Mais professores da Unicentro são contemplados com bolsa produtividade em pesquisa
Uma das principais formas de dar continuidade à atividades de pesquisa nas universidades brasileiras é o suporte financeiro dos órgãos de fomento. Nesse sentido, uma das principais iniciativas de apoio, como explica o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Unicentro, professor Marcos Ventura, é o Programa de Bolsas de Produtividade em Pesquisa, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico, o CNPq. “Essas bolsas existem em duas modalidades – tem a Bolsa Produtividade em Pesquisa e a Produtividade em Desenvolvimento Tecnológico. São duas modalidades, mas que têm a mesma finalidade que é valorizar os pesquisadores conforme cada área de conhecimento, com relação à sua produção científica, produção tecnológica e de inovação. Visa incentivar a pesquisa, o desenvolvimento tecnológico e o aumento da produção científica, da inovação de qualidade nas universidades e instituições de pesquisa do país”, avalia.
Na chamada número 09/2020, três professores da Unicentro foram contemplados com as bolsas de financiamento à pesquisa. Um deles foi o professor Leandro Rampim, do Departamento de Agronomia. Com a pesquisa intitulada “Manejo mecânico, biológico e químico e tráfego em atributos do solo e desempenho das culturas em sistema plantio direto”, ele obteve a renovação da bolsa e garantiu mais três anos de suporte para o desenvolvimento dos estudos. “Começa-se a acumular os efeitos dos testes que são realizados ao longo dos anos – seja ele o manejo realizado por alguma máquina, seja ele a utilização de plantas de cobertura, a aplicação de corretivos e, até mesmo, o tráfego de máquinas. É um projeto extremamente importante para a nossa região visto que o foco é testar manejos que os produtores utilizam – hora algum manejo isolado, hora vários em conjuntos, mas permitindo a amplitude, a abrangência de produtores que possam utilizar essas informações”, detalha, sobre a pesquisa, o docente.
O professor Mikael Neumann, do Departamento de Medicina Veterinária, também obteve a renovação da Bolsa de Produtividade em Pesquisa. O projeto que garantiu a renovação é voltado ao “Processamento de grãos em silagem de milho sobre a bromatologia e desempenho de novilhos confinados”. O professor destaca que o projeto tem como principal objetivo avaliar a efetividade do novo sistema mecânico de processamento de grãos da colheita de forragens, entre elas o milho, para aumentar a capacidade de aproveitamento dos diferentes componentes da planta e os nutrientes no sistema digestório de ruminantes. “Esse trabalho será avaliado dentro de um contexto com uso de animais, no qual será possível determinar o desempenho produtivo, o comportamento ingestivo e a digestão dessa dieta junto a animais e, posteriormente, esses animais também serão abatidos e comercializados e nós teremos a oportunidade de avaliar as características da carne e da carcaça, verificando, então, se o sistema de processamento de grãos possibilitou maior desempenho e uma melhor qualidade final de produto”.
Contemplada com a bolsa produtividade pela primeira vez, a professora Renata Marino Romano, do Departamento de Farmácia, deve dar encaminhamento ao projeto intitulado “O efeito de herbicida contendo glifosato sobre o eixo hipotalâmico-hipofisário-tireoideano”. O objetivo do estudo, de acordo com a professora, é avaliar a possível interferência desse produto comercial sobre a função da glândula tireoide. Ela justifica que as disfunções tireoidianas são a segunda maior prevalência de patologia na área da endocrinologia humana e muitas das causas que levam a isso ainda são desconhecidas. Nesse sentido, algumas linhas de pesquisa defendem que a exposição a produtos químicos pode estar contribuindo para algum tipo de disfunção no funcionamento da tireoide. Por isso, o estudo orientado pela professora está avaliando uma formulação comercial à base de glifosato.
“Quando se tem uma formulação comercial”, conta Renata, “essa formulação é adicionada de diversos compostos que vão ter efeitos sobre o efeito final desse produto no mercado. Esses compostos que são adicionados em menor quantidade não necessitam de nenhum tipo regulador, de nenhuma passagem por teste de toxicidade. Então, o produto que é liberado por essas agências não é o mesmo produto, no fim das contas, que a população tem contato. Por essa razão, a gente está utilizando o produto comercial porque é aquele que efetivamente vai estar sendo utilizado pelo ser humano e que vai estar sendo colocado no meio ambiente, gerando resíduos. E também porque a gente faz parte de uma discussão mundial com relação a necessidade de se alterar os parâmetros utilizados pela agência regulatória”.
A professora Renata ressalta a importância de ter sido contemplada com a bolsa de produtividade por possibilitar a formação de mão de obra qualificada, a melhora na qualidade de vida e dos indicadores econômicos da região e o desenvolvimento de um trabalho de ponta na Unicentro. “A gente sabe, não é novidade para ninguém, que ao longo desses últimos anos, a ciência e tecnologia estão sofrendo cortes gigantescos, encurtamento de verbas absurdo. Então, dentro de um cenário totalmente desfavorável, a gente conseguir em uma área muito concorrida – que a área de farmacologia, fisiologia, neurociências e biofísica – ser contemplada é uma razão de muito orgulho, muita felicidade por estar conseguindo conduzir na Unicentro trabalhos de ponta, que alteram a perspectiva das legislações”, discorre.
De acordo com o pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Unicentro, professor Marcos Ventura Faria, atualmente a universidade tem 19 professores que são bolsistas produtividade em pesquisa. No que diz respeito às bolsas produtividade em desenvolvimento tecnológico, a Unicentro conta com cinco docentes bolsistas, entre eles os professores André Lazarin Gallina e Carlos Ricardo Maneck Malfatti, que foram contemplados neste ano. O professor Marcos Ventura avalia que a concessão dessas bolsas para pesquisadores da universidade é o resultado do amadurecimento da pesquisa na instituição. “Reflete certo prestígio que o pesquisador adquire na comunidade científica, dentro da sua área de atuação, da sua área de conhecimento, porque o resultado dessa concessão mostra o alinhamento da pesquisa realizada com aquilo que vem sendo feito de melhor qualidade no cenário nacional e internacional naquela área. Isso reflete em um prestígio para universidade e demonstra que os grupos de pesquisa, que têm os pesquisadores da universidade, de fato, interagem, participam no cenário nacional’, finaliza Marcos.