos mostrar que são várias as maneiras que nós podemos fazer com que as crianças se sintam um ser social, que elas não sejam vistas somente como crianças que estão ali só para reproduzir o que o adulto está fazendo. Eu acredito que nós podemos e devemos fazer essa diferença. Na nossa formação, o congresso vem nos mostrar o quanto temos de caminhos diversos para fazer valer os direitos, a infância e a cultura dessas crianças”, avalia a estudante.