Reitor Osmar Ambrósio de Souza faz balanço da gestão
A Unicentro (Universidade Estadual do Centro-Oeste) realiza nessa sexta-feira, 07, a cerimônia de posse dos novos gestores. Fábio Hernandes e Ademir Fanfa Ribas assume como reitor e vice-reitor, respectivamente, e permanecem no cargo pelos próximos quatro anos. Ambos foram eleitos com 63,505% dos votos no dia 19 de setembro do último ano.
A posse, marcada para as 17h30, marca o fim da gestão de Osmar Ambrósio de Souza e Vitor Hugo Zanette. Osmar foi vice-reitor entre 2013 e 2019 e com a saída de Aldo Nelson Bona, em março de 2019, para assumir a Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Paraná (Seti) assumiu a reitoria, da qual esteve a frente nos últimos meses na companhia de Zanette, indicado para a vice-reitoria pelo Conselho Universitário (COU).
Ao encerrar o período que esteve a frente da gestão, o professor Osmar faz uma avaliação do período em que esteve a frente da Unicentro – conquistas, desafios e dificuldades – e, também, falou sobre os desafios dos novos gestores.
Balanço
Osmar) “Quando nós assumimos a reitoria – o Aldo e eu -, tínhamos um projeto de universidade discutido e aprovado pela coletividade. Isso foi no primeiro mandato. E fomos executando o projeto. No segundo mandato, também apresentamos um projeto amplamente discutido com a comunidade e aceito – tanto que fomos eleitos. Nesse meio, no andar da execução desse projeto desse último mandato, o professor Aldo foi convidado a assumir a Superintendência. Então, passou as funções para mim e assumi, há dez meses, a função de reitor. Na ocasião, eu deixei muito claro que o projeto era um projeto de universidade construído em conjunto, reitor e vice à época, que caberia a mim, nesses último dez meses, dar sequência a essa projeto pensado para a universidade – sem ruptura, sem mudanças de rumo, porque entendíamos que o projeto vinha dando certo. A universidade vem crescendo, evoluindo, as pesquisas estão fluindo, a qualificação da formação de recursos humanos está acontecendo de forma adequada. Então, um projeto que vem dando certo e que caberia a mim dar continuidade. E assim fizemos e estamos encerrando com muita satisfação. É um balanço positivo, muito positivo. Pode, às vezes, ser contraditória essa fala porque nós tivemos, nesses últimos anos, talvez, as maiores crises financeiras da história da universidade. Mas um fato curioso é o seguinte: apesar das dificuldades financeiras que marcaram a universidade, que tornaram as coisas difíceis na universidade – não foram momentos fáceis, precisamos de muita articulação para superar as dificuldades -, mas nessa dificuldade, muitas pessoas abraçaram a causa da universidade e ela vem superando. Os índices mostram. Eu atribuo isso à boa vontade das pessoas da Unicentro. Eu sou muito grato aos professores, funcionários e alunos da universidade, que mesmo nas dificuldades, se reiventaram. Por isso que eu falo que é positivo, não pelas dificuldades, mas pela superação das dificuldades. Então, encerro o mandato, de fato, com esse conceito. É um conceito muito de agradecimento às pessoas que, mesmo nas dificuldades, compreenderam e ajudaram a superá-las”.
Dificuldades financeiras
Osmar) “As dificuldades financeiras nos afetaram de diversas maneiras. Afetou na questão de bolsas à alunos, participações em eventos, substituições de equipamentos que se tornaram obsoletos, construções e obras que deixaram de ser feitos. Isso tudo acaba prejudicando todo um sonho de crescimento da universidade. A universidade não teve as condições necessárias para funcionar plenamente. Se tivéssemos tido os recursos necessários, talvez tivéssemos avançado mais ainda”.
Ensino de excelência
Osmar) “A avaliação do IGC (Índice Geral de Cursos, do Ministério da Educação) tem sido positiva graças ao bom trabalho de nossos professores e funcionários acolhido e entendido pelos alunos. Essa avaliação é abrangente, levando em consideração o desempenho dos estudantes no Enade (Exame Nacional de Desempenho), a infraestrutura e a qualificação do corpo docente. Nesse último item, a universidade tem, há 15 anos, um projeto forte de qualificação. Eu poderia dizer, sem medo de errar, que é a universidade que mais se qualificou nesse período. Isso é fruto é do empenho e do entendimento do projeto de universidade que a Unicentro imprimiu”.
Pesquisa, extensão e inovação
Osmar) “Nós tivemos a oportunidade de estarmos inseridos em projetos da Fundação Araucária, da UGF/Seti (Unidade Gestora do Fundo Paraná/Superintendência de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior). E esses projetos conseguem proporcionar, somados a qualificação, é um ingrediente importante para os resultados que temos obtidos. Além disso, a universidade, hoje, já se preocupa muito com a inovação e com a transferência de tecnologia. Os projetos que buscam patente, as pesquisas aplicadas, os convênios com empresas”.
Realizações
Osmar) “Tem muitas realizações das quais me orgulho. Me orgulho, em primeiro lugar, por ter trabalho na universidade e, ao final, do mandato passar a gestão sem problemas de fiscalização – seja do Ministério Público, do Tribunal de Contas, da Justiça. Nós estamos com todas as contas da universidade, até 2018, aprovadas. 2019 vai ser analisada agora em 2020. Então, isso é motivo de orgulho, porque é um trabalho honesto e dedicado, o que nós fizemos. A gente tem orgulho de muitos outros projetos. Um exemplo: nessa quinta (06) ainda fizemos a entrega de um trator – um simples trator, mas não é do trator que eu quero falar. Eu quero falar das ideias. No exercício da reitoria, nós recebemos muitos projetos, ideias de futuro. E a gente tem que investir nelas, apoiar. Muitas ideias lançadas na universidade, hoje, são de sucesso e isso nos orgulha muito. São projetos em inúmeras áreas, como agricultura, assistência estudantil, assistência social, educação, que nascem em discussões de professores, esses levam ao conhecimento da reitoria, a reitoria apoia como pode e, hoje, estão fazendo a diferença na sociedade. É disso que eu penso que podemos nos orgulhar. E do ponto-de-vista do relacionamento, eu acho que a universidade hoje vive um momento muito bom. A universidade tem um trato interpessoal muito bom, isso também faz parte de um trabalho da reitoria, via Pró-Reitoria de Recursos Humanos, em harmonizar e formentar o amor à universidade e desenvolver a autoestima por fazer parte desse universidade”.
Anseios não realizados
Osmar) “A lista é grande, mas as dificuldades foram tantas e, por isso, não tivemos a oportunidade de realizar. Eu, sinceramente, gostaria de ter avançado mais na área de atendimento aos alunos – melhor acolhida, restaurantes universitários. Mas, qualquer projeto nesse sentido é muito oneroso e a universidade teve apenas recursos para se sustentar. Então, esse sonhos foram fracassados”.
Desafios da nova gestão
Osmar) “Os desafios vem em função da nova lei, do novo modelo de gestão. Talvez aí resida o maior desafio da nova reitoria. O modelo de gestão da universidade está passando por uma transformação. Entender esse modelo, aplicar esse modelo em benefício da instituição é o desafio. É um modelo que dá mais liberdade a universidade em relação à amarra do Estado. É um modelo que coloca a estrutura da universidade como gestora, um modelo mais vinculado a um processo de descentralização, que toda a comunidade universitária precisará entender, não só o reitor. Esse é o grande desafio”.