Numape quer mapear casos de violência contra a mulher em Irati e Inácio Martins

Numape quer mapear casos de violência contra a mulher em Irati e Inácio Martins

Nesta semana da mulher, o Numape, que é o Núcleo Maria da Penha, um projeto de extensão da Unicentro, lançou uma pesquisa com o objetivo de mapear a violência contra as mulheres nos municípios que integram a comarca de Irati. O intuito, segundo a coordenadora do Numape Irati, professora Kátia Alexsandra dos Santos, é a obtenção de dados além dos formais, buscando informações sobre casos subnotificados que tenham ocorrido nos municípios de Irati e Inácio Martins. “Nós sabemos o quanto é difícil mapear esses dados, porque os dados formais que nós temos – ou seja, registrados a partir de boletins de ocorrência, de atendimentos realizados no âmbito da assistência social e de outros equipamentos que atendem as mulheres em situação de violência – não reproduzem a realidade do fenômeno da violência. Todo mundo sabe, conhece ou já ouviu falar de alguma situação de violência, mas quando nós olhamos para esses números formais, eles são muito menores do que nós imaginamos que existe na realidade”, explica.

Para isso, o Numape Irati elaborou um questionário online voltado para moradoras de Irati ou de Inácio Martins que concordem em participar da pesquisa, respondendo questões relacionadas a violência contra as mulheres,podendo as participantes terem vivenciado, presenciado ou tomado conhecimento dos casos. A pesquisa é dividida em três partes que, como detalha a coordenadora do Numape Irati, podem ser respondidas conforme a situação que cada mulher se enquadra. “A primeira parte diz respeito a informações de situação de violência que tenham sido vivenciadas pela pessoa que está preenchendo o questionário. Na segunda parte, se você não vivenciou nenhuma situação mas viu, você pode reportar as situações de violência que tenha presenciado. E por fim, se você não viveu, nem presenciou, mas soube de situações de violência que ocorrem no local onde vive, você pode preencher a terceira parte do questionário”.

Questionário é dividido em três grupos, de acordo com a experiência de violência contra a mulher

A professora Kátia enfatiza, ainda, que o questionário é completamente anônimo e que a participação da população feminina desses municípios é de extrema importância para o objetivo final da pesquisa, que é a comparação de casos notificados e subnotificados. “É um questionário totalmente anônimo. Você não precisa se identificar, nem identificar as pessoas que você está relatando a partir do preenchimento do questionário. É simplesmente para nós termos ideia do quanto o fenômeno da violência contra a mulher se distribui nesses dois municípios e acaba não chegando nos registros formais que nós temos no campo da segurança pública, da saúde e da assistência social. Em posse desses dados, nós podemos fazer uma comparação e, assim, ter uma ideia do quanto o fenômeno da violência ocorre no nosso município e não é reportado às autoridades”, complementa Kátia.

A iniciativa faz parte de uma pesquisa coordenada pela professora Kátia e pelos docentes da Unicentro Alexandra Lourenço, Alides Baptista Chimin Jr e Paula Marques da Silva, com autorização do Comitê de Ética Institucional.

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