Sarau promove a consciência negra
20 de novembro é nacionalmente reconhecido como dia da Consciência Negra. Data instituída para lembrar as lutas, a história e os desafios do afro-brasileiro. Por isso, em Irati, já virou tradição a realização do Sarau Cultural. Através da arte, as questões que englobam a história negra do país são abordadas. “É um momento espetacular aonde nós conseguimos uma contribuição bem variada, tanto da sociedade, escolas, como de diversos colegas, alunos, funcionários dos diversos setores e departamentos. Pessoas de que de alguma forma consideram a temática extremamente importante, inclusive chegam a produzir peças artísticas, culturais na área do poema, do grafite, pra poder participar do sarau”, conta a organizadora do evento e chefe da Divisão de Promoção Cultural da Unicentro, professora Alexandra Lourenço.
Alexandra também explica que a escolha por um sarau para lembrar o dia da consciência negra tem como objetivo mostrar a riqueza cultural da história afro-brasileira. “O sarau busca levar essa mensagem, também, acima de tudo, para valorizar a própria beleza dessa cultura afrobrasileira, não apenas a importância dela mas a beleza dela. Então, o sarau é um momento festivo, um momento artístico, é um momento de talentos, mas é um momento de reflexão e a arte nos oferece essa possibilidade”.
Uma das pessoas que se apresentaram durante o Sarau foi o professor do Departamento de Letras, Davi Silva Gonçalves. Ele acredita que a universidade é um importante espaço para se debater sobre a história e os desafios da população negra brasileira. “Eu acho que se existe um lugar para a gente debater essas questões e tentar falar de forma democrática é a universidade. Eu, como professor negro, um dos poucos, vejo poucos alunos negros, vejo uma comunidade acadêmica de pouca gente negra. Eu acho muito importante falar disso hoje em dia aqui”.
O evento também contou com a participação de estudantes da rede estadual de ensino. Os alunos da Escola Estadual Nossa Senhora das Graças, por exemplo, participaram do concurso “Negros em versos”. Uma das vencedoras, a estudante do nono ano, Isabela Gardin, conta que achou muito proveitosa a atividade. “Em todos anos teve isso e a gente sempre leva bem a sério essas campanhas que tem na escola”.
Para o professor Edson Santos Silva, do Departamento de Letras, o Sarau, a cada ano, se torna mais plural e representativo. “É um evento amplo e é um evento que a gente coloca como protagonista alguém que historicamente tem que estar no protagonismo. Então, acho que fundamental, acho essencial”.
O estudante de Administração, Jean Gabriel Castro, afirma que momentos de reflexão como esse são raros, porém, importantíssimos. “Eu acho ótimo isso dentro da universidade porque nós, universitários, e toda comunidade da universidade tem que fazer inflexão acerca disso e tem que propagar para o resto da universidade que é muito importante ter todo dia essa consciência”.