Comunidade iratiense lota Auditório Denise Stoklos para apresentação de “Os esquecidos”
Alma penada, o lobisomem, a noiva do banheiro e até um vampiro se reuniram no palco do Auditório Denise Stoklos para uma sessão de terapia. Esse era o enredo da peça “Os esquecidos” apresentado pela Companhia de Teatro Terapia, de Curitiba. A peça tem roteiro e direção de Nayara Pereira e é co-dirigida por Kelvin Millarch.
Nayara conta que o objetivo é resgatar as histórias contadas pelos nossos pais e avós para que a geração atual tenha contato com esses personagens tão importantes para a cultura popular e que, muitas vezes, são esquecidos. “A gente quer mostrar para geração de hoje, essa geração Y/Z, geração da tecnologia, que as famílias ainda podem entrar nesse contato familiar, contar suas historias e a gente dividir todas as experiências que essas pessoas antigas, tão sábias, passam e torcer para que o nosso mundo seja um mundo menos de violência”, explica.
A parceria com a Unicentro é resultado do contato de Kelvin, co-diretor da peça, com a chefe da Divisão de Promoção Cultural do Campus de Irati, professora Alexandra Lourenço. Para ela, trazer eventos ligados ao teatro para a Universidade é importante para que a comunidade acadêmica e a cidade como um todo possam ter acesso a esse tipo de arte. Alexandra avalia positivamente a ação, já que o auditório ficou lotado para a apresentação única.
“É uma forma de você valorizar o teatro, é uma forma de você valorizar os artistas, atores, diretores, e também de ampliar o processo de formação dos próprios acadêmicos e ainda a Universidade cumprir esse papel de oferecer um espaço de cultura para a cidade, para a sociedade em geral. Eu acho isso extremamente positivo porque a arte faz parte da nossa vida e quando nos esquecemos disso, a vida fica mais pesada. Então, eu acho bem importante o resultado que foi a adesão da comunidade acadêmica, mas também com a participação de uma parcela da sociedade de Irati”, avalia Alexandra.
A professora do Departamento de Pedagogia, Kaite Luz, trouxe os alunos do curso para assistir a peça. A ideia é, depois, transformar o que foi visto no teatro em conteúdos dentro da sala de aula. “Acredito que o teatro, como uma linguagem artística, é importante para a formação de todos os alunos, de um modo geral, tanto os licenciados como os que não vão colocar em prática a arte e a técnica de ensinar. Eu, por exemplo, estou com os meus alunos da disciplina de Didática e vamos tentar fazer a transposição do que nós assistimos na peça teatral, dentro da nossa disciplina em sala de aula”.
O seo João Carlos Ribeiro também aproveitou a oportunidade e aprovou a peça. “A gente gosta muito desse tipo de apresentação e porque são poucas as oportunidades que tem da população participar, principalmente o fato de ser sem custo, de graça, e é um coisa muito boa vinda da Unicentro”.
Além de co-diretor, Kelvin também é ator da peça. Para ele, subir ao palco para contar essas lembranças de família é muito emocionante. “Eu acho que o contato com o teatro é uma coisa libertadora. Aquela troca do contato com o público. Você tem uma responsabilidade em cima desse palco, o que você faz, o que você fala reflete ali no público, eles saem daqui com aquilo na cabeça. A gente tem obrigação, como atores, de fazer com que o público se desligue dos problemas do mundo, o caos que está vivendo e viajar nessa fantasia, e ter esperança de que o mundo vai ser um mundo um pouco melhor, o país vai ser um pouco melhor”.