Fragmentação de identidades é tema de Jornada Científico-Cultural
Diversidade e muito conhecimento compartilhado. Esses foram os resultados da 1ª Jornada Científico Cultural, a Jocc, promovida Labecir, que é o Laboratório de Estudos Culturais, Identidades e Representações. Sob a coordenação da professora Níncia Borges Teixeira, do Departamento de Letras, a Jornada teve como tema “Corpo em movimento: identidades fragmentadas”, exaltando a interdisciplinaridade dos cursos da área de Ciências Humanas. “A Jornada surgiu com esse intuito. Primeiro, dar maior visibilidade para o nosso Laboratório e, segundo, com uma forma de ‘brincar de ciência’. Transformar essa ciência no caráter mais lúdico”, explica a docente.
Nos três dias de Jooc, além dos trabalhos apresentados pelos estudantes, houve muita música, debates, mesas-redondas e exposições de arte. E, uma dessas apresentações culturais ficou por conta do professor da Universidade Federal da Fronteira Sul e egresso da Unicentro, Saulo Gomes Thimoteo. Ele apresentou “Um azulejo em mosaico: múltiplas imagens e palavras de Lisboa”. “Lisboa que é uma das cidades, a meu ver, que mais capta essa visão desta identidade fragmentada, porque é, ao mesmo tempo, cosmopolita e com uma grande carga cultural antiga. Então, ela oscila nesses dois polos. Ela consegue agregar muito uma multiplicidade de povos, de línguas”.
Ao todo, foram 35 trabalhos apresentados na forma de comunicações orais. A mestranda em Letras Amanda Pieta, por exemplo, pesquisa as representações de gênero na constituição da personagem Hermione Granger, da série literária Harry Potter. Ela analisa trechos em que a personagem aparece no primeiro, quarto e sétimo livro da série. “Eu faço todo um percurso de como essa personagem evolui desde adolescente, no primeiro livro e, de como ela se constrói através das representações que nos são fornecidas pelo enredo da obra. Eu analiso como se constrói a identidade de gênero dela, observando os estereótipos que a obra coloca, os estereótipos femininos de pessoa frágil, dócil, apaixonada e, também, de quando a personagem subverte o estereótipo e apresenta novas maneiras, novas leituras de como ser mulher”, conta.
Essa diversidade cultural e identitária chamou a atenção dos estudantes, como a acadêmica de Publicidade e Propaganda, Mariana Leite. “Mesmo que o evento não esteja vinculado ao meu curso, eu acho que qualquer tipo de evento agrega na carreira profissional, tanto aqui, vendo muitas pessoas apresentando trabalhos, com temas distintos”, afirma. Outra participante da Jornada, Elisa Seidel também destaca que o aprendizado que vai ajudá-la em trabalhos futuros. “Essa Jornada Cultural agregou bastante conhecimento porque a quantidade de apresentações de trabalho vai ajudar bastante no futuro TCC e, também, em trabalhos científicos. Então, foi bem interessante tanto pelas palestras, também pelos trabalhos apresentados por alunos e o pessoal da área”.