Estágio em Psicologia trabalha na prevenção do HIV e das Infecções Sexualmente Transmissíveis

Estágio em Psicologia trabalha na prevenção do HIV e das Infecções Sexualmente Transmissíveis

Com a pandemia do novo coronavírus, outras epidemias, que já eram um problema na nossa sociedade, acabaram saindo um pouco do foco quando o assunto é cuidado com a saúde. Mas a prevenção a outras doenças, para além da Covid-19, não pode parar, como salienta o professor Gustavo Zambenedetti, do Departamento de Psicologia da Unicentro, sobre o contágio por HIV e demais Infecções Sexualmente Transmissíveis. “Apesar do contexto da pandemia, que as pessoas possam seguir se cuidando, inicialmente evitando os contatos, mas se houver algum contato que seja desprotegido – em qualquer relação sexual que não tenha algum método de barreira, como o preservativo interno ou o externo, que possa colocar a pessoa em risco de uma IST -, que a pessoa possa procurar auxílio e fazer o teste diagnóstico para HIV e ISTs”.

Para auxiliar no combate às ISTs, o estágio em Psicologia da Unicentro está desenvolvendo o projeto “A prevenção não pode parar” – uma iniciativa vinculada ao estágio profissionalizante em Psicologia, em parceria com a 4ª Regional de Saúde do Paraná. As ações têm intuito de descentralizar a campanha Protagonismo Juvenil, da Secretaria Estadual de Saúde, que é voltada para a prevenção de ISTs entre os jovens. O professor Gustavo é quem coordena e supervisiona essas ações fomentadas pela Unicentro.

Dentro deste estágio, a gente fomenta o desenvolvimento de projetos de intervenção no âmbito da prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis, que a gente chama de ISTs, e ao HIV, geralmente articuladas aos serviços públicos de saúde – Unidades Básicas da Saúde (UBS), Centro de Testagem e Aconselhamento e serviços vinculados ao SUS. Em 2021, a Sesa (Secretaria Estadual de Saúde) propôs o projeto Protagonismo Juvenil, que vem sendo proposto há alguns anos e é atualizado a cada ano. Ele versa sobre o fomento de ações de prevenção entre pares, com ações participativas direcionadas ao público jovem, entendido aqui como o público de 15 a 29 anos, prioritário nas ações de prevenção, porque responde significativamente ao número de Infecções Sexualmente Transmissíveis, o HIV, o HPV, que é bastante prevalente na população, mas também sífilis e as hepatites virais também”, explica Gustavo.

Um dos objetivos do projeto “A prevenção não pode parar” é disponibilizar o auto-teste, um teste rápido e gratuito fornecido pelo Sistema Único de Saúde, o SUS, para detecção do HIV. A estagiária em Psicologia Mônica Karpinski explica como é o procedimento para este tipo de testagem. “O auto-teste é bem simples de ser realizado. Pode ser feito pela pessoa sozinha ou com alguém de sua confiança, no lugar que preferir. Se feito direitinho, o resultado sai em até 20 minutos e tem 99,9% de precisão. Se o resultado for positivo, a gente orienta que a pessoa procure alguma unidade de saúde para fazer alguns exames e iniciar o tratamento, que é oferecido gratuitamente pelo SUS”.

A distribuição de auto-testes de HIV é feita, preferencialmente, para as populações-chave, que são aquelas mais afetadas pela epidemia, como contextualiza o representante do setor de Vigilância Epidemiológica da 4ª Regional de Saúde, Acácio Renzi. “O auto-teste está disponível, inicialmente, para as populações-chave – pessoas gays, HSH (homens que fazem sexo com homens), pessoas que usam drogas, trabalhadores do sexo, pessoas privadas de liberdade, pessoas trans – que é onde está concentrada a epidemia do HIV. Diagnosticando essas pessoas e elas entrando em tratamento e suprimindo a carga viral por mais de seis meses, hoje se considera que é uma pessoa que não transmite mais o HIV, pois isso interrompe a cadeia de transmissão e vai, consequentemente, diminuir o número de casos e expostos ao HIV”.

A especificidade desse público se justifica pelo aumento, nos últimos anos, do risco desse grupo em contrair as Infecções Sexualmente Transmissíveis. “A gente consegue avaliar isso através das notificações dos casos diagnosticados pelos nove municípios da região. Nesses casos, conseguimos visualizar o perfil da pessoa acometida pela IST. Essa informação sobe da Regional para o Estado, para o Ministério da Saúde, para a Organização Mundial de Saúde e se cria um perfil mundial, gerando políticas públicas para concentrar esforços para a erradicação deste problema”, complementa Acácio.

A segunda frente do projeto da Unicentro é difundir informações sobre a prevenção às ISTs e ao HIV. Para isso, a equipe da universidade estudou sobre o tema e capacitou outros jovens para serem multiplicadores de conteúdos e estratégias de enfrentamento às Infecções Sexualmente Transmissíveis, como conta a estudante de Psicologia Ellis Dupsk. “A gente começou fazendo uma captação de parceiros. Divulgamos em grupos da universidade e no Instagram, chamando para um encontro sobre a prevenção às ISTs e ao HIV. Surgiu a questão de criar um Instagram que a gente pudesse informar sobre prevenção, ISTs e HIV e com o grande foco que é o auto-teste. O auto-teste é uma política recente no SUS. Aqui em Irati, a gente está começando agora, com essas primeiras distribuições. Não é tão conhecido ou difundido. Por isso, é tão importante divulgar para que as pessoas saibam que existe o auto-teste e que ele está disponível no SUS”.

Para ter acesso aos auto-testes de HIV, a comunidade deve entrar em contato com o projeto “A prevenção não pode parar” pelo WhatsApp ou pelas redes sociais e agendar um dia para a retirada. O contato é o número (42) 9959-5576 e o perfil no Instagram @protagonismo.irati.

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