Participação das mulheres na ciência sob perspectiva filosófica é tema de debate
O dia da mulher foi marcado no Campus Santa Cruz pela palestra “Mulheres na filosofia: contribuições de Martha Nussbaum em torno da educação”, promovida pelo Departamento de Filosofia da Unicentro (Defil), em conjunto com o Sehla, que é o Setor de Humanas, Letras e Artes e com o PET Filosofia. De acordo com o chefe do Defil, professor Gilmar Evandro Sczepanik, o evento foi pensado para ampliar a discussão sobre o papel da mulher na Ciência. “A gente pensou em trazer um debate, uma discussão sobre o papel da mulher não apenas na Filosofia, mas na academia, na sociedade em geral para ser discutida filosoficamente. Então, acreditamos que há muitos pontos, muitas questões que precisam ser pensadas, que precisam ser refletidas, que precisam ser debatidas seriamente e esse espaço ele é gerado, ele é instituído, principalmente, na universidade”.
A palestra contou com a participação de estudantes de vários cursos de graduação, o que, segundo o chefe do Setor de Humanas, Letras e Artes, professor Ademir Nunes Gonçalves, permite que o conjunto de professores e alunos reflita sobre uma mesma temática. “Isso agrega no sentido de abrir novos horizontes de discussões. Eu acho que a academia tem esse propósito. Se a academia não abre esse propósito de abrir novas discussões nós não somos mais universidade”.
Para comandar as discussões, foi convidada a professora Nelsi Kestemacher Welter, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná, a Unioste. Segundo a pesquisadora, a escolha da filósofa Martha Nussbaum é acertada já que ela é uma referência. “É muito mais cômodo trabalhar com filósofos que tu trabalha por dez anos, quinze anos e a gente disse é verdade, mas também é legal repensar esses filósofos e pensar porque que eles se não trabalharam a questão de gênero? E por que nós não trabalhamos com ela? A escolha da Nussbaum é porque ela cai muito bem nessa discussão da gente pensar essa crise da educação. Nós vamos falar aqui com um público que tem diferentes cursos e pensar a democracia”, discorre Nelsi.
Segundo um dos organizadores da palestra, o estudante Diego Lopes, que é integrante do PET Filosofia, o conteúdo das discussões foi singular, já que os debates sobre a produção intelectual de filósofas dentro da graduação são praticamente inexistentes. “Acho que a escolha da autora, pela data também, força a gente fazer uma reflexão porque o curso de Filosofia não pensa nas mulheres, não pensa a Filosofia produzida pelas mulheres. E isso é extremamente necessário”, diz o estudante.