Unicentro participa do 3. Congresso Internacional dos Povos Indígenas da América Latina
No ano de 2019, a Unicentro foi a primeira universidade da região sul do brasil a implementar o curso de Pedagogia Indígena. A graduação é ofertada para membros das tribos do estado, como a kaigang, a guarani e a xetá. Com o fim da primeira etapa do curso, os 43 alunos estão colocando em prática os ensinamentos adquiridos.
Representantes das tribos e professores do curso participaram do 3. Congresso Internacional dos Povos Indígenas da América Latina, que trabalhou a temática “Trajetórias, narrativas e epistemologias plurais, desafios comuns”, realizado na Universidade de Brasília (Unb). “A participação nossa foi, nesse momento, só como ouvintes. Participamos de mesas de discussão sobre a educação escolar indígena. Foi importante no sentido dos nossos estudantes perceberem a importância desse tipo de trabalho, que eles sempre podem apresentar os trabalhos deles, possam produzir no curso e representar a universidade”, conta o coordenador do curso, professor Marcos Gehrke.
Marcos também relata que a participação da universidade no evento possibilitou maior visibilidade para o curso. “Foi importante no sentido de tornar visível, porque é um curso na região sul, o único que é em uma terra indígena, ofertado por uma universidade pública”.
Além de trabalhar assuntos como a luta dos povos indígenas, o congresso contou com oficinas de troca de sementes, de preservação das sementes criolas e, também, com uma mostra de artesanato. Na área da pesquisa, estudantes de diferentes regiões do país, segundo o professor Marcos, apresentaram os resultados dos estudos que estão realizando. “A novidade desse terceiro encontro foi um aumento significativo da população indígena apresentando trabalhos. Não é só mais um trabalho dos professores não-indígenas, das universidades. Então, o fato de nós levarmos três indígenas é importante para que realmente seja um congresso dos povos com a vez dos povos falar”.
O coordenador do curso de Pedagogia Indígena enfatiza ainda que alguns dos conhecimentos adquiridos no congresso serão trabalhados no próximo módulo da graduação. “A gente trouxe muitas lições de lá. Essa questão de trazer desde os elementos da cultura, os modos de produção dos alimentos. No nosso curso, na minha visão, temos a necessidade de discutirmos a educação alimentar, porque a gente vai preservar as ideias e a cultura indígena não só pelo estudo, mas pelo que a gente come, veste. Então, eles despertaram para a ideia de fazer oficina dos cocares indígenas. Acho que são pequenos elementos que podem criar um potencial no retorno da turma”, finaliza.