Unicentro articula criação de centro de inteligência artificial
Um grupo de pesquisadores de três países está estruturando a implantação de um Centro de Inteligência Artificial (IA) multidisciplinar, capaz de agregar cientistas e estudantes de várias áreas do conhecimento, sob a articulação da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro). A partir da experiência do Human-Centered Artificial Intelligence (HAI) da Stanford University (EUA), a equipe fez a primeira agenda on-line nesta semana. Do Brasil, participaram os professores Marcio Fernandes, do Departamento de Comunicação Social da Unicentro; Carlos Iatskiu, coordenador do curso de Tecnologia em Análise e Desenvolvimento de Sistemas da UniGuairacá; e Marcos Vinicius De Bortolli, do curso de Sistemas de Informação da Faculdade Mater Dei, de Pato Branco.
“A ideia do Centro, como o próprio nome sugere, é que a inteligência artificial possa ser utilizada voltada para o ser humano. Está sendo feito um quadro com o perfil de cada um dos profissionais que estão participando do grupo para a montagem de um portfólio de qualificações, de áreas de interesse para que a gente possa, então, logo a seguir, trocar experiências, investir em projetos semelhantes e, até mesmo, trabalhar a parte da ética relacionada à inteligência artificial”, comenta Marcos, que coordenou a reunião juntamente com Marcio. Marcos é o atual secretário municipal de Ciência, Tecnologia e Inovação de Pato Branco e, por conta disso, o Parque Tecnológico da cidade também estará integrado ao Centro de Inteligência Artificial. A elaboração do portfólio, por exemplo, está a cargo da equipe do Parque.
Pela Universidad Tecnológica do Panamá (UTP), participaram da agenda online uma dezena de professores de diversas formações e com carreiras altamente internacionalizadas. Um dos participantes foi o pesquisador Carlos Roberto, para quem a reunião foi positiva na medida em que estabeleceu as bases para o desenvolvimento do Centro. “Se buscou pontos de colaboração para trabalhar em conjunto e formar as bases para futuras investigações com participação internacional. Também foi estabelecida um agenda comum de trabalho”.
No encontro, o relato de experiência sobre o HAI-Stanford, como explica o professor Marcio Fernandes, líder da iniciativa, ficou a cargo de Rodrigo Barbosa e Silva, egresso da Unicentro e pós-doutorando em Stanford. “A Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, é uma referência global em inteligência artificial, internet das coisas, big data e outras expressões que têm muito a ver com o presente e o futuro da sociedade. Dentro desse espírito de transformar o Paraná no estado mais inovador do Brasil, nós também buscamos cooperar com Stanford e com outros parceiros – nesse caso, o Panamá e outras instituições aqui do Paraná – em busca de criarmos este centro de pesquisa, centro de ação, de produção em inteligência artificial. Mas sempre pensando que é possível unir todas as áreas do conhecimento, e não apenas a tecnologia da informação, não apenas as exatas e as engenharias, mas também envolvendo profissionais, professores, estudantes, por exemplo, de ciências humanas e ciências sociais aplicadas”.
O próximo passo do grupo é mapear detalhadamente a expertise de cada membro para que, na sequência, sejam traçados aspectos como modelo de governança e de financiamento do centro multidisciplinar, além de definição de áreas prioritárias e de convite a outros pesquisadores das instituições de Ensino envolvidas. O que se pretende, explica Carlos, é realizar “estudos avançados de inteligência artificial, pensando muito no ser humano, com a educação trabalhando junto, a política e as praticidades do dia a dia para melhorar a condição do ser humano. Então, o Centro não pensa só inteligência artificial, mas pensa inteligência artificial colocando seres humanos como agentes, como principais beneficiados de toda essa tecnologia”.