Revitalização de biblioteca é última ação da equipe Unicentro em Lindoeste

Revitalização de biblioteca é última ação da equipe Unicentro em Lindoeste

A Operação Yaguaru do Projeto Rondon chegou ao fim na última sexta-feira, 31 de janeiro, depois de duas semanas de atividades intensas no oeste paranaense. Nesse período, professores e estudantes de sete cursos da Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro) desenvolveram ações no município de Lindoeste, abrangendo todas as áreas das atividades propostas para a operação: Cultura, Direitos Humanos e Justiça, Educação, Meio Ambiente, Saúde, Trabalho e Tecnologia e Produção.

A revitalização do espaço infantil da Biblioteca Pública Municipal Cidadã Luiz Segundo Valmini simboliza um importante legado deixado pelos rondonistas. Localizado na região central da cidade, o espaço, até então, não era muito frequentado e parecia mais um depósito com livros amontoados. “Inicialmente, limpamos tudo na área interna e externa. Parte da equipe começou a desenhar um painel e todos ajudaram a pintar as paredes e a organizar os livros por faixa etária”, conta Mariana Valente, aluna do Curso de Jornalismo da Unicentro.

Ainda segundo a rondonista, foi instalado um piso emborrachado para garantir a segurança das crianças no local e as prateleiras foram dispostas em um novo leiaute, para o usuário passear entre os livros. “Também criamos uma mascote, a Rondonfa, uma girafinha feita de material reciclável para guardar os livros infantis”, comenta a universitária. “Esperamos que a biblioteca seja mais utilizada pela população e que as escolas levem os alunos para visitar e aproveitar o espaço, pois apesar de pequena, essa biblioteca municipal tem um ótimo acervo”.

Ações do Rondon envolveram toda a comunidade de LIndoeste (Foto: acervo pessoal)

Na avaliação do coordenador do Projeto Rondon na Unicentro, professor Valdemir Antoneli, que atua no curso de Geografia ofertado pelo campus de Irati, o principal benefício da Operação Yaguaru consistiu na troca de experiências e na aquisição de novos conhecimentos, a partir da imersão nos desafios do cotidiano das comunidades. “Os estudantes vão levar essa vivência e esse aprendizado para suas vidas acadêmicas, profissionais e pessoais, principalmente a forma deenxergar o mundo para além dos muros da universidade, aplicando a teoria da sala de aula na prática, no dia a dia”, assegura.

Parte da equipe de rondonistas, composta por estudantes dos cursos de Pedagogia e Psicologia da Unicentro, realizou oficina sobre metodologias ativas de ensino para os profissionais da educação de Lindoeste. “A finalidade é promover a capacitação dos professores a respeito do uso de estratégias inovadoras, visando desenvolver as potencialidades dos alunos de maneira criativa e motivadora, ao invés de aulas expositivas que, muitas vezes, levam ao desinteresse”, destaca o professor Daniel de Paula, do curso de Farmácia. As metodologias ativas de ensino proporcionam aos estudantes autonomia, aptidão na resolução de problemas, colaboração, senso crítico, confiança e empatia, além de senso responsabilidade e de participação.

As profissionais da rede municipal de educação aproveitaram, ao máximo, o conteúdo ministrado pelos rondonistas. As professoras Lidiane Soares dos Santos e Gelsina Tosatti e a estagiária Denise Pusini sinalizam que pretendem aplicar os novos aprendizados. “Vai ser muito importante por em prática no dia a dia, compreender mais os alunos e unir mais a família e a escola”, diz Lidiane. “Houve momentos de diálogo e de troca de experiências, que enriqueceram muito o nosso conhecimento, tanto pelo lado profissional quanto pessoal”, completa Gelsina. “Vou compartilhar com os meus colegas as experiências dessa oficina e aplicar na sala de aula esse conhecimento”, finaliza Denise.

Para o rondonista Jonathan André Bortoletto, estudante de Pedagogia do campus de Irati, o interesse do público facilitou o trabalho dos voluntários, possibilitando a realização de atividades com excelência e qualidade. “Tivemos uma recepção muito boa por parte da população, que se mostrou aberta ao diálogo. Com certeza conseguimos passar um pouco do que aprendemos na universidade”, comemora.

Outra equipe realizou a oficina “Resignificando Memórias”, direcionada aos idosos lindoestenses, com o intuito de promover uma reflexão em torno dos aspectos que permeiam a terceira idade. O estudante do curso de Psicologia do campus de Irati, Igor Luige dos Santos Andretti, explica que a proposta consiste em “sensibilizar os participantes sobre a vida, abordando características da infância, da fase adulta e da velhice”.

A equipe de rondonistas da Unicentro (Foto: acervo pessoal)

A dinâmica contou comm roda de conversa e atividades de desenhos ao som de uma trilha sonora, com músicas que remetiam à infância. “Concluímos a oficina refletindo sobre como mudamos em cada fase da vida, resignificando as nossas memórias e eventos passados, e sobre como damos sentido à vida, com base no que vivemos como seres humanos, mesmo com tantas limitações”, afirmaIgor.

Segundo Amanda Brait Zerbeto, professora do Departamento de Fonoaudiologia do campus de Irati da Unicentro, os idosos puderam pensar objetivos para o futuro e novos projetos de vida em curto, médio e longo prazo, apesar de a maioria estar aposentada. “A oficina fez com que os idosos pudessem refletir sobre as vidas deles e os nossos estudantes puderam se colocar no lugar dos idosos e ver, possivelmente, uma parte do que será a velhice deles”, diz, salientando que, ao final da programação, “os idosos queriam que os rondonistas ficassem mais tempo na cidade para dar continuidade ao trabalho iniciado”.

O Projeto Rondon é uma ação governamental coordenada pelo Ministério da Defesa. Iniciada em 17 de janeiro, a Operação Yaguru contemplou 12 cidades das microrregiões de Cascavel, Foz do Iguaçu e Toledo, na região oeste do Paraná: Anahy, Braganey, Céu Azul, Diamante do Oeste, Iracema do Oeste, Jesuítas, Lindoeste, Ouro Verde do Oeste, Santa Lúcia, São Pedro do Iguaçu, Tupãssi e Vera Cruz do Oeste. De forma voluntária, ao longo dessas duas semanas, as atividades foram desenvolvidas por mais de 250 rondonistas, entre estudantes e professores, oriundos de instituições de ensino superior (IES) públicas e privadas.

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