Auditorias de inspeção do Paraná Mais Orgânico, durante pandemia, são feitas remotamente
Um dos pilares das instituições de ensino superior é a extensão universitária, que é a ação da universidade junto à sociedade. Nesse período de isolamento social, por causa da pandemia de covid- 19, um dos desafios enfrentados pela atividade extensionista está sendo, justamente, estar próximo da população. É nesse sentido que os diversos projetos desenvolvidos pela Unicentro têm buscado maneiras de adaptar suas ações. Um exemplo disso é o projeto de extensão Paraná Mais Orgânico.
“O Paraná Mais Orgânico é um programa que foi iniciado em 2009, tem portanto já mais de 10 anos e tem como principal objetivo certificar de forma gratuita a produção orgânica da agricultura familiar de produtores aqui da região de Guarapuava”, explica o coordenador da atividade extynsionista, professor Jackson Kawakami. O projeto atende produtores de mais de 50 municípios da região de Guarapuava e, só na fase atual, que iniciou em 2018, mais de 100 famílias receberam o certificado que atesta que a produção é, de fato, orgânica.
Depois que os produtores recebem a certificação, a cada seis meses é feita uma nova auditoria de inspeção. Agora, com as atividades presenciais suspensas, essas auditorias estão sendo realizadas de forma remota, reunindo inspetor e agricultor por meio de plataformas online. “O auditor ou inspetor vai perguntar para o produtor e também consegue ter acesso, muitas vezes, à câmera do produtor para ver se realmente todos os requisitos da legislação estão sendo cumpridos. Então, se vê se o produtor realmente não está utilizando materiais que não são permitidos, se tem produzido respeitando a questão da legislação ambiental e também trabalhista”, conta Jackson.
Ainda de acordo com o professor Jackson, a validade dos certificados, que é de um ano, não foi alterada. Por isso, a necessidade de realizar as inspeções para certificar a qualidade dos produtos habilitar e manter os certificados válidos. “A duração dos certificados não foi alterada. Então, a gente estava com alguns produtores que precisavam fazer essa inspeção, agora, para não perder o certificado. A forma como nós conseguimos viabilizar isso foi fazer a distância. Foram oito certificados que nós fizemos auditoria de manutenção durante esse período de pandemia”.
A confiabilidade das auditorias remotas, como reforça o professor Jackson, é semelhante à das auditorias presenciais. O professor explica que essas inspeções são de manutenção, ou seja, todos os produtores que estão sendo auditados já foram habilitados e receberam o certificado anteriormente. “Essas auditorias remotas têm, realmente, a contabilidade, porque o auditor já conhece o produtor, ele já foi, pelo menos, uma vez lá no local. Então, ele sabe quais são os pontos críticos, o precisa observar para ver se realmente está sendo feito tudo conforme a legislação”.
Além das auditorias a distância, o projeto também está promovendo outras atividades online. “Nós já fizemos lives sobre diversos temas relacionados à produção orgânica, à certificação orgânica. Nós temos uma fanpage no Facebook, que também nós respondemos a várias perguntas nessa nossa fanpage. Também fazemos assistência técnica remota, quando possível, tirando dúvidas do produtor, orientando o produtor tanto na questão da produção orgânica, quanto na certificação orgânica também. Então, o projeto tem tido bastante atividade mesmo não podendo fazer a visita in loco aos nossos produtores”, detalha o professor.
Segundo Jakcson, a adaptação das ações que dão suporte aos produtores é importante para garantir a continuidade das atividades. “O produtor, muitas vezes, tem contrato com alguns programas governamentais, como aquisição de alimentos para merenda escolar que, em alguns casos, apesar de não estarem acontecendo as aulas, a prefeitura entrega essa merenda para os alunos em suas casas. Então, o produtor precisa manter o seu certificado caso realmente tenha interesse de continuar participando desses programas. Essa foi a forma que nós achamos para poder continuar esse trabalho para que o produtor não perdesse seu certificado. É importante frisar também que tudo isso está de acordo com a legislação, ou seja, o próprio Ministério da Agricultura, que é quem fiscaliza todas essas questões, entendendo o momento que nós passamos, também deliberou e permitiu que, aqueles que desejassem, fizessem de formas alternativas como essas auditorias remotas”.