Inscrições para Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná estão abertas

Inscrições para Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná estão abertas

Mais de 1000 participantes. Essa é a expectativa de inscritos para o 19. Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná, que está com inscrições abertas até o dia 30 de agosto. Realizado desde 2001, a cada ano a organização fica a cargo de uma das universidades publicas do estado. Nesse ano, porém, as provas não ocorrerão mais em apenas um local, elas serão descentralizadas.

O Vestibular, até ano passado, era aplicado em um único local. Ou seja, nós reuníamos todos os interessados do estado do Paraná, os deslocávamos para Faxinal do Céu e essas provas eram realizadas lá, com uma aglomeração, no ano passado, de 859 candidatos. Este ano, nós vamos fazer a aplicação das provas descentralizadas. Ou seja, nós escolhemos aplicar em cinco polos diferenciados esse vestibular”, explica a coordenadora da Comissão Universidade para os Índios do Paraná (Cuia) e professora da Unicentro, Juliane Angnes. 

Assim, este ano, as provas serão aplicadas nos municípios de Curitiba, Londrina, Mangueirinha, Manoel Ribas e Nova Laranjeiras. Todos os indígenas escritos receberão alimentação e transporte da aldeia até o local de provas,  com exceção dos que forem fazer a prova em Curitiba. O objetivo do Vestibular, segundo a professora Juliane, é oportunizar que os indígenas passem por um processo de seleção elaborado a partir de características próprias desses povos, como a oralidade. “O Vestibular dos Povos Indígenas não funciona pelo sistema de cotas. São criadas vagas a mais nos cursos de graduação das sete universidades estaduais do Paraná mais a Federal, que é parceira no processo, só para esses estudantes. Além disso, os aprovados optam pelo curso somente depois da aprovação no vestibular”.

A Unicentro, segundo o vice-reitor da instituição, professor Victor Hugo Zanetti, participa do Vestibular dos Povos Indígenas desde sua primeira edição e foi uma das impulsionadoras do processo. Ele defende que a descentralização das provas é um facilitador a mais para o acesso dos membros das comunidades indígenas paranaenses ao ensino superior público e gratuito. “A Unicentro está participando e se propondo a realizar essa regionalização, ou seja, um trabalho mais direcionado para os nossos alunos indígenas. Isso é de fundamental importância. Eu acho que vai ser uma experiência extremamente importante não só para a nossa Unicentro, que desenvolve esse projeto maravilhoso, mas também para todas as comunidades indígenas aqui da nossa região”.

Para fazer a inscrição, o estudante indígena deve ter concluído o ensino médio; não possuir curso superior; preencher a autodeclaração em que se reconhece como indígena; e apresentar documentação que demonstre seu pertencimento a uma terra indígena paranaense para concorrer pelas universidades estaduais.

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