Arquivos de nove comarcas do Paraná são cedidos para o Centro de Documentação de Irati
O Centro de Documentação e Memória do campus de Irati da Unicentro firmou uma parceria com o Tribunal de Justiça do Paraná. O termo assinado disponibiliza o acervo do poder judiciário, especialmente os processos crimes, para o Cedoc, para que sejam restaurados e liberados para a pesquisa. De acordo com a arquivista Marcia Dore, para que isso fosse possível, o Cedoc foi em busca desses documentos. “Nós gostaríamos de ampliar esse acervo e fomos em busca de entrar em contato com juízes de comarcas aqui da região para recolher processos crimes, findos, arquivados, até o ano 1984”.
Para que o acervo estivesse em poder do Cedoc, um contato foi feito com as comarcas próximas à Irati. Segundo Marcia, o acervo deveria ir para o Museu da Justiça, que fica localizado na cidade de Curitiba. Entretanto, quando o contato com o museu foi feito, a coordenação informou que eles não dispunham de condições para que o processo de tratamento dos arquivos fosse feito.
“Nós resolvemos”, conta Marcia, fazer um termo de convênio com o Tribunal de Justiça, para a cessão ao Cedoc de acervos de processos crimes dessas comarcas mais próximas e mais antigas”. No Centro de Documentação e Memória, os arquivos das comarcas de Imbituva, Irati, Prudentópolis, Teixeira Soares, São João do Triunfo, São Mateus do Sul, Castro, Rio Negro e Palmeira passam por restauros e posterior armazenamento. São mais de 12 mil documentos, datados de 1890 e 19884.
“Visitamos as comarcas vendo o estado do acervo e fomos sempre muito bem recebidos. Vimos a quantidade que seria transportada e agendamos um cronograma de transporte, para a transferência desse acervo para cá”, detalha Marcia. Já no Cedoc, os arquivos são higienizados. Primeiro, passam por uma desinfestação, para eliminar insetos, fungos e microrganismos. Num segundo momento, o material passa por um processo de descrição, que obedece as especificações da Norma Brasileira de Descrição Arquivística, que precisa ser feita já que os documentos ficarão disponibilizados para pesquisa.
Para que todo o trabalho seja feito, dois estagiários foram contratados pelo Centro de Documentação e Memória. Além de ajudar o Cedoc, isso também contribuí para os acadêmicos, já que o Centro é a único laboratório do curso de humanas do Campus de Irati. Um desses estagiários é o Lincoln Rodrigo, que está no primeiro ano do curso de história. “Eu higienizo os documentos, depois digitalizo alguns, principalmente quando um acadêmico pede. Eu resolvi fazer o estágio porque estou no primeiro no de história e vejo que é bem importante para mim. Como eu pretendo ser um historiador, lidar com as fontes vai ser bom”.
Todo o acervo ficará em posse do Cedoc por cinco anos, podendo voltar para a comarca após esse período. Marcia Dore destaca a importância de preservar todos esses arquivos e as informações presentes neles, não só pelo alto potencial de pesquisa que eles possuem, mas pelo Cedoc ter condições de preservá-los e de torná-los acessíveis. “O Cedoc está sendo prestigiado pela reitoria, para que a gente tenha um espaça para a pesquisa, que o pesquisador possa vir solicitar, pesquisar aqui. Nós temos um espaço físico adequado, temos depósitos climatizados para manter a documentação preservada. Eu acho que a importância é criar um conjunto documental para uma pesquisa a longo prazo”, finaliza.