Unicentro arrecada livros para Biblioteca Carcerária de Irati

Unicentro arrecada livros para Biblioteca Carcerária de Irati

A educação transforma. Esse lema é o norte para diversas ações desenvolvidas pela Unicentro, tanto no ensino e na pesquisa, como também em seus projetos de extensão. Um deles, desde 2008, atua em conjunto com a equipe pedagógica do Conselho da Comunidade de Irati, oferecendo atividades de letramento aos detentos que cumprem pena na cadeia pública do município, anexada à 41ª Delegacia de Polícia Civil. O projeto intitulado “Literatura Carcerária” visa incentivar a leitura e a produção de textos literários pelos encarcerados do sistema prisional de Irati. Uma das formas mais recentes de aprimorar esse projeto é a campanha de arrecadação de livros que está sendo realizada pela Seção de Relação com a Comunidade do Campus Irati da Unicentro.

Coordenada pelo agente universitário Nelson Susko, a arrecadação tem como objetivo o incremento do acervo da Biblioteca Carcerária, que fica na sede do Conselho da Comunidade. “O Conselho da Comunidade montou uma biblioteca, que nós chamamos de Biblioteca Carcerária, em que os detentos podem ter acesso a livros de literatura – contos, poesias, romances –, e por meio dessas leituras, ajudá-los na criação, na produção de textos literários. A biblioteca não é muito vasta, não é muito grande, é pequena, e por isso nós estamos fazendo a campanha de doação de livros, para que as comunidades, as pessoas que tenham seus livros guardados em casa e que não precisam mais, gostariam de doar”, afirma Susko.

Quem quiser colaborar com a causa, deve entrar em contato com a Seção de Relação com a Comunidade da Unicentro, que busca os livros a serem doados. O telefone para combinar a entrega, via ligação ou mensagem pelo WhatsApp, é o (42) 99864-0312. O coordenador da ação comenta que, com mais opções de leitura na Biblioteca Carcerária, os detentos terão mais referências na hora de criar textos para o concurso literário, que também faz parte do projeto proposto pela universidade.“A ideia deste ano é lançarmos o Concurso de Literatura Carcerária oferecendo a eles, também dentro da ideia, a possibilidade de remição de pena, conforme o previsto na Lei Estadual 17.329, publicada em Diário Oficial em oito de outubro de 2012, que regulamenta a redução da pena pelo estudo. O concurso de literatura que a Unicentro vinha propondo é o fechamento com uma chave de ouro deste projeto ao final do ano, em que os detentos participam com contos e poesias, e depois são premiados”.

Por conta da pandemia de coronavírus, a premiação do concurso deste ano foi prorrogada para 2021. A assistente social do Conselho da Comunidade de Irati, Maria Helena Orreda, acompanha as edições do Literatura Carcerária há alguns anos e relata os impactos que o projeto já promoveu na vida dos egressos do sistema prisional de Irati. “Nós já tivemos durante muitos anos consecutivos esse trabalho, que trouxe um resultado bastante favorável. Os presos que participaram das atividades demonstraram um interesse muito grande pela leitura, também um interesse grande na escrita e se desenvolveram muito com isso – melhoraram a comunicação, melhoraram a escrita, o vocabulário e se interessaram até em voltar a completar seus estudos. Existem muitas dificuldades de reinserção, principalmente no mercado de trabalho,o e a gente sabe a importância da educação nesse processo, a importância dessa pessoa ter um pouco mais de escolaridade para que ela possa conseguir se encaixar em alguns critérios do mundo do trabalho”, diz Maria Helena.

Esta edição do projeto Literatura Carcerária também será desenvolvido na PIG, a Penitenciária Industrial de Guarapuava, com o apoio da equipe pedagógica do CEEBJA, que é o Centro Estadual de Educação Básica para Jovens e Adultos. Neste caso, segundo Susko, a participação dos encarcerados não contará para a redução de pena, mas mesmo assim, o projeto da Unicentro se configura como um instrumento importante para a reintegração desses sujeitos à sociedade quando terminarem de cumprir suas penas. “Os detentos que entram lá dentro, muitos deles não sabem ler e escrever. Então, ao sair do sistema prisional, aonde eles vão conseguir um emprego, aonde eles vão conseguir uma oportunidade para mudar de vida? Sem estudo, sem ler e escrever, sem uma noção básica da educação e do ensino, como eles vão poder se virar no mercado de trabalho? Infelizmente, o que pode acontecer é o retorno à criminalidade. E a nossa proposta é abrir mais uma oportunidade para que eles possam aprender a se desenvolver como seres humanos”, finaliza Susko.

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