Palestra sobre saúde mental chama a atenção dos estudantes para a prevenção do suicídio
Setembro é o mês dedicado à ações de prevenção ao suicídio. Por isso, a campanha Setembro Amarelo, iniciada em 2015, conjuntamente, pela Associação Brasileira de Psiquiatria, pelo Centro de Valorização da Vida e pelo Conselho Federal de Medicina, busca promover palestras, cursos e outras atividades para abordar o tema. Na Unicentro uma das atividades relacionadas à temática foi promovida pelo Departamento de Enfermagem. A palestra “Setembro Amarelo e Saúde Mental dos Acadêmicos Universitários” lotou o Miniauditório de Geografia, do campus Cedeteg.
“A gente sabe que essa situação relacionada à questão de suicídio, depressão, ansiedade, vem aumentando cada vez mais. A gente sabe que, na nossa população, em geral entre os jovens, até mesmo entre adultos, às vezes até mesmo idosos, isso vem crescendo cada vez mais, daí a importância da gente trazer, agregar conhecimento e trazer esclarecimento à comunidade”, explica a professora Isabella Schroeder Abreu, vice-chefe do Departamento, sobre o que motivou a realização da atividade.
A palestra foi proferida pelo médico José Cléber Ferreira, que é membro da Associação Brasileira de Psiquiatria. A reflexão com os participantes foi acerca dos fatores de risco para um paciente, fatores de proteção e como é possível ajudar essas pessoas. Ele também reforçou que as ações de prevenção devem ser constantes. “Os estudos são muito claros: de cada 10 pessoas que se matam, nove têm uma doença mental que é passível de tratamento e quanto mais cedo nós identificarmos essa pessoa, mais cedo nós podemos encaminhar a um tratamento especializado e, com certeza, diminuirmos os riscos do suicídio”.
De acordo com a professora Isabella, a ideia da palestra partiu dos próprios alunos do curso de Enfermagem. “Nós, enquanto Departamento de Enfermagem, temos algumas comissões pedagógicas em que os alunos trazem para nós as necessidades deles, as demandas, as questões, muitas vezes, pessoais de conflitos, situações de ansiedade, depressão. Então, essa demanda veio dos próprios alunos. Nós vimos essa necessidade de trazer um profissional da área que pudesse falar sobre essas questões para os alunos, esclarecer as dúvidas, enfim”.
Cláudio Antunes foi um dos acadêmicos que participou da palestra. Para ele, a atividade é uma forma de ajudar os estudantes nas questões emocionais e psicológicas. “É muita cobrança, é muito trabalho, é muito tudo, né? E isso mexe um pouquinho com a saúde da gente mental. Quando surgiu essa oportunidade, eu pensei: preciso aproveitar porque todo mundo tem sua particularidade que necessita de ajuda”, afirma.
Conhecer os fatores de risco e proteção, segundo o estudante, agrega também na formação profissional do enfermeiro. “A gente sabe que está presente em todos os setores, desde o mais novo até o mais idoso; e entre os universitários a gente vê número altos e não só em Guarapuava. A mídia mostra muito. Eu, como futuro profissional, vou conseguir ajudar mais pessoas assim”.
De acordo com o psiquiatra José Cléber, nos últimos quatro anos houve um aumento de 30% na taxa de suicídios entre jovens na faixa dos 15 aos 24 anos. Por isso, trazer o tema para discutir com os acadêmicos, é uma importante forma de prevenção. “Poder envolver a comunidade acadêmica e essa comunidade entender a importância de buscar o tratamento das pessoas que estão com dificuldades, é imprescindível para nós diminuirmos do risco de suicídio”, salienta.