Oficinas, minicursos e rodas de conversam incrementam programação da Siepe
A relação de ensino-aprendizagem é uma via de mão dupla. A educação é um processo dialógico, em que professores e alunos interagem com o conhecimento produzido por uma instituição de ensino e transformam esses saberes em práticas que colaboram para o desenvolvimento da comunidade em que estão inseridos. Com esse objetivo, a Siepe, que é a Semana de Integração Ensino, Pesquisa e Extensão da Unicentro, promoveu diversas oficinas, minicursos e rodas de conversas.
No campus Irati, liderados pelo professor Silvano Coutinho, os participantes do Grupo de Estudos em Educação Física, Saúde Coletiva e Envelhecimento Humano ministraram uma oficina sobre Primeiros Socorros para Leigos. “Como a gente entende que primeiros socorros são uma questão de saúde pública, que todas as pessoas deviam dominar algum conhecimento sobre isso para poder agir em situações de urgência, surgiu a ideia dessa oficina”, conta o professor Silvano.
Para passar um conhecimento técnico aos participantes da oficina, o grupo convidou o socorrista Célio Marcos de Oliveira. “A gente preparou um conteúdo em cima do que pode acontecer no dia a dia dentro da escola, da universidade – desmaios, crises convulsivas, entorses, luxações, fraturas, queda de mesmo nível, que pode ocorrer desde uma simples fratura até um traumatismo craniano”.
Além da teoria, a oficina de primeiros socorros também teve uma parte prática. A estudante de Educação Física da Unicentro, Débora Ferreira Machado, é técnica em Enfermagem e também já trabalhou como socorrista. Ela também deu algumas instruções básicas de primeiros socorros durante a atividade na Siepe. “O leigo vai estar na rua e vai se deparar com o que? Sem equipamento, sem nada. Mas ele tem um telefone, ele pode pedir ajuda, pode fazer a segurança do local, ele pode dar esses primeiros suportes básicos para que tudo aconteça bem e não tenha um novo acidente”, esclarece Débora.
A estudante de Fonoaudiologia Denise Müller participou da oficina. O que mais chamou a atenção dela durante as instruções foi o quanto as instruções são necessárias no dia a dia. “A parte de desmaio e convulsão, que acho que é o mais comum, principalmente hipoglicemia, pressão baixa. É sempre bom ter o preparo e, como profissional de saúde, em todas as áreas que a gente puder ajudar as pessoas, eu acho importante ter o conhecimento”.
Os inscritos na Siepe também puderam participar de minicursos. Um deles abordou o tema “Jornalismo, Cinema e História: Interdisciplinaridade na Pesquisa Acadêmica”. O assunto foi apresentado pelo produtor cinematográfico Pedro Wasilewski.“Por que a gente vai guardar o conhecimento da história na gaveta, o conhecimento do cinema numa gaveta separada, e o do jornalismo em outra? Por que não guardar tudo na mesma gaveta, misturar tudo isso e fazer com que isso traga novas nuances para a pesquisa, para a academia e também para a sociedade? O cinema te dá muitas possibilidades, ele é totalmente interdisciplinar, ele abraça todas as áreas, e pode e deve ser utilizado de maneira didática’, defende.
O estudante de Engenharia Ambiental Gabriel Patitucci acompanhou o minicurso e disse que, a partir dele, conseguiu compreender como utilizar esse conhecimento de forma prática. “Correlacionando essas três áreas você tem uma nova expansão de ideias que você pode relacionar para novos aprendizados e para você passar o que você já sabe de uma forma diferente. Eu acho que tem bastante a contribuir na parte de contar histórias, contar tuas vivências e passar isso em forma de conhecimento”.
Além de oferecer atividades com caráter de novidade aos participantes, a programação da Siepe também buscou discutir o aperfeiçoamento de programas e projetos já existentes na Unicentro. Na roda de conversa sobre Residência Pedagógica, a professora da universidade Wanda Santos moderou as avaliações sobre o programa. Os apontamentos foram feitos por docentes, alunos residentes e professores da rede estadual de ensino.
“A Residência Pedagógica é um programa da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior) junto com o Pibid (Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência). A Residência tem um caráter mais voltado para os alunos do terceiro e do quarto anos, que estão na fase do estágio supervisionado, das licenciaturas. O objetivo é reunir os coordenadores, os professores coordenadores das áreas, os professores das escolas, que a gente chama de preceptores, e os alunos residentes para fazer uma avaliação”, explica Wanda.
O professor de Educação Física Elinton Candido dá aulas no Colégio Estadual Antonio Xavier da Silveira. Ele é um dos professores preceptores citados pela professora Wanda. Eles acompanham os estudantes da Unicentro que fazem estágio nas escolas do município. “Formação continuada é sempre importante e para nós, que trabalhamos com jovens, ela é essencial, porque os jovens mudam de um dia para o outro, e nós temos que tentar acompanhá-los”, defende o professor.
Além das oficinas, minicursos e rodas de conversa, a Siepe também contou com palestras, apresentações de trabalho, exposições e muito mais. Dessa forma, a Unicentro incentiva a formação complementar dos seus alunos, colaborando para que eles atendam as necessidades da sua comunidade no futuro, de maneira profissional e comprometida com o desenvolvimento social.