Cidadania territorial é tema de projeto de extensão desenvolvido pelo Departamento de Geografia
Unir os ensinos básico e superior na busca por soluções para os problemas encontrados na área urbana de Guarapuava. É assim que a coordenadora do programa Nós Propomos, professora Marquiana de Freitas Vilas Boas Gomes, define o principal objetivo do projeto que reuniu 180 alunos de seis escolas estaduais de Guarapuava para a apresentação dos resultados de trabalhos desenvolvidos por eles.
“O projeto Nós Propomos”, detalha Marquiana, “é um projeto de cidadania territorial, que tem como premissa que os jovens sejam protagonistas para pensar a cidade, uma cidade educadora. Para isso, esses jovens são convidados a escolher temas da cidade, problemas que eles entendem como sendo os problemas do cotidiano e se e se debrucem sobre esses temas para pesquisa. Então, o grande eixo do trabalho é o trabalho de campo, quando eles conversam com a população dos bairros sobre os temas que eles trazem como angústia, como problemas para serem resolvidos por essa pesquisa, entendendo o tema, eles então elaboram uma proposta de solução. Então, mais do que só ir fazer o diagnóstico do problema, o trabalho também sugere as soluções”.
O projeto é fruto de uma parceria entre a Unicentro e a Universidade de Lisboa, de Portugal, e que busca listar os problemas territoriais do bairro, a partir do olhar do próprio jovem. Para o coordenador do Núcleo Regional de Educação, João Carlos de Souza, a aproximação universidade-escolaé de suma importância para o desenvolvimento dos alunos. “É fundamental. Essa aproximação tem que ser cada vez maior entre a escola pública, a escola básica e a universidade. Os alunos da Escola Básica precisam disso, eles necessitam de estar cada vez mais conhecendo o ambiente do ensino superior para que, a partir disso, eles se entusiasmem, para que eles ingressem no ensino superior seja via Enem, via PAC ou via Vestibular”, afirma João.
Essa aproximação também foi destacada pelo professor de Geografia da rede estadual, Emerson de Souza Gomes, que vê os trabalhos como oportunidade para os alunos adquirirem o conhecimento também fora das salas de aula. “Conhecendo o que a população externa à escola, mais próxima ao bairro onde eles moram e também a própria população da escola pensa sobre os temas, eles trassaram e vieram com ideias para propor algumas coisas que podem ser feitas para minimizar o problema, resolver ou, enfim, melhorar a questão do tema que eles estão trabalhando”.
Camila Ehms é uma das alunas do professor Emerson. O trabalho desenvolvido por ela trata da conservação das áreas verdes do bairro onde mora. ““Criamos alguns questionários que a gente aplicou tanto no colégio, no bairro mesmo. E, a partir desses resultados, a gente criou o nosso trabalho, foi feito o que a população precisava, que ela sentia falta, o que era necessário no nosso tema que seria a manutenção e implementação que ele sentiu falta que era necessário mesmo para a população nessa parte”, conta a estudante.
Para a pró-reitora de Extensão e Cultura da Unicentro, professora Elaine Maria dos Santos, o “Nós Propomos” reforça um dos objetivos da Unicentro, que é se manter sempre próxima da comunidade. “Na verdade, eu acho que esse projeto, ele retrata muito que a gente quer da extensão, que é primeiro essa articulação com a comunidade – nesse caso, a escola -, esse empoderamento do sentido de fazer uma transformação na medida em que estimula o exercício do estudante buscar analisar os problemas que eles encontram no bairro, no entorno da escola e propor soluções. Então, é tudo que a extensão quer, que é justamente trabalhar esse elo de transformação”.
Para que sejam efetivadas as parcerias e ações propostas pelos alunos, alguns trabalhos seguirão para a análise da Câmara de Vereadores, fazendo com que o poder público tome conhecimento sobre as demandas e soluções encontradas nos bairros da cidade. O secretário de Meio Ambiente do município, Celso Araújo, destacou a parceria entre a Unicentro e a secretaria em prol do melhoramento das ações voltadas para a comunidade. “A educação ambiental é a grande nossa mola propulsora e a universidade é nossa grande parceira, principalmente um projeto como o Nós Propomos, porque é comum tanto nós, como a universidade receber denúncias e denúncias. Agora, eu vi um projeto que já aponta a denúncia e as possíveis soluções, é muito importante”, avalia Celso.