Pesquisa sobre impactos comportamentais durante a pandemia já tem resultados tabulados

Pesquisa sobre impactos comportamentais durante a pandemia já tem resultados tabulados

As análises dos dados coletados na pesquisa “Covid-19: impactos psicológicos e comportamentais do distanciamento social em uma comunidade universitária do centro-oeste do estado do Paraná” já foram finalizadas.  O trabalho foi proposto pelos professores Ana Carolina Paludo, Timothy Cavazzotto e Michael Pereira da Silva, do Departamento de Educação Física da Unicentro, e contou com o apoio da psicóloga Jaqueline Puquevis. O objetivo do formulário era conhecer o perfil comportamental e psicológico dos membros da comunidade universitária, durante o período de isolamento social. 

No primeiro momento, o nosso objetivo principal foi buscar verificar o impacto desse distanciamento social nas respostas psicológicas e comportamentos relacionados à saúde e ao estilo de vida da comunidade da Unicentro. Nós queríamos ter uma ideia de como a comunidade da Unicentro – os alunos, os professores e funcionários – estavam respondendo à essa quarentena”, conta a professora Ana Carolina.

A realização do projeto teve a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Unicentro, e a anuência da reitoria. Os dados foram coletados a partir de um formulário online. Por meio das perguntas, de acordo com a professora, foi possível recolher informações demográficas para saber quantas pessoas deixaram Guarapuava nesse período; quantas delas tiveram contato com pessoas diagnosticadas positivas para covid-19; e, também, se a comunidade está adotando medidas de prevenção. 

Além disso, nós abordamos questões comportamentais em relação à frequência de atividade física – se estão fazendo atividade física, com que frequência; o tempo em frente da tela do computador ou do celular; se estão comendo mais do que o normal; e se estão ingerindo bebida alcoólica mais do que o normal. A psicóloga Jaqueline nos orientou nas perguntas em relação ao estresse, cansaço, desânimo, preocupação e dificuldade de concentração e de trabalho”, complementa a docente.

No total, 545 pessoas responderam ao formulário, mas as respostas consideradas válidas foram 524. 29% do público é formato por pessoas identificadas como do gênero masculino e 71% como feminino.  Por meio das respostas, como pontua a professora, foi possível identificar outras questões importantes. “Os nossos dados demonstraram que as mulheres, jovens e estudantes apresentaram ser mais sensíveis aos impactos do distanciamento social e mudança de rotina. Por exemplo, as mudanças negativas na dieta, o excesso de tempo na frente do computador e do celular, pouca atividade física e mais casos de cansaço, preocupação, nervosismo, dificuldade no trabalho e no estudo foram reportados nesse grupo de mulheres, jovens e estudantes”.

A professora Ana Carolina ainda contou que a equipe está formatando os dados e compilando as informações para disseminação científica em periódicos da área. Um relatório sobre as informações levantadas também será enviado ao Comitê de Ética em Pesquisa da universidade. “O nosso próximo passo será a disseminação desse conteúdo nas redes sociais e nos canais de mídia para que a população conheça quais foram os principais resultados e quais são os principais grupos de risco”, afirma. 

Além da divulgação dos resultados da pesquisa para a comunidade, a professora também destaca o desejo de estabelecer parcerias em ações multidisciplinares entre os departamentos pedagógicos da Unicentro. “Que a gente possa pensar junto em possíveis estratégias de intervenção, principalmente para aquela população que demonstrou ser mais sensível a esse período de isolamento – as mulheres, os jovens e os estudantes. Nós estamos dispostos a colaborar em futuras estratégias multidisciplinares e, desde já, nos mostramos abertos à colaboração com os demais departamentos da Unicentro”.

Para a professora Ana Carolina, o estudo foi importante para ajudar a entender o efeito da quarentena e do distanciamento social na saúde da comunidade universitária. “Através desse levantamento, nós sabemos que a população acabou mudando de hábitos, assim como suas respostas psicológicas também mudaram. A partir de agora nós podemos pensar juntos em uma proposta para mitigar esses efeitos negativos, especialmente nos casos mais grave. Através desse estudo, foi possível ter esse levantamento para agora podermos proporcionar ferramentas para construção de protocolos, de políticas institucionais para casos similares, que venham a acontecer no futuro. Para os próximos meses ou quando retornarem as atividades, nós podemos pensar em propostas que tenham essa duração estendida”, finaliza.

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