Ganhadores do Festival Canta Aí disputarão final do Fuca 2019
Parece mágica – a música seduz as pessoas. Basta um violão tocando uma canção conhecida que, pouco a pouco, cada vez mais gente aparece com o refrão na ponta da língua pra cantar em coro. Foi assim que o Espaço Canta Aí foi crescendo. Esse é um projeto do campus Irati da Unicentro que de tanto reunir talentos acabou se tornando um festival realizado anualmente. “O primeiro Canta Aí foi um sucesso, o segundo mais ainda. Eu acredito que o sucesso do Festival se dê a esse clima agradável, descontraído, esse espaço democrático mas, acima de tudo, a essa paixão pela música. A música faz muito bem, ela faz bem para a alma”, comentou a professora Alexandra Lourenço, que é diretora de Promoção Cultural do campus Irati e uma das organizadoras do evento.
O chefe da Divisão de Multimeios do campus Irati, Nelson Cordeiro, também participa da organização do Canta Aí desde a primeira edição. “Desde 2017, tivemos um crescimento significativo das nossas inscrições. Foram 46 inscrições este ano. Então, tivemos que fazer, conforme o regulamento, a pré-seleção, e desses 46, selecionar 25”, explica. A organização optou por mesclar os candidatos das categorias Interpretação e Composição durante os dois dias de Festival para celebrar a cultura do jeito que ela é – bem diversificada. Teve música de todos os estilos, desde o rock até o sertanejo.
Com a música “Medo Bobo”, da dupla sertaneja Maiara e Maraísa, a Alessandra Beraldo, que é aluna do primeiro ano de Fonoaudiologia da Unicentro, se inscreveu na categoria Interpretação. “Eu já vim aqui na universidade cursar Fono por causa da música. Então, na primeira oportunidade que eu vi que aqui acontecia um festival, eu me interessei no momento, na hora”, conta. A Alessandra foi surpreendida com uma torcida enorme pra ela na primeira noite de festival. As colegas de turma apareceram com faixas e cartazes para apoiar a amiga cantora. “Ela é uma artista maravilhosa, ela se esforça muito em tudo o que ela faz e é uma pessoa que inspira todos nós.Ela vem ensaiando com a gente e mostra cada vez mais uma extensão vocal”, comentou a colega Eduarda Cordiak.“Éo que eu amo fazer. Então, ver que eles estão aqui me apoiando é a melhor coisa que eu poderia ter”, respondeu a candidata sobre a homenagem da torcida.
Essa união que a música proporciona foi destacada pelo secretário de Cultura de Irati, Alfredo Van der Neut, que foi um dos jurados do Canta Aí. “Essa integração da sociedade, integração da cidade de Irati com a Unicentro, é que promove todo esse festival. Ele deixa uma união mais forte entre o estudo e da música”, diZ o secretário.
Na categoria Composição, uma das participantes foi a Banda Escultores de Alento. Os integrantes apresentaram a música “A casa, por acaso”. “É uma música sobre um pescador que sai de manhã e fracassa. Então, passa o dia inteiro frustrado, baixa a cabeça, tenta evitar as pessoas, mas quando chega em casa, mesmo assim tem alguém esperando por ele – pode ser um cachorro, a mulher, um irmão”, contextualizA o vocalista Maygon Molinari.
“Vimos vários talentos diferentes, vários estilos. Essas pessoas estão aqui para serem ouvidas e a gente é quem é premiado com isso, com músicas boas, com bons artistas”, opina o estudante de Geografia da Unicentro Pablo Prado, que assistiu às apresentações musicais no campus Irati. A qualidade musical dos candidatos foi tão alta que surpreendeu também quem estava avaliando o desempenho dos artistas. “São jovens talentos, iniciando a carreira agora. Todos tem a sua qualidade, todos tem o seu talento sim”, comentou a jurada Mariléia Padilha, que é radialista na cidade de Irati.
Na categoria Interpretação foram analisados critérios como a qualidade vocal e performance. Na categoria Composição foram levados em conta quesitos como letra, melodia e interação com os instrumentos. O encontro musical promovido pelo campus Irati foi bem diversificado, o que chamou a atenção da cantora Marli Traple, que também foi uma das juradas do Canta Aí. “A pessoa vem aqui e canta uma sertaneja. Daqui a pouco vem outro e canta uma gaúcha, uma nativa. De repente, vem alguém e canta um reggae. E, assim, se expressando, falando de temas que são muito atuais, como a cultura e a educação, que são temas importantes para a nossa sociedade”.
Teve quem gostou tanto de participar do Canta Aí no ano passado, que repetiu a dose nesta terceira edição do evento. “Eu participei em 2018 na categoria Composição, com a Mari Ana, uma amiga de São Paulo. Nós ganhamos em primeiro lugar aqui em Composição e fomos para o Fuca; foi uma felicidade só. Este ano eu vim com uma banda em Interpretação”, contextualiza Rose Chagas, vocalista da banda Quintal da Dona Sônia.
Premiação e finalistas do Fuca
Encerradas as apresentações, o público do Canta Aí estava ansioso para a revelação dos vencedores. Na categoria Interpretação, o primeiro lugar foi do estudante de História da Unicentro Leonardo Stefaniak. Ele animou o público com a música “Highway Tune”, da banda estadunidense de hard rock Greta Van Fleet. “Eu queria uma música que fizesse o povo vir para perto de mim e trazer essa sensação de estar junto comigo, de levantar todo mundo que estava assistindo. Era justamente para me divertir e divertir o público também”, explica Leonardo sobre a escolha da música interpretada.
Cada um dos cinco primeiros colocados em Interpretação e também os da Composição recebeu um troféu em forma de clave de sol. Já os dois primeiros de cada categoria saíram do Festival com outro compromisso na agenda. “O primeiro e o segundo lugar da Interpretação e o primeiro e o segundo lugar da Composição estarão indo para o Fuca, direto para a final do Fuca”, explica o funcionário do campus Irati Nelson Cordeiro, que é um dos organizadores do Canta Aí.
O Fuca é o Festival Unicentro da Canção e está marcado para os dias 25, 26 e 27 de setembro. A banda de reggae Acústico A.L.A. levou o primeiro lugar na categoria Composição, com a música “Lua”. “O nível do Fuca é bem alto. A gente conhece bastante pessoas que vão participar lá. Então, a expectativa de estar competindo com eles e de ter conquistado a vaga para a final por aqui, que também foi um nível bem alto, a expectativa é muito boa. Vamos ver o que Fuca vai guardar para a gente”, compartilha Lincoln Grooski, vocalista do Acústico A.L.A.
O Festival Canta Aí também preparou uma surpresa para os candidatos – uma premiação inédita, que a organização chamou de “Destaque da Comunidade”. Quem levou esse troféu para a casa foi a Aline Scolari que, com apenas 15 anos de idade, encantou o público e os jurados com a doçura da sua voz, ao interpretar a música “Eu era Órfão”, de Nel Braga. “Foi surpreendente, foi do nada, eu não esperava”, relatou a menina, emocionada.
A diretora de Promoção Cultural do campus Irati, professora Alexandra Lourenço, destacou a importância do Festival para a aproximação da universidade com a comunidade, já que a música tem o poder de fortalecer os laços entre as pessoas. “Enquanto evento cultural, o Festival Canta Aí é o nosso principal evento do ano e que envolve realmente a comunidade externa. Nós vemos bandas do Ensino Médio, familiares vindo assistir, colegas vindo com torcida organizada, com faixas. Então, é espetacular”, finaliza a professora.
Quem assistiu às apresentações do Canta Aí, respirou cultura e saiu do evento inspirado. “Isso aqui só reforça aquilo que a universidade tem que ser mesmo, que é esse espaço de conhecimento e de cultura, independente de qual seja ela”, opina a estudante Psicologia Ana Carolina Bueno Chaves.
Interpretação
1. lugar: Leonardo Stefaniak
2. lugar: Gilson Zacarias dos Santos
3. lugar: Walter Soares música
4. Gabriel Gomes da Cruz
5. Antoniele Moreira dos Santos
Composição
1. lugar: Alline Marcondes (Acústico A.L.A.)
2. lugar: Nara Lacerda Jorge
3. lugar: Vitória da Silva Neri
4. lugar: Hugo César Iantas
5. Igor Luige dos Santos
Destaque Comunidade: Aline Scolari, Categoria Interpretação