Exibição de filmes é ponto inicial para debates sobre transtornos mentais no campus de Irati
Assistir a um filme é uma ótima programação para as horas de folga. Mas além de entreter, o cinema também pode promover reflexões importantes. Por isso, pensando em discussões que articulem Psicologia e Cultura, um projeto de extensão do campus Irati está promovendo a exibição de filmes que tenham como temática central os transtornos mentais.
O objetivo, segundo a coordenadora da ação, professora Alayde Digiovanni, é debater sobre os enredos e os personagens, analisando os quadros clínicos. “De uma maneira ou de outra, o cinema sempre retrata as relações humanas, em determinados tempos, épocas, e o objeto de estudo da Psicologia é exatamente esse – as relações humanas, o ser humano, o indivíduo e as suas angústias, suas alegrias, todas as coisas que são afetas à questão do humano. Acho que o cinema é uma forma interessante, assim como a literatura e outras artes, para a gente acessar essa diversidade do humano de forma diferente”, explica.
A primeira convidada do projeto “Psicologia na 7ª arte: debatendo transtornos mentais através do cinema” foi a professora Ana Paula Müller de Andrade. Ela conduziu a discussão sobre o filme “A Falecida”, que retrata uma personagem com o transtorno de ansiedade de doença, antigamente chamado de hipocondria. “Eu acho que tem um compromisso da Psicologia, de uma Psicologia comprometida com o seu tempo, com as questões do social, que é uma psicologia que tá tentando pensar a partir de outros parâmetros também, em tentar entender como se produz um transtorno de ansiedade, como se produz uma depressão, o que é que dá chance para isso acontecer e como as pessoas vão se olhando a partir desses diagnósticos”.
A ideia do projeto foi das acadêmicas de Psicologia Laura Hopner Pierozan e Beatriz Staffen. A inspiração veio de um livro que traz análises de personagens cinematográficos a partir dos diagnósticos do DSM, o Manual de Diagnóstico de Transtornos Mentais. De acordo com Laura, o intuito é convidar profissionais que estão no dia a dia do atendimento para debater os filmes. “A gente vai ver a viabilidade de virem profissionais que não são professores, que estão atuando em serviços da cidade como o Cras e o Creas. A gente vai atrás para tentar debater talvez uma dependência química, algo do tipo, e que não seja só professor que fale”, detalha.
As estudantes pretendem abordar variados tipos de transtornos mentais durante as sessões cinematográficas, como a depressão, o transtorno obsessivo compulsivo, a esquizofrenia e a bipolaridade. As edições do “Psicologia na 7ª arte” serão quinzenais, sempre às 17 horas, no miniauditório do campus Irati. As exibições e debates são abertos a toda a comunidade e as inscrições podem ser feitas na hora do evento, para a emissão de certificado de participação. E o próximo encontro será no próximo dia 22, com a exibição de “Capitu” e debate acerca do transtorno delirante do tipo ciumento.