Saúde mental do estudante universitário é tema de palestra na Unicentro
Casos de ansiedade e depressão entre universitários têm levado instituições públicas de ensino superior a criar núcleos de prevenção e atendimento psicológico. A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é uma das pioneiras nessa linha de atuação, já que desde 1987 oferece aos estudantes o Serviço de Assistência Psicológica e Psiquiátrica, o Sappe. O órgão é coordenado pela professora, Tania Maron Vichi Freire de Mello, que esteve na Unicentro para ministrar a palestra “Saúde Mental do Estudante Universitário: Desafios da Pós-Graduação”. “É uma questão que está começando a ser pensada. Por isso, eu achei tão interessante que tenham me chamado para falar, especificamente, sobre a pós-graduação. Vou falar de algumas particularidades do estudante de pós que antes não era tão pensado, quando se pensava na saúde mental do estudante universitário”, explica.
A palestra é uma promoção da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Unicentro. O professor Ricardo Miyahara, diretor de Pós-Graduação, destaca a importância de discutir o tema com acadêmicos e docentes da universidade. “A pós-graduação passa, no momento, por muitos casos de suicídios, depressão, alguns tipos de pressões mesmo que acontecem na pesquisa. Então, hoje, essa palestra vem para mostrar o que é saúde mental, como prever e como, realmente, identificar as pessoas que precisam de ajuda”.
Segundo a professora Tânia, três fatores são preponderantes quando se fala em saúde mental na pós-graduação: equilibrar a vida pessoal e a acadêmica, a preocupação com o futuro profissional, e por fim, a relação do estudante com o orientador. “Estar bem não é só ter um bom desempenho acadêmico, porque às vezes você tem alunos que têm um bom desempenho acadêmico, mas a um custo muito alto. Estar bem tem que ser uma coisa mais ampla, para além do bom desempenho acadêmico, estar bem de uma maneira mais global”, ressalta a professora.
Solange Cotlinsky é médica e, atualmente, cursa o mestrado em Desenvolvimento Comunitário na Unicentro. Para ela, discussões como essa auxiliam os professores, e mesmo os colegas de turma, a ficarem atentos a alguns sinais que podem indicar fadiga mental. “Eu acho que é super importante as faculdades, as instituições de ensino superior em geral, terem um alerta para isso porque é muito voltado para o lado acadêmico só, mas o aluno não vai bem do lado acadêmico se não estiver bem com a sua saúde mental”, avalia.
O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Unicentro, professor Marcos Ventura Faria, explica que a ideia da palestra partiu dos próprios estudantes. “Entre eles viram a necessidade de discutir o tema, porque certamente já estão percebendo que têm alguns casos, alguns colegas que precisam desse apoio. Então, acredito que a palestra pode ser considerada o ponto de partida”, ressalta.
Opinião compartilha pelo doutorando em Agronomia, Fabiano Pacentchuk, que avalia a palestra como uma discussão inicial que dará margem a futuras ações na Unicentro. “Foi muito produtivo. Nós temos que trabalhar mais para que esse tema possa ser efetivamente discutido e alguns preconceitos sejam deixados de lado e consigamos encarar esse problema na forma como ele deve ser encarado”, salienta.